O debate pol�tico envolvendo o racismo entrou de vez na reta final da corrida eleitoral em Porto Alegre, quase uma semana depois da morte do cliente negro Jo�o Alberto Freitas, no Carrefour, na noite da �ltima quinta-feira, 19. O caso, que provocou protestos pelo Pa�s, envolveu seguran�as e uma funcion�ria do supermercado.
Nesta ter�a-feira, 24, a propaganda da candidata � prefeitura pelo PCdoB, Manuela D'�vila, apresentou na sua propaganda na TV um v�deo no qual mostra o vice-presidente Hamilton Mour�o afirmando que n�o existe racismo no Brasil. O �udio de Valter Nagelstein (PSD), que concorreu � Prefeitura, mas n�o passou para o segundo turno, falando sobre o despreparo da bancada negra eleita pelo PSOL, tamb�m � reproduzido. A pe�a apresenta os dois pol�ticos como apoiadores de seu concorrente, Sebasti�o Melo (MDB).
Ele registrou um boletim de ocorr�ncia contra Manuela por "crime eleitoral". Melo afirmou que a advers�ria o associou ao racismo ao veicular a propaganda. Ele negou as insinua��es, afirmou que "elei��o a gente pode ganhar ou perder, mas n�o manchar biografias" , que "sentiu-se atingido na sua honra pessoal". Na pr�pria ter�a-feira, ele e Nagelstein recorreram � Justi�a Eleitoral, pedindo a retirada do v�deo do ar. Mas nesta quarta-feira, o ju�z eleitoral da 161� Zona Eleitoral, Leandro Figueira Martins, rejeitou o pedido.
Pelo Facebook, Manuela rebateu, afirmando que Melo busca criar um "fato eleitoral" e que ele responder� na Justi�a. Segundo ela, seria mais f�cil o candidato do MDB dizer que n�o concorda com as afirma��es. "Mas ele age contra mim." Ela defende que "o povo tem o direito de saber" quem s�o as companhias de Melo.
Desde a morte de Jo�o Alberto Freitas, o racismo n�o havia pautado o debate pol�tico. Os candidatos repudiaram publicamente o espacamento no hipermercado e cancelaram compromissos de campanha em respeito � v�tima. Na noite de ter�a-feira, pesquisa Ibope para o segundo turno apontou Melo com 49% das inten��es de voto ante 42% de Manuela.
POL�TICA