
Rec�m-contratado como s�cio-diretor da consultoria de gest�o de empresas Alvarez & Marsal, o ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro afirmou que sua migra��o para a iniciativa privada n�o o afasta da agenda anticorrup��o.
"As empresas n�o precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito. A minha ida para uma empresa como a Alvarez & Marsal segue a linha do que eu sempre defendi, que � importante n�s adotarmos pol�ticas de integridade e anticorrup��o. N�o h� nenhum dem�rito em rela��o a se trabalhar por esses objetivos no setor p�blico", disse Moro.
Respons�vel pela �rea que vai alocar o ex-ministro da Justi�a, o executivo da M&A Marcos Ganut afirmou que as negocia��es com Moro levaram cerca de cinco semanas e envolveram rodadas de conversas com equipes no Brasil e no exterior. Segundo ele, n�o � novidade na empresa a contrata��o de egressos do setor p�blico.
"N�s temos pessoas que vieram do Departamento de Justi�a dos Estados Unidos, com um background tamb�m de ter vivido de um �ngulo diferente este processo de investiga��o", disse o executivo � reportagem. "N�o � uma novidade para a empresa. Claro que a gente est� falando de uma figura que tem uma express�o ainda maior para o nosso mercado."
Na A&M, Moro vai atuar na �rea de "Disputas e Investiga��es". O foco do trabalho ser� ajudar empresas no desenvolvimento de pol�ticas antifraude e anticorrup��o, governan�a de integridade e conformidade e pol�ticas de compliance. "A corrup��o envolve quem paga e quem recebe. Tem de trabalhar dos dois lados", disse Moro.
O an�ncio da contrata��o do ex-juiz da Lava-Jato - feito no domingo passado - levantou a discuss�o sobre um poss�vel conflito de interesses.
Isso porque o rol de clientes atendidos pela consultoria inclui empresas investigadas na Lava-Jato.
A A&M foi designada, por exemplo, como agente de recupera��o judicial da Odebrecht - empreiteira que fechou acordo de leni�ncia com a for�a-tarefa de Curitiba e teve dezenas de executivos que fizeram dela��o premiada, entre eles Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro.
A consultoria tamb�m trabalha na reestrutura��o da Queiroz Galv�o e atende, ainda, a OAS e a Sete Brasil.
Cl�usula
Moro e Ganut afirmaram que essa quest�o foi pensada antes da assinatura do contrato e, para evitar questionamentos, foi inclu�da uma cl�usula que pro�be expressamente a atua��o do novo s�cio em qualquer caso que envolva empresas cujos processos tenham passado por ele nos tempos de magistratura.
"Tanto eu quanto a A&M concordamos expressamente com essa cl�usula. N�s estamos aqui para fazer a coisa correta, n�o o contr�rio. E o setor que atende essas empresas da Lava Jato � outro setor que n�o aquele em que eu vou trabalhar", disse o ex-ministro.