No segundo dia ap�s a vit�ria contra Marcelo Crivella (Republicanos), o prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (DEM), se encontrou com o governador em exerc�cio, Cl�udio Castro (PSC), e buscou passar um clima de harmonia entre cidade, Estado e governo federal. Antes de Wilson Witzel (PSC) ser afastado, o Pal�cio Guanabara estava sem di�logo com a Uni�o. A atual prefeitura, por sua vez, tem certa dificuldade em trabalhar de modo integrado com o Estado.
Castro � pr�ximo � fam�lia Bolsonaro e, assim que assumiu o cargo, procurou priorizar a retomada das conversas - nomeando, inclusive, aliados do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), como ocorreu na semana passada com o deputado estadual Dr. Serginho na secretaria de Ci�ncia e Tecnologia. Paes mant�m boa rela��o com Castro desde que era prefeito e ele vereador. Quanto a Bolsonaro, o prefeito eleito tem sinalizado que precisa haver rela��o institucional, apesar de integrarem grupos pol�ticos distintos.
"Liguei para o presidente Bolsonaro. Conversamos rapidamente, ele me cumprimentou pela vit�ria. Temos um governo (federal) essencialmente carioca, e todos ter�o muito interesse em ajudar nossa cidade e nosso Estado", apontou em pronunciamento ao lado de Castro no Pal�cio Guanabara. Eles haviam almo�ado na sede do governo estadual para tratar de temas em que as duas esferas podem trabalhar de modo integrado, como � o caso do combate � pandemia.
Estiveram no encontro os dois futuros "supersecret�rios" de Paes: os deputados federais Pedro Paulo (DEM-RJ), de Fazenda e Planejamento, e Marcelo Calero (Cidadania-RJ), de Governo e Integridade P�blica. Calero foi oficialmente anunciado para a vaga na manh� desta ter�a-feira, enquanto Pedro Paulo ser� nesta quarta.
A pasta assumida pelo deputado do Cidadania, al�m de acumular fun��es de peso como a da atual Casa Civil, tem um valor simb�lico: ao acrescentar uma subsecretaria de Integridade P�blica, Paes tenta mostrar "toler�ncia zero" a poss�veis atos de corrup��o no governo.
Ele � r�u por suposto caixa 2 da Odebrecht na elei��o de 2012 e tamb�m por corrup��o passiva, fraude � licita��o e falsidade ideol�gica no processo de constru��o do Parque Ol�mpico de Deodoro, antes da Olimp�ada de 2016. Questionado, sempre nega as acusa��es e diz que ningu�m pode ser punido por ter estado ao lado de quem errou - em refer�ncia ao ex-aliado e ex-governador S�rgio Cabral (MDB).
Ex-ministro da Cultura do governo de Michel Temer (MDB), Calero ficou marcado por denunciar � Pol�cia Federal que o ent�o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o havia pressionado para liberar a obra de um pr�dio em Salvador que estava embargada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan). Geddel tinha comprado um apartamento naquele terreno.
"N�o � por acaso que escolhi o Calero. Temos aqui um servidor do Estado brasileiro, um diplomata. E que mostrou na pr�tica aquilo que todos esperamos de autoridades p�blicas. Cumpriu um papel importante, simb�lico para o Brasil. Fiz quest�o de t�-lo j� como coordenador de campanha", disse Paes.
Sob a al�ada da subsecretaria de Integridade P�blica, comandada pelo delegado filiado ao Cidadania Brenno Carnevale, haver� tr�s pilares, segundo Calero: transpar�ncia e preven��o; controle e san��o; participa��o e controle social.
"Teremos mecanismos e ferramentas para que gestores p�blicos da nossa gest�o sejam permanentemente avaliados e escrutinados. N�o haver� qualquer tipo de toler�ncia em rela��o a comportamentos desviantes", disse o deputado e futuro secret�rio. "N�o se trata de uma postura policialesca, de ca�a �s bruxas. Nem de dizer que n�o haver� mais casos de corrup��o na prefeitura. Mas trataremos de criar um ambiente desfavor�vel ao delito, � corrup��o."
Ligado a grupos de renova��o pol�tica, como o Agora, Calero � um dos entusiastas da candidatura de Luciano Huck � Presid�ncia em 2022. Como o Estad�o mostrou nesta ter�a-feira, come�a a ganhar for�a uma poss�vel filia��o do apresentador global ao DEM. Antes, o partido mais cotado era o Cidadania.
Al�m de Calero e Pedro Paulo, Paes j� anunciou outros tr�s secret�rios: o m�dico Daniel Soranz, para a Sa�de, Anna Laura Valente Secco, para a Conserva��o, e Salvino Barbosa, para a nova pasta de Juventude.
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