Sem For�as Armadas, pol�cias do Rio ter�o efetivo completo no domingo eleitoral

Os 22 mil policiais militares e 8 mil policiais civis do Rio trabalhar�o neste domingo, 15, para tentar coibir a influ�ncia de criminosos durante o dia de vota��o. Al�m deles, os bra�os fluminenses da Pol�cia Federal e da Pol�cia Rodovi�ria Federal tamb�m estar�o nas ruas. Ao contr�rio das elei��es anteriores, n�o haver� apoio das For�as Armadas.

"Conversei com o governo do Estado, que assegurou � Justi�a Eleitoral que tem capacidade de atender a essa demanda", afirmou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, desembargador Cl�udio Brand�o.

Em entrevista coletiva neste s�bado, 14, as autoridades fluminenses afirmaram que v�o marcar presen�a em todos os locais de vota��o do Estado. Um dos grandes problemas do Rio em dia de elei��o � a atua��o de milicianos e traficantes no entorno das unidades. Pelos registros do Disque-Den�ncia, houve 438 reclama��es, na elei��o de 2018, de que milicianos exerciam press�o num raio de 200 metros desses locais. O Comando Vermelho, maior fac��o do tr�fico no Rio, foi respons�vel pela maioria - 423 den�ncias.

Os secret�rios de Pol�cia Civil, Alan Turnovsky, e Militar, Rog�rio Figueredo, explicaram que h� �reas priorit�rias de policiamento, principalmente por causa da influ�ncia das mil�cias. "Teremos viaturas em �reas de mil�cia, especialmente zona oeste, Baixada Fluminense e na regi�o de Rocha Miranda (bairro da zona norte). No interior tamb�m teremos foco em algumas �reas de mil�cia, sempre trabalhando com o que j� temos de investiga��o", apontou Turnowski.

O trabalho no dia da elei��o � diferente do que vinha sendo feito ao longo do per�odo de campanha. O foco do domingo � coibir eventual press�o de criminosos no entorno dos locais de vota��o. Durante as �ltimas semanas, as investiga��es se deram mais no �mbito investigativo, com a��es da Pol�cia Civil e at� da PF. Os agentes federais cumpriram mandados, nesta semana, contra a fam�lia Jerominho, apontada como fundadora da Liga da Justi�a - esp�cie de marco inicial do modelo de mil�cia que domina hoje a cidade.

Depois de mais de dez anos presos, os irm�os Jerominho e suas filhas estariam tentando voltar a ter poder pol�tico. Carminha, filha do ex-vereador Jerominho, � candidata a vereadora pelo PMB. J�ssica Guimar�es, filha do ex-deputado Natalino Guimar�es, � candidata a vice-prefeita na chapa de Su�d Haidar, do mesmo partido. Os agentes apreenderam materiais de campanha e milhares de reais em esp�cie nas buscas, que foram motivadas por relat�rios de intelig�ncia financeira (RIFs).

Mortes em opera��o

Em opera��es mais b�licas, no m�s passado, a Pol�cia Civil matou 17 homens ligados ao "Bonde do Ecko", a maior mil�cia do Estado atualmente - uma continua��o da Liga da Justi�a. A corpora��o afirma que as mortes s� se deram ap�s os criminosos come�arem a atirar. A suspeita � de que esse grupo estava ligado a recentes assassinatos de pol�ticos na Baixada Fluminense, um fen�meno cada vez mais presente no Rio.

A mil�cia tamb�m mant�m o h�bito de financiar e apoiar candidatos em seus redutos. Com um trabalho de mapeamento mais complexo de ser feito, o Minist�rio P�blico Eleitoral pode, no futuro, pedir a impugna��o dessas candidaturas, se comprovado que se beneficiaram de meios criminosos de fazer campanha.

"Algum candidato que tenha se beneficiado do abuso, de amea�a, de eventual fechamento de comunidades. Esse tipo de levantamento demora um pouco mais a ser feito", apontou a procuradora regional eleitoral do Rio, Silvana Batini.

Para o presidente do TRE, a aus�ncia das For�as Armadas no Estado neste ano � um passo importante para mostrar que as for�as locais t�m capacidade de dar conta da seguran�a no dia da elei��o. "� preciso romper um pouco com essa ideia de que em toda elei��o � preciso buscar esse apoio as For�as Armadas. O Rio tem seus problemas e as institui��es daqui t�m que resolv�-los", disse Cl�udio Brand�o.