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Estado de Minas INVESTIGA��O

C�meras registraram senador acusado de estupro chegando com modelo em flat de SP

Imagens mostram o momento em que o senador Iraj� Silvestre Filho (PSD-TO) e a modelo deixam juntos a casa noturna Caf� de La Musique e chegam em hotel


30/11/2020 17:00 - atualizado 30/11/2020 17:14

A defesa do senador informou que vai esperar o fim das investigações(foto: Reprodução)
A defesa do senador informou que vai esperar o fim das investiga��es (foto: Reprodu��o)
Imagens de c�meras de seguran�a obtidas pela Pol�cia Civil no inqu�rito que apura a ocorr�ncia de estupro registrada por uma modelo de 22 anos contra o senador Iraj� Silvestre Filho (PSD-TO) mostram o momento em que os dois deixam juntos a casa noturna Caf� de La Musique e chegam a um hotel no Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista, na noite de 22 de novembro.

Procurada pela reportagem, a defesa do senador informou que vai esperar o fim das investiga��es e a 'conclus�o da sua plena inoc�ncia' para pedir apura��o de crime de denuncia��o caluniosa e falsa comunica��o de crime supostamente cometidos pela modelo.

Os registros das c�meras da boate mostram que os dois entregam as pulseiras que usavam e, em seguida, v�o at� a porta para deixar o local. Outra filmagem do estabelecimento mostra quando os dois caminham pela cal�ada ap�s sa�rem da casa noturna. Ele estava com o bra�o sobre os ombros dela e depois se deram as m�os.

Na recep��o do hotel, uma c�mera registrou a entrada dos dois, ainda de m�os dadas. Ele, com um copo na outra m�o. O senador fala com a recepcionista e recebe a chave de uma su�te que pertence � fam�lia dele. Depois, segue com a modelo em dire��o ao elevador.

O senador abre a porta, mas eles n�o entram de imediato. Iraj� coloca uma das m�os na cintura da mulher. Pela c�mera instalada no interior do elevador � poss�vel ver que a modelo mexia no celular. Eles ficam parados por 35 segundos.

Segundo o depoimento da recepcionista, obtido pela reportagem, os dois aparentavam estar alcoolizados e a modelo hesitou antes de entrar no elevador. Ela teria perguntado ao senador 'onde � que estou' e ele teria respondido: 'voc� est� no meu pr�dio'. Ainda de acordo com o relato da funcion�ria, a mulher voltou a perguntar onde estava e, naquele momento, o senador deu a ela o endere�o do flat.

Aos policiais, a recepcionista disse tamb�m que, diante da hesita��o da modelo, chamou um seguran�a do hotel, achando que a mo�a n�o ia querer subir at� o quarto do senador. Quando o colega chegou, a funcion�ria relatou que havia estranhado que a mulher n�o queria entrar no elevador e perguntou duas vezes onde estava. Pelas imagens d� para ver que os dois funcion�rios acompanham a movimenta��o da modelo e do senador pelas c�maras de seguran�a da recep��o.

Ainda de acordo com o depoimento da recepcionista, os dois decidiram que seria melhor que o seguran�a esperasse cerca de dez minutos e depois fosse at� o andar do apartamento. O funcion�rio teria voltado dizendo que a porta estava entreaberta e que 'estava tudo normal, que n�o havia escutado qualquer barulho fora do comum'. Em seu depoimento, o seguran�a confirmou a vers�o.

A Pol�cia Militar foi chamada pouco mais de duas horas depois, �s 1h36, pelo 190. A liga��o partiu da recepcionista depois que um casal de amigos da modelo recebeu pedidos de socorro por mensagem e foi at� o hotel. Acompanhado pelo seguran�a do estabelecimento, o amigo subiu at� o quarto e, quando os dois desceram, o funcion�rio sugeriu que a PM fosse acionada, porque 'haviam escutado uma mulher chorando e pedindo ajuda dentro do apartamento' do senador, contou a recepcionista.

No entanto, antes que os dois tivessem descido, a amiga da modelo tamb�m subiu at� o quarto e, quando voltou � recep��o, j� estava acompanhada da v�tima. Segundo a funcion�ria do hotel, a jovem aparentava estar 'em desespero'.

Quando os policiais chegaram ao hotel, o senador j� havia deixado o local. Posteriormente os agentes analisaram as c�meras de seguran�a e constataram que Iraj� havia sa�do pelo subsolo do estabelecimento. A recepcionista tamb�m contou, na delegacia, que um amigo do parlamentar esteve no local e tentou conversar com a modelo, mas foi impedido pelos agentes.

Um agente publicit�rio conhecido da modelo tamb�m foi chamado a prestar depoimento por ter participado, horas antes do suposto crime, de um almo�o no Jockey Club, na zona sul da capital paulista, ocasi�o em que a jovem e o senador se conheceram. Ele contou aos policiais que um grupo de cerca de dez pessoas esteve junto no evento e que todos estavam consumindo bebidas alco�licas.

Por volta das 18h, eles teriam ido a uma festa no apartamento de outra modelo da ag�ncia, onde continuaram bebendo e a v�tima e o senador se beijaram. Na sequ�ncia, j� pelas 20h30, apenas o senador, a modelo que alega ter sido estuprada e um amigo dela foram ao Caf� de La Musique.

� 1h19, o publicit�rio recebeu um pedido de socorro pelo WhatsApp: "Jean me ajuda, manda a pol�cia o Senador est� me estuprando" (sic), dizia a mensagem, acompanhada da localiza��o do hotel, que s� foi visualizada por ele por volta de 3h.

Embora n�o tenha ido at� o hotel, o publicit�rio deu detalhes sobre o momento em que a v�tima foi retirada do quarto. Isso porque a amiga da modelo teria lhe contado que bateu na porta e o senador abriu para que ela entrasse.

Ao ser questionado sobre a v�tima, o parlamentar teria respondido: "Est� passando mal no banheiro". Ap�s a chegada da amiga, a modelo, nua e 'descontrolada', teria sa�do do banheiro e tentado agredir o parlamentar.

A vers�o da modelo


A modelo foi ouvida na �ltima ter�a-feira, 24. Na ocasi�o, apresentou aos policiais 'prints' das mensagens enviadas aos amigos pedindo ajuda.

No depoimento, ela contou que trocou beijos e abra�os de forma consensual com o senador durante a festa no apartamento da amiga, j� que ele pareceu ser uma pessoa 'confi�vel, bacana e legal'.

Depois disso, recebeu um convite dele para ir ao Caf� de La Musique. Ela disse que se lembra da chegada � casa noturna e que, pelo que se recorda, chegou a ingerir bebida alco�lica no local, mas n�o soube informar o tipo.

Ela afirmou, ainda, que sua �ltima lembran�a foi de quando estava dan�ando. A partir de ent�o afirmou ter tido um 'apag�o', um per�odo de amn�sia, n�o se recordando, 'nem mesmo por flash', do que aconteceu.

Ainda de acordo com o depoimento, ela informou � pol�cia que come�ou a recobrar a consci�ncia, j� com o senador em cima dela, mantendo 'conjun��o carnal', a penetrando sem preservativo, e dizendo frases como: 'voc� � minha', 'estou apaixonado' e 'eu vou te fazer um filho agora'. Ela relatou � pol�cia que ficou com medo de ser agredida e, por isso, n�o resistiu ao abuso, mas pedia para ir ao banheiro, tomar �gua e se comunicar com amigos e com a m�e, sem sucesso, porque ele a mantinha deitada.

Quando conseguiu sair da cama, ap�s dizer que estava passando mal, a v�tima se trancou no banheiro e come�ou a pedir socorro aos amigos atrav�s de mensagens pelo celular. Segundo o depoimento, o senador batia 'insistentemente' na porta do banheiro e ela s� saiu quando a amiga chegou ao local. Nesse momento, admitiu que tentou agredir o senador.

A modelo acrescentou que 'teme a exposi��o indevida de seu nome, pela sua seguran�a e de sua fam�lia, bem como teme por eventuais preju�zos em sua carreira e que deseja que a investiga��o se mantenha em absoluto sigilo'.

A vers�o do senador


O senador Iraj� foi ouvido na �ltima segunda-feira, 23, e confirmou que conheceu a modelo no almo�o e que a conversa evoluiu para uma 'paquera'. Depois do evento no Jockey Club, segundo o parlamentar, a modelo o convidou para a festa na casa da amiga, onde se beijaram e trocaram car�cias rec�procas.

O senador acrescentou que, por volta das 20h, foram para a o Caf� de la Musique. Conforme o depoimento, na casa noturna, eles 'instigaram um ao outro sexualmente' e resolveram caminhar at� o flat. Iraj� confirmou que os dois tinham bebido, mas disse que nenhum dos dois estava inconsciente.

Questionado sobre o momento em que, j� no hotel, a modelo fica parada na porta do elevador e parece relutar em subir ao quarto, o parlamentar disse que ela demorou porque estava enviando mensagens e temia perder o sinal do celular ao entrar.

Ainda segundo o parlamentar, eles mantiveram rela��es sexuais de forma consensual e em nenhum momento a modelo demonstrou resist�ncia ou falou que queria ir embora do flat.

O senador afirma que, depois disso, ela demorou no banheiro at� que ele recebeu mensagens da amiga da modelo dizendo que a jovem estava pedindo ajuda, porque havia sido agredida. Ele contou que chegou a bater algumas vezes na porta para saber se ela estava bem e que ela 'entrou no banheiro de um jeito e saiu de outra forma'.

Quando a amiga da modelo chegou ao quarto, ela teria informado ao senador que os policiais j� estavam no t�rreo. Ele tamb�m contou que recebeu uma liga��o de um amigo dizendo que a jovem havia mandado mensagens para outras pessoas pedindo ajuda. Esse amigo foi at� o hotel, cruzou com a v�tima na recep��o e lhe disse que ela 'parecia transtornada'.

Na sequ�ncia, Iraj� teria ligado para o advogado Daniel Bialski em busca de orienta��o, porque 'n�o estava entendendo o que estava acontecendo'.

Em nota, a defesa do senador, composta ainda pelos advogados Jo�o Batista Augusto J�nior e Bruno Borragine, informou que o senador se apresentou espontaneamente no mesmo dia para prestar depoimento e se submeter aos exames de corpo de delito e toxicol�gico.

Os advogados disseram que as imagens 'revelam justamente o contr�rio' do que afirmou a modelo. "Eles chegaram de m�os dadas, caminhando tranquilamente, e, mais que isso, mostram que ela manuseara seu celular, conduta incompat�vel com algu�m que estaria alegadamente sem a capacidade e discernimento de seus atos", dizem os advogados.

A defesa sustenta ainda que uma per�cia no celular da modelo foi solicitada e que os conte�dos ser�o pe�a chave para fornecer detalhes ainda n�o totalmente esclarecidos.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO DANIEL BIALSKI, JO�O BATISTA AUGUSTO J�NIOR E BRUNO BORRAGINE, DEFENSORES DO SENADOR

Procurados pela reportagem, os advogados do senador informaram que v�o esperar o fim das investiga��es e a 'conclus�o da sua plena inoc�ncia' para pedir apura��o de crime de denuncia��o caluniosa e falsa comunica��o pela modelo.

Na �ltima quarta-feira, 25, a defesa divulgou a seguinte nota � imprensa:

1 - O Senador Iraj� Silvestre prestara todos os esclarecimentos necess�rios desde o epis�dio, comparecendo espontaneamente no mesmo dia e prestado depoimento � Autoridade Policial, se submetendo aos exames de corpo de delito e toxicol�gico;

2- O resultado do exame de corpo de delito do nosso constituinte foi negativo, fulminando, de pronto, a alega��o da v�tima de que teria entrado em luta corporal com ele;

3- A denunciante disse que teria sido supostamente "dopada", "estaria inconsciente" ou com "amn�sia" quandoainda estava na companhia do Senador Iraj� desde o momento em que estavam com amigos num restaurante da Capital Paulista, o que n�o condiz com a realidade;

4 -Todas as imagens de CFTV requisitadas, de todos os locais em que estiveram naquela data, revelam justamente o contr�rio, ou seja, de que eles chegaram de m�os dadas, caminhando tranquilamente, e, mais que isso, mostrando que ela manuseara seu celular, conduta incompat�vel com algu�m que estaria alegadamente sem a capacidade e discernimento de seus atos.

5) Os conte�dos do celular da acusadora ser�o pe�a chave para esclarecer detalhes e mist�rios ainda n�o totalmente esclarecidos deste epis�dio. Destacando que nas duas primeiras idas � delegacia, a acusadora se recusou a entregar o aparelho. Por fim, a defesa peticionou, requisitando a oitiva de diversas testemunhas e dilig�ncias, afora as outras que ser�o produzidas no �mbito do Inqu�rito Policial, e, aguarda que ao final das apura��es, a verdade prevalecer� e a inoc�ncia do Senador Iraj� Silvestre restar� devidamente comprovada.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO JAIR JALORETO, QUE DEFENDE A MODELO

Como advogado da jovem v�tima de crime sexual sofrido entre a noite de 22 e a madrugada de 23 de novembro de 2020 em um flat em regi�o nobre da na Cidade de S�o Paulo, a seu pedido e da sua fam�lia, tenho a declarar o seguinte:

Profundamente abalada com todo o ocorrido e com a repercuss�o do caso, a v�tima n�o se pronunciar� sobre o assunto, tampouco conceder� entrevista a qualquer ve�culo de imprensa.

Expressamos nossa indigna��o com o vazamento - seletivo - de imagens que fazem parte de um procedimento investigat�rio, que tramita em absoluto sigilo.

Quanto ao teor das imagens, entendemos imprudente fazer qualquer ju�zo de valor a seu respeito antes da conclus�o das investiga��es, pois tais filmagens (bem como outras provas, ainda n�o divulgadas pela imprensa) ser�o objeto de per�cia.

Outrossim, permanecemos confiando no trabalho da Pol�cia Civil do Estado de S�o Paulo, certos de que ao final a Verdade e a Justi�a prevalecer�o.


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