Com 64% dos votos v�lidos, Eduardo Paes (DEM) voltar� � prefeitura do Rio. Ele derrotou o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que tentava a reelei��o com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e ficou com 36%. Paes ganhou em todas as zonas eleitorais e teve o melhor resultado de um candidato em segundo turno desde a redemocratiza��o. A absten��o de 35%, no entanto, superou at� o n�mero de votos do vencedor: 1,7 milh�o de cariocas deixaram de ir �s urnas, enquanto Paes recebeu 1,6 milh�o de votos.
Favorito desde o in�cio da campanha, Eduardo Paes conseguiu manter a dianteira tanto no primeiro quanto no segundo turnos, e em nenhum momento se viu amea�ado. Durante a primeira etapa, ele priorizou as compara��es entre seus mandatos anteriores e o de Crivella, que � altamente rejeitado pela popula��o.
"N�s passamos os �ltimos anos radicalizando a pol�tica brasileira e contestando aqueles que exercem a atividade pol�tica, e os resultados desse quadro de extremos n�o fizeram bem aos cariocas nem aos brasileiros. Essa elei��o manifestou uma for�a muito grande daqueles que exercem a atividade pol�tica, a gest�o p�blica", disse, na noite de ontem, no discurso de vit�ria. "O governo reacion�rio que tomou conta da cidade nos �ltimos quatro anos foi ruim na gest�o, piorou a vida das pessoas e olhou a cidade com muito preconceito."
Maior derrota
Sem uma marca clara, o atual prefeito apelou para a aproxima��o com o bolsonarismo e, no segundo turno, partiu para o ataque contra Paes, propagando fake news requentadas de 2018, como o suposto "kit gay". Ele foi denunciado pela Procuradoria Regional Eleitoral por difama��o e propaganda falsa.
A derrota do atual prefeito � a maior de um candidato em segundo turno no Rio desde a redemocratiza��o. Antes, o recorde havia sido em 1996, quando Luiz Paulo Conde (PFL, hoje DEM) venceu S�rgio Cabral (PSDB) com 62% contra 38%. Crivella fez um pronunciamento � noite para agradecer o engajamento de seus eleitores, sobretudo os evang�licos. Sem citar o nome do advers�rio, falou por dez minutos e n�o respondeu se havia ligado para cumprimentar o prefeito eleito.
"Quero agradecer a vota��o que fizemos. Os institutos de pesquisa falavam com convic��o que n�o ir�amos nem ao segundo turno", disse e agradeceu o apoio recebido de Bolsonaro. "O presidente � um homem de convic��es. Ele contrariou a mar� por suas convic��es", afirmou Crivella, acrescentando que vai batalhar pela reelei��o do presidente.
V�nculo
Eleito agora pelo DEM, Paes ocupou a prefeitura pelo MDB entre 2009 e 2016. Com o esfacelamento do partido no Estado - motivado por esc�ndalos de corrup��o -, migrou para a atual legenda. Na elei��o para vereador na capital, o DEM fez sete vereadores. Trata-se da maior bancada, empatada com PSOL e o Republicanos de Crivella.
Apesar de ser a maior vit�ria do DEM nas capitais, Paes n�o tem um v�nculo partid�rio t�o forte e se recusa a se apresentar como cabo eleitoral de qualquer projeto da legenda para o Pa�s em 2022. Diz sempre que s� � "palanque" para o Rio, e que a cidade est� abandonada demais para ele pensar em cen�rios nacionais. Um dos partidos que o apoiaram na elei��o foi o PSDB, do governador e poss�vel presidenci�vel Jo�o Doria.
Ao comentar a vit�ria do aliado, Rodrigo Maia (DEM) foi na mesma linha e tentou desvincular o resultado no Rio da disputa de 2022. "N�o tem nada a ver com a elei��o nacional. � uma vit�ria da pol�tica, e o Bolsonaro sempre fez pol�tica. � uma vit�ria daqueles que fazem pol�tica e administram com qualidade. � a vit�ria do Rio", disse.
Menos dinheiro
Prefeito na �poca do Rio dos grandes eventos, especialmente a Olimp�ada, Paes receber� agora uma prefeitura com situa��o financeira desfavor�vel. A tend�ncia � que seja feita uma gest�o com menos obras e projetos de grande porte, que foram a marca de seus mandatos anteriores.
Durante a campanha, o prefeito eleito focou em retomar servi�os b�sicos que, segundo ele, foram sucateados com Crivella.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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