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Estado de Minas RESULTADO DAS ELEI��ES

Em 2 anos, 'onda laranja' vira frustra��o para Novo; Amo�do pede 'reflex�o'

Clima neste p�s-elei��es contrasta com o de dois anos atr�s, quando partido lan�ou 414 candidatos e elegeu 21 parlamentares e o governador de Minas, Romeu Zema


02/12/2020 11:42 - atualizado 02/12/2020 12:27

(foto: Wikimedia commons)
(foto: Wikimedia commons)


A "onda laranja" ensaiada pelo partido Novo em 2018, com a estreia da sigla nas elei��es gerais, chegou �s disputas deste ano como uma marolinha. Nem a principal lideran�a do partido, o ex-presidenci�vel Jo�o Amo�do, escondeu a frustra��o pelos 29 vereadores e um prefeito eleitos em 2020, n�mero considerado por ele "aqu�m" das expectativas.

O clima da sigla neste p�s-elei��es contrasta com o de dois anos atr�s, quando o partido lan�ou 414 candidatos e elegeu 21 parlamentares, al�m do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Na corrida pela Presid�ncia daquele ano, Amo�do surpreendeu: terminou o 1º turno � frente de Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos), que participavam dos debates, e menos de tr�s pontos porcentuais atr�s de Geraldo Alckmin (PSDB). Neste ano, das 620 candidaturas, o Novo elegeu 29 vereadores e um prefeito, o de Joinville (SC), Adriano Silva.

"O nosso desempenho em 2020 ficou aqu�m daquilo que se esperava do Novo. Isso n�o tira o m�rito e os parab�ns aos eleitos, mas deve servir como alerta e reflex�o", diz Amo�do. "� importante valorizar os resultados, por�m � mais importante identificar e aprender com os erros, s� assim continuaremos a crescer e ser de fato uma institui��o que represente a esperan�a de mudan�a para o Pa�s."

Leia tamb�m: Novo n�o faz nenhum prefeito em Minas em 2020

O ano foi marcado por disputas internas no Novo. A principal delas envolveu Filipe Sabar�, que tentou disputar a Prefeitura de S�o Paulo, mas foi suspenso pela pr�pria sigla e teve sua candidatura indeferida. Sabar� afirmou ter sido alvo de uma persegui��o promovida por Amo�do e por uma suposta ala "esquerdista minorit�ria" dentro do partido, que tem vi�s liberal. A situa��o exp�s a divis�o entre um grupo mais alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, que inclui Sabar�, Zema e alguns deputados; e cr�ticos do Planalto, como Amo�do. Um grupo de WhatsApp chamado "Tentando Salvar o Novo", que reuniu desafetos de Sabar� durante a pr�-campanha, contribuiu para acirrar os �nimos no diret�rio estadual da sigla.

Candidata a vereadora em S�o Paulo e alinhada a Sabar�, Waf� Kadri usou as redes sociais para criticar a dire��o da sigla. "Jamais deixei de acreditar nas ideias do partido, mas tudo tem limite", escreveu. "Cada vez mais faz sentido apoiar candidaturas independentes. Isso acabaria com as panelinhas e caciquismo."

Imagem em conflito

Para o cientista pol�tico Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie, os conflitos internos ajudam a entender o mau desempenho do Novo em 2020, mas a pandemia tamb�m � uma explica��o. "O partido se constituiu numa perspectiva liberal, mas em 2018 essa ideia foi associada a Bolsonaro. Nos anos seguintes, ficou conflagrado por uma dificuldade de estabelecer uma identidade por causa disso. Al�m disso, n�o faz sentido falar em diminuir o Estado num momento de pandemia, em que se n�o fosse o Estado intervindo com aux�lio emergencial e outras a��es a situa��o estaria mais cr�tica. O discurso liberal perdeu espa�o neste momento."

A imagem no Novo pode sair prejudicada, de acordo com Cris Monteiro, vereadora eleita em S�o Paulo, onde a bancada do partido passou de um para dois representantes. "O partido est� com uma imagem difusa na cabe�a do eleitor. Afinal, apoiamos o governo Bolsonaro ou somos oposi��o? Essa falta de posicionamento pode ter feito o partido perder dos dois lados."

O prefeito eleito pela sigla em Joinville (SC), Adriano Silva, exemplifica a falta de posicionamento claro de algumas lideran�as do partido. Primeiro prefeito eleito pelo Novo, ele foi questionado pelo Estad�o sobre o desempenho da sigla em 2020, o efeito das disputas internas e sobre como avalia os governos estadual catarinense e federal. Adriano se definiu como liberal na economia e conservador nos costumes e afirmou ter se dedicado tanto � campanha municipal que ficou "totalmente alheio" �s quest�es internas do Novo, e n�o quis comentar sobre Bolsonaro ou Carlos Mois�s. "Uma coisa � verdade. Romper a pol�tica atual no Brasil � ir contra o mecanismo", disse.

O presidente da sigla, Eduardo Ribeiro, reconheceu que o imbr�glio com Sabar� em S�o Paulo prejudicou o desempenho na cidade e v� os conflitos internos como parte de um processo de crescimento a sigla. Ele aponta o aumento das bancadas do Novo em Belo Horizonte, onde agora s�o tr�s vereadores do partido, e em S�o Paulo, como bons resultados neste ano. Em Curitiba (PR), a vereadora mais votada, Indiara Barbosa, � do Novo.

"O saldo foi bom, mas poderia ser melhor. Sab�amos das dificuldades de conjuntura, mas existia expectativa", diz Ribeiro. "(Os conflitos) t�m impacto grande. Mas a longo prazo, a coer�ncia do partido vai prevalecer. Era um partido pequeno, que agora tem bancada na C�mara, um governador, um prefeito de capital."

N�mero do Partido Novo nas elei��es:

Em 2020: 620 candidatos (30 para prefeito e 560 para vereador); eleitos: um prefeito (Joinville/SC) e 29 vereadores.

Em 2018: 414 candidatos (presidente, cinco para governador, seis para senador, 228 para deputado federal, 125 para deputado estadual e 331 para deputado distrital); eleitos: um governador (Minas Gerais) e 21 parlamentares.

Em 2016: 144 candidatos (um para prefeito e 142 para vereador); eleitos: quatro vereadores.


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