Com camiseta 'Vidas negras importam', Orlando Silva vota em SP

Candidato � Prefeitura de S�o Paulo pelo PCdoB, o deputado federal Orlando Silva votou na manh� deste domingo, 15, em uma escola nas proximidades da Avenida Paulista. Ele vestia uma camiseta com a frase "Vidas negras importam" e estava acompanhado da sindicalista e enfermeira Andrea Barcelos, candidata a vice na mesma chapa, tamb�m do PCdoB, da esposa Monique Lemos, e dos filhos, Pedro, Jo�o e Maria. Essa � a primeira vez que concorre a um cargo no executivo.

Perguntado sobre a discuss�o sobre um voto �til da esquerda neste momento em S�o Paulo, ideia que ganhou for�a nas �ltimas semanas e visa garantir um candidato no segundo turno, disse entender quem defende a posi��o, mas tem opini�o distinta. Para ele, esse � o momento de escolher o candidato que o eleitor mais se identifica, mais do que votar derrotar para derrotar advers�rios.

"Sen�o, a disputa se resume a dois nomes. Eu compreendo a tentativa de quem faz, mas eu considero n�o ser muito democr�tico", justifica. Na �ltima pesquisa Ibope, divulgada no s�bado, 14, estava com menos de 1% de inten��es de votos v�lidos.

Durante a semana, o deputado chegou a comentar que a sua candidatura ficou invisibilizada. Ele acredita que um dos motivos seja o racismo, que � tratado em parte das suas principais pautas pol�ticas nesta campanha.

"No Brasil, voc� tem temas que seguem ocultos apesar da gravidade. O racismo � um exemplo disso. Para muitos, � como se n�o houvesse respons�vel pelas mortes de milhares de jovens negros, comenta. "Em uma candidatura com essa identidade e negra, essa invisibilidade tamb�m alcan�a."

Silva tamb�m foi um grande defensor de candidatura pr�pria no PCdoB neste ano, partido que n�o encabe�ou uma chapa na capital paulista nas �ltimas elei��es, como forma de ganhar destaque regional e nacional. Ele ressaltou que o partido lidera as pesquisas de inten��o de voto em Porto Alegre (com Manuela D'�vila) e disputa vaga no segundo turno em S�o Lu�s (com Rubens Pereira Jr.) e Salvador (Ol�via Santana). "Sempre brinco que time que n�o joga n�o forma torcida."

Ele vai acompanhar a apura��o no comit� do partido, na regi�o central de S�o Paulo. "Saio da campanha muito feliz muito animado foi muito enriquecedor, e isso que j� andei muito."

Mais cedo, foi no Jardim S�o Lu�s, na zona sul, distrito com uma popula��o de baixa renda e que fica nas proximidades da Avenida Engenheiro Lu�s Carlos Berrini, conhecida por reunir escrit�rios de grandes empresas. "� impressionante ver quantas favelas continuam crescendo em S�o Paulo", pontua. "Saio dessa campanha com a cren�a de que � necess�rio um projeto de redu��o das desigualdades."

Nascido em Salvador, mudou-se para S�o Paulo nos anos 90. Ele foi ministro do Esporte e vereador na cidade de S�o Paulo, al�m de presidente da UNE e da Uni�o da Juventude Socialista. Tamb�m � um dos fundadores da Uni�o de Negros pela Igualdade (Unegro).

Na v�spera da elei��o, Silva chamou seus aliados para buscar men��es positivas � candidatura nas redes sociais para responder com informa��es sobre candidatos do PCdoB � C�mara de Vereadores. A ideia era "fazer com que cada mensagem simp�tica � nossa campanha vire votos para os vereadores e vereadoras do 65", justificou no Twitter.

Em sabatina no Estad�o, o deputado defendeu o endurecimento nas medidas para combater o racismo na cidade, como, por exemplo, a puni��o de estabelecimentos que registrem de forma reincidente casos de discrimina��o racial, com a cassa��o do alvar� de funcionamento. No in�cio do m�s, ele chegou a registrar um boletim de ocorr�ncia ap�s sofrer ofensas racistas nas redes sociais.

Se eleito, o candidato pretende revisar contratos com organiza��es sociais (OSs) e aplicar estes recursos na retomada econ�mica da cidade p�s pandemia. Al�m disso, defende a volta �s aulas no ensino municipal somente ap�s o in�cio da vacina��o contra a covid-19, dentre outras pautas.