O prefeito de S�o Paulo, Bruno Covas (PSDB), detalhou sua proposta de criar uma "Lava Jato municipal" caso venha a ser eleito para um segundo mandato na elei��o do pr�ximo domingo, 29. Em entrevista � R�dio Eldorado, o candidato � reelei��o disse que o objetivo � aumentar a transpar�ncia e a participa��o popular na fiscaliza��o municipal, mas que a estrutura seria formada por volunt�rios e n�o estaria subordinada � Prefeitura.
Questionado sobre o que seria a "Lava Jato municipal" e a diferen�a para os mecanismos de controle j� existentes, Covas esclareceu que a medida busca uma a��o externa, que n�o demanda uma nova estrutura na cidade e nem ser� controlada por um partido ou pol�tico espec�fico.
"� buscar uma a��o externa, que n�o seja uma estrutura da Prefeitura, porque a gente j� tem a Controladoria, o Tribunal de Contas, a C�mara Municipal. A gente j� tem os �rg�os pr�prios. S�o pessoas de fora que poderiam ajudar a olhar os contratos. Nenhuma estrutura a ser criada na Prefeitura de S�o Paulo para isso, mas com advogados, especialistas, que possam, de forma volunt�ria, ajudar e colaborar, orientando e buscando solu��es (...). N�o h� a cria��o de nenhuma estrutura nova a ser controlada pelo partido 'A' ou pela candidata 'B'", disse Covas.
Dono da maior coliga��o durante o primeiro turno - ampliada com as declara��es de apoio ap�s a defini��o do 2� turno -, o tucano tamb�m afirmou que n�o h� nenhum acordo pr�vio sobre a distribui��o de cargos no governo entre os partidos. Entretanto, afirmou que, se sair vencedor, a decis�o sobre os nomes dos novos secret�rios e subprefeitos ser� feita em conjunto com as siglas.
"Eu n�o fiz nenhum loteamento de futuro governo(...). Voc� n�o pode lotear um governo que n�o existe. Passada a elei��o, n�s vamos conversar com os partidos que nos apoiaram, verificar se eles t�m nomes preparados, capacitados. N�o adianta a gente achar que s� o meu partido pol�tico tem nomes preparados. A gente tem um programa de governo. Quem tiver compromisso com esse programa de governo, capacidade, honestidade, n�o tem nenhum problema de fazer parte da gest�o", disse. "Os diferentes tamb�m prestam. N�o tem como a gente fazer um governo que seja sect�rio, voltado exclusivamente �s pessoas do meu partido."
O candidato tamb�m reiterou cr�ticas que fez � candidatura do seu rival, Guilherme Boulos (PSOL). Em uma pe�a publicit�ria, a campanha de Covas afirma que S�o Paulo ser� governada por "um partido s�" em caso de vit�ria de Boulos. Entretanto, o candidato advers�rio j� recebeu apoios de v�rios partidos, como PT, PDT, PCdoB, PSB e Rede. Perguntado se a campanha exagerou na afirma��o, o prefeito disse que considerava que todas as siglas defendiam "um projeto s�".
"Eu acho que � um projeto s�, n�? At� porque s�o projetos muito parecidos, portanto acho que a cr�tica vale. Acho que � muito mais relacionado [o material de campanha] ao projeto de poder enviesado, que eu acho que n�o cabe na cidade de S�o Paulo, que � uma cidade ampla, diversificada, diversa, em que � preciso conversar com direita, esquerda, centro e reconhecer que a gente tem bons nomes em todos os pontos", afirmou.
Diversidade e puni��o para atos racistas
Na sabatina, Covas tamb�m foi questionado sobre a diversidade em seu governo e puni��es para casos de racismo, como o ocorrido em Porto Alegre - que terminou com a morte do homem negro Jo�o Alberto Freitas. O prefeito afirmou que, durante o mandato atual, ampliou a quantidade de mulheres na gest�o - de tr�s para sete secret�rias municipais -, mas que "n�o foi poss�vel ter a presen�a de negros no secretariado". Questionado sobre qual foi a dificuldade dessas nomea��es, Covas irritou-se.
"Se eu achasse que a cidade estivesse sem nenhum problema para resolver, eu n�o era mais candidato � reelei��o. Eu acho que a gente avan�ou muito em v�rias �reas, mas a gente precisa avan�ar em muito mais, e essa � uma delas. N�o foi poss�vel avan�ar nesses quatro anos, n�s vamos avan�ar nos pr�ximos quatro", respondeu, dizendo tamb�m que assumiu o compromisso de indicar pessoas negras para secretarias em um eventual pr�ximo governo.
Covas declarou que ainda est� aprendendo sobre o tema, pois nunca sofreu racismo, mas que S�o Paulo avan�ou neste debate nos �ltimos anos, com a assinatura de um decreto sobre racismo estrutural e com o cumprimento da nomea��o de um m�nimo de 20% de pessoas negras para cargos de confian�a. Ele disse tamb�m que pretende adotar uma medida para cassar o alvar� de funcionamento de empresas que promovam o racismo.
"O deputado Orlando Silva apresentou esse projeto que trata da cassa��o de alvar�. Eu entrei em contato com ele e marquei para a pr�xima semana, pedi que a gente pudesse se reunir, para que a gente pudesse ter essa iniciativa na cidade de S�o Paulo. � uma boa ideia, vamos tamb�m trazer isso para c�." Silva disputou a Prefeitura pelo PCdoB e declarou apoio a Boulos no segundo turno da elei��o.
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