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Estado de Minas POL�TICA

Viol�ncia nos levou ao ativismo, diz Erika Hilton, 1� negra trans na C�mara de SP


17/11/2020 10:38

Aos 27 anos, Erika Hilton (PSOL) se tornou a primeira mulher negra e trans eleita para a C�mara Municipal de S�o Paulo. Foi tamb�m a mulher mais votada, com mais de 50 mil votos. O resultado veio com a totaliza��o das urnas neste domingo, 15, mas a milit�ncia, segundo Erika, vem de muito antes.

Al�m de indicarem um arrefecimento do discurso antipol�tica que ajudou a eleger Jair Bolsonaro, as elei��es de 2020 foram marcadas pelo crescimento da chamada pol�tica identit�rias nas C�maras Municipais. Ao menos 25 transexuais e travestis foram eleitos vereadores em todas as regi�es do Pa�s.

"Eu tenho uma trajet�ria muito parecida com a das mulheres trans e travestis: expulsa de casa, vivenciando a prostitui��o muito jovem. Nesse lugar, a gente conhece a desumaniza��o, a viol�ncia do Estado e das pessoas contra o corpo negro, contra o corpo trans", relata Erika. "A partir dessas viol�ncias todas, a gente percebe a necessidade de se organizar para construir um ativismo."

Erika concorreu a um cargo eletivo pela primeira vez em 2016, quando se lan�ou para a C�mara Municipal de Itu, no interior paulista - mas n�o levou a campanha adiante. J� em 2018, concorreu em uma chapa coletiva do PSOL para a Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp), e acabou eleita como uma das codeputadas da Bancada Ativista (PSOL). Deixou o mandato este ano para concorrer a uma vaga na C�mara Municipal.

A pol�tica institucional, em sua vis�o, � uma maneira de levar adiante temas que lhe s�o caros - e que, sem a presen�a de algu�m que os represente, seguiriam descartados. Na verean�a, Erika pretende refor�ar o projeto transcidadania, al�m de instituir o "Trof�u Maria Carolina de Jesus", destinado a mulheres catadoras.

Filha mais velha entre tr�s irm�s, ela conta que nasceu em Franco da Rocha, na regi�o metropolitana de S�o Paulo, cresceu em Francisco Morato, tamb�m na Grande SP, e se mudou para Itu aos 14 anos. L�, sua m�e se aproximou de uma igreja que Erika descreve como "fundamentalista" - e cuja prega��o culminou na sua expuls�o da casa da fam�lia, aos 15 anos.

"Sempre fui trans, falava que era 'Maria do Bairro', ningu�m nunca me reprimiu. Minha m�e sempre me deu liberdade, mas, quando ela se converte ao fundamentalismo, come�a a achar que aquilo � errado, e a� me expulsa de casa. Na rua, come�o a me prostituir, passo por casas de cafetinas, at� resgatar a rela��o com a minha m�e, que compreende que aquilo que ela estava fazendo era errado", contou Erika.

J� aos 19 anos e reconciliada com a fam�lia, terminou o col�gio por meio do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), e foi cursar pedagogia e gerontologia na Universidade Federal de S�o Carlos, no interior.

Foi ao fazer parte da equipe que fundou o cursinho pr�-vestibular da faculdade, destinado a pessoas trans, que ela conta que percebeu o potencial da pol�tica institucional para levar sua pauta adiante. "A partir da�, voc� j� sabe", diz ela, que narra sua trajet�ria pol�tica que se iniciou com a disputa pela C�mara Municipal de Itu e chega agora � C�mara Municipal de S�o Paulo. "Me sinto vitoriosa, porque essa � uma constru��o vinda de muito tempo", finaliza.


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