(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ENTREVISTA

Doria defende uma frente em 2022 com a centro-esquerda

Potencial candidato ao Pal�cio do Planalto em 2022, Doria �, atualmente, desafeto pol�tico do presidente Jair Bolsonaro


23/11/2020 13:19 - atualizado 23/11/2020 15:24

João Doria (PSDB)(foto: Agência SP/Reprodução)
Jo�o Doria (PSDB) (foto: Ag�ncia SP/Reprodu��o)
Depois de se eleger � Prefeitura, em 2016, e ao governo do Estado, em 2018, com um discurso marcado pelo antipetismo, o governador Jo�o Doria (PSDB) se reposicionou e, agora, tem pregado um di�logo "contra os extremos", por meio de uma frente que inclua a centro-esquerda. Potencial candidato ao Pal�cio do Planalto em 2022, Doria �, atualmente, desafeto pol�tico do presidente Jair Bolsonaro. "O comportamento das pessoas muda ao longo do tempo. N�o h� comportamento estanque, paralisado", disse o governador em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na ala residencial do Pal�cio dos Bandeirantes.

Apesar do embate com o presidente, Doria afirma que ainda n�o � o momento de fazer oposi��o ao governo federal.

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

Houve um reposicionamento no discurso do sr. entre 2016, 2018 e hoje? O antipetismo perdeu espa�o e o sr. parece menos radical e buscando o centro...

O comportamento das pessoas muda ao longo do tempo. N�o h� comportamento estanque, paralisado, congelado das pessoas nem da sociedade. O comportamento evolui. Pode evoluir para melhor, para pior, mas evolui.

Candidatos passaram a campanha tentando colar Bruno Covas no sr., dada a alta rejei��o ao seu nome na capital. O paulistano n�o perdoou sua sa�da da Prefeitura antes do fim do mandato?

Isso � tempo passado. Eu hoje sou governador do Estado de S�o Paulo, eleito. O Bruno no primeiro turno foi votado para ser reconduzido � Prefeitura de S�o Paulo. Em suma, o que vale na democracia � o voto.

O presidente Jair Bolsonaro antecipou o debate sobre a elei��o presidencial de 2022. � hora de se discutir a constru��o de uma frente para disputar as elei��es contra ele?

A frente n�o deve ser contra Bolsonaro, mas a favor do Brasil. A frente deve reunir o maior n�mero poss�vel de pessoas e pensamentos que estejam dispostos a proteger o Brasil e a popula��o. (Essa frente) Comporta o pensamento liberal de centro, que � o que eu pratico, mas comporta tamb�m centro-direita, centro-esquerda, aqueles que t�m um pensamento mais � esquerda e � direita. S� n�o caber� o pensamento dos extremistas, at� porque os extremistas n�o querem compartilhar, discutir. Eles querem impor situa��es ao Pa�s, tanto na extrema-esquerda, quanto na extrema-direita. Destes extremos n�s temos que ficar longe.

Com qual centro-esquerda o sr. acha ser poss�vel dialogar?

Com todos aqueles que integram um sentimento m�ltiplo, compartilhador e dedicado ao Pa�s, sem interesses pessoais se sobrepondo ao interesse do Pa�s. Temos que ter a capacidade de di�logo com humildade. Saber ouvir e valorizar o contradit�rio. O contradit�rio ajuda o Brasil, e n�o prejudica. O que prejudica � o extremismo.

� poss�vel incluir nas conversas Ciro Gomes e Marina Silva?

N�o devemos excluir ningu�m que tenha esse sentimento. Todos que t�m esse sentimento s�o bem-vindos, at� mesmo os que no passado praticaram posi��es mais extremistas, mas que possam ter mudado e estejam hoje no campo do di�logo.

N�o � dif�cil que algu�m abra m�o de ser candidato � Presid�ncia em 2022? Nas conversas est�o S�rgio Moro, Luciano Huck...

O pressuposto para unir o maior n�mero poss�vel de pensamentos pelo Brasil � n�o haver prerrogativa pessoal.

S�rgio Moro desponta nesse grupo?

Ele deve fazer parte dessa frente. Tem hist�ria, biografia e posicionamento. Nunca declarou que era candidato. Sempre teve altivez e grandeza para defender o Pa�s, independentemente dos interesses pessoais.

O sr. evita falar que essa frente � contra Bolsonaro. Por qu�?

A frente n�o deve ser de oposi��o, nem contra o Bolsonaro. Deve ser a favor do Brasil. Esse � o sentimento que une. O sentimento do contra n�o agrega. Tudo tem a sua hora. Agora � hora de estarmos unidos pelo Brasil, e n�o fazer oposi��o a este ou aquele governo.

O PSDB pode estar � frente desse projeto de centro em 2022?

O PSDB deve participar desse movimento, mas n�o � preciso liderar. Esse � um movimento de compartilhamento, n�o de exclus�o ou de escolha, um lidera e os outros s�o liderados. Todos devem liderar.

Essa alian�a partid�ria feita em S�o Paulo, com DEM, MDB e PSDB, pode se repetir na elei��o para a presid�ncia da C�mara?

Por que n�o? O sentimento desses partidos � dialogar para achar um nome e apoi�-lo.

O sr. descarta disputar a reelei��o para governador?

N�o se trata de ser ou n�o candidato a presidente, mas de manter minhas convic��es. Sou contra a reelei��o. Sempre defendi mandato �nico de cinco anos. N�o critico nem condeno os que disputam reelei��o, como Bruno Covas. Mas eu, por ser contra a reelei��o, vou manter a minha coer�ncia. N�o vou disputar a reelei��o.

Ainda � uma ideia promover uma fus�o, mudar a logomarca e reformular o discurso do PSDB? Ou, diante da ascens�o de Bruno Covas, que prega a volta �s origens do partido, retomar a bandeira da social-democracia?

O Bruno n�o prega a volta �s ra�zes, mas um PSDB moderno, digital, inovador e com uma vis�o social de atender aos mais pobres, com respeito aos programas de desestatiza��o, ao liberalismo econ�mico.

O sr. defende que o PSDB seja mais progressista em pautas como casamento gay, aborto, drogas, escola sem partido?

O PSDB � progressista, tanto na economia quanto no plano social. Sem preconceitos.

Arrepende-se do "Bolsodoria" na disputa de 2018?

A elei��o do Bolsonaro foi um grande erro para o Brasil. Eu n�o mantenho meu compromisso diante de um equ�voco t�o grande. O Bolsonaro prometeu um pa�s liberal, economia globalizada, combate � corrup��o. E n�o fez.

O que os governadores est�o fazendo para evitar a politiza��o da vacina contra a covid-19?

Os governadores est�o unidos. Todos defendem as vacinas, a vida, e n�o a politiza��o nem da vacina nem da covid. O �nico que faz essa defesa hoje se chama Jair Bolsonaro.

Mas o sr. tamb�m n�o politizou a vacina aqui em S�o Paulo?

N�o politizamos. N�s defendemos a vida, a ci�ncia e a sa�de. Vacina n�o deve ser avaliada pela origem, mas pela efic�cia.

Como avaliou essa coaliz�o que se formou na Assembleia Legislativa contra o ajuste fiscal do governo estadual? Partidos como Novo e siglas de esquerda se uniram contra o pacote.

Um equ�voco. O Novo demonstrou que j� ficou velho logo no in�cio da sua exist�ncia, o que � uma pena. A reforma administrativa foi aprovada e S�o Paulo foi o primeiro Estado a fazer. Fizemos aquilo que o Brasil deveria ter feito no governo federal e n�o fez.

Foi precipitado p�r o Estado na fase verde, que � mais flex�vel?

N�o h� nenhuma rela��o do aumento dos casos de covid-19 em S�o Paulo com o Plano S�o Paulo. A correla��o est� no relaxamento que est�o, infelizmente, adotando. As pessoas est�o saindo sem m�scara, participando de aglomera��es, festas e encontros em momento inadequado. Enquanto n�o tivermos a vacina, as pessoas devem se preservar.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)