Figuras centrais para entender a hist�ria das mil�cias do Rio, os ex-vereadores Jer�nimo Guimar�es, o Jerominho, e Luiz Andr� Ferreira da Silva, o Deco, n�o conseguiram eleger seus filhos para a C�mara Municipal da capital fluminense. Ap�s anos presos, os dois haviam apostado em Carminha Jerominho (PMB) e Daniel Carvalho (PTC) para dar continuidade �s trajet�rias pol�ticas das fam�lias. Os candidatos tiveram, respectivamente, 4,2 mil e 1,4 mil votos e ficaram fora do Legislativo.
Jerominho e seu irm�o, o ex-deputado estadual Natalino Guimar�es, s�o apontados como fundadores da Liga da Justi�a, mil�cia que atuava em Campo Grande e Santa Cruz, bairros populosos da zona oeste do Rio, no in�cio dos anos 2000. O grupo conhecido atualmente como Bonde do Ecko, considerado o maior bando de milicianos do Rio, � uma esp�cie de continua��o da Liga criada por eles. Ex-policiais, os irm�os passaram cerca de onze anos presos. Foram soltos em 2018.
Deco era dos prim�rdios da mil�cia que atuava na regi�o de Jacarepagu�, tamb�m na zona oeste, especialmente no bairro da Pra�a Seca. Agora em liberdade condicional, ele foi acusado de chefiar o grupo criminoso. Entre os planos que teria orquestrado como miliciano, haveria um para assassinar o ent�o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), relator da CPI das Mil�cias na Assembleia Legislativa do Rio. Outro alvo seria a delegada Martha Rocha, hoje deputada estadual pelo PDT e terceira colocada na disputa pela prefeitura do Rio.
Filha de Jerominho, Carminha j� foi vereadora - e, como o pai, esteve na cadeia. Em 2008, ela foi levada ao pres�dio durante a corrida eleitoral, o que n�o impediu sua elei��o. Depois, contudo, n�o conseguiu se reeleger. Neste ano, fazia agendas intensas de campanha pela zona oeste, com direito a participa��es do pai e do tio como cabos eleitorais.
Na semana passada, a fam�lia Jerominho foi alvo de opera��o da Pol�cia Federal, que apreendeu materiais de campanha dela e dinheiro em esp�cie. A a��o ocorreu depois que a PF identificou movimenta��es financeiras at�picas nas contas do cl�.
No munic�pio mais populoso da Baixada Fluminense, Duque de Caxias, outro acusado de integrar uma mil�cia conseguiu emplacar o nome do filho. Chiquinho Grand�o (Progressistas) est� at� hoje com mandato no Legislativo local, mesmo ap�s ter sido indiciado e preso. � acusado pelo MP de forma��o de quadrilha. O grupo do parlamentar seria respons�vel por impor "taxas de seguran�a" a comerciantes. Tamb�m exploraria servi�os de transporte alternativo, agiotagem e outros tipos de crime comuns a esse tipo de mil�cia.
Vitinho Grand�o, o filho, concorreu pelo Solidariedade e conseguiu os votos necess�rios para entrar no Legislativo do munic�pio. "Agora � a juventude com experi�ncia", diz o slogan de uma das imagens em que pai e filho apareciam juntos.
Atingido h� duas semanas por tiros - um deles pegou de rasp�o na cabe�a -, o vereador Zico Bacana (Podemos) n�o conseguiu se reeleger na capital. Investigado por supostamente integrar mil�cia que atua em bairros da zona norte, o ex-policial teve 11,8 mil votos, pegando apenas uma supl�ncia - entre os candidatos que ficar�o na "reserva", foi o segundo mais votado da cidade.
Os pol�ticos envolvidos com mil�cias, geralmente, negam as acusa��es. Atribuem as mesmas a persegui��es supostamente movidas por advers�rios pol�ticos.
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