
Na avalia��o de fontes na PF ouvidas pelo Correio, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) deve pedir o arquivamento do inqu�rito, tendo em vista as evid�ncias fr�geis que foram levantadas para imputar crime ao presidente da Rep�blica.
Os investigadores avaliam que a PF s� consegue concluir o inqu�rito ap�s o depoimento do presidente Jair Bolsonaro, que ainda n�o sabe se pode depor por escrito ou pessoalmente, pois o tema est� em debate no Supremo Tribunal Federal (STF). O ent�o relator do caso, ministro Celso de Mello, que deixou o cargo no m�s passado, votou para que a oitiva seja presencial.
Para o magistrado, o presidente da Rep�blica, quando figura como investigado, e n�o testemunha, n�o tem direito a depor por escrito.“Entendo que n�o, que n�o pode, que n�o lhe assiste esse direito, pois as prerrogativas submetidas ao presidente da Rep�blica s�o aquelas que a Constitui��o e as leis do Estado o concederam”, afirmou.
Durante o voto, Celso de Mello afirmou que, “n�o obstante a posi��o hegem�nica do Poder Executivo, o presidente tamb�m � s�dito das leis como qualquer outro cidad�o desse pa�s”. A continuidade do julgamento, com o voto dos demais integrantes do plen�rio depende de decis�o do presidente da Corte, ministro Luiz Fux.
Reuni�o do dia 22 de abril
Aesar da falta de elementos probat�rios o suficiente, a PF observa algumas provas de interfer�ncia. Uma das principais � o v�deo da reuni�o do dia 22 de abril, citado por Moro. No encontro, Bolsonaro chega a dizer que n�o iria esperar "foder a fam�lia" para trocar algu�m da seguran�a.
"Eu n�o vou esperar foder a minha fam�lia toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu n�o posso trocar algu�m da seguran�a na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se n�o puder trocar, troca o chefe dele! N�o pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! N�o estamos aqui para brincadeira", disse o presidente. No entanto, as declara��es, por si s�, n�o s�o suficientes para concluir pela interfer�ncia no trabalho policial.
Acusa��es
Ao deixar o cargo, S�rgio Moro afirmou que o presidente da Rep�blica tentou trocar o superintendente do Rio de Janeiro e o diretor-geral da PF para beneficiar pessoas pr�ximas. De fato, o delegado Maur�cio Valeixo deixou o comando da corpora��o e deu lugar a Rolando de Souza, que de acordo com avalia��es internas, tem se alinhado ao pensamento e interesses do governo em muitos setores.