
Pelo menos parte da bancada feminina prepara uma representa��o contra o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que h� pouco discursou no plen�rio virtual dizendo que, a partir de agora, chamaria as deputadas de “deput�ricas”, “deputadas hist�ricas”, que “n�o respeitam minimamente o presidente da Rep�blica”. ele mencionou ainda que elas “s� criticam e ofendem”.
As deputadas, como, S�mia Bonfim (PSol-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Fl�via Arruda (PL-DF) e �rika Kokay (PT-DF) protestaram e avisaram que v�o ao Conselho de �tica contra o que consideraram um apelido “rid�culo, indecoroso e machista”, definiu Jandira. E avisou ao peselista: “N�o vamos parar de nos posicionar. Vai ter que nos ouvir ainda que n�o goste”. As deputadas avisam ainda que, se o parlamentar quiser debater, que o fa�a no m�rito dos projetos e da posi��o pol�tica da ala feminina do Congresso, n�o com coment�rios sexistas. “N�o vamos aceitar nenhum tipo de machismo. J� temos que conviver com isso na rua. N�o � poss�vel que tenhamos que conviver tamb�m no Parlamento”, protestou Fl�via Arruda.
Durante todo o dia, outras deputadas tamb�m entraram na sess�o virtual para registrar sua indigna��o contra o coment�rio do deputado Bibo Nunes, que, em seu pronunciamento, ainda se vangloriava de ter criado um “neologismo”. �rika Kokay (PT-DF) mencionou que, durante toda a campanha essa viol�ncia de g�nero esteve presente em candidaturas, como, Mar�lia Arraes e Manuela D’�vila. “Todas as vezes que mulheres se colocam e dizem que lugar de mulher � onde ela quiser e ocupam espa�os que a l�gica sexista, machista, reserva para os homens, elas s�o atacadas. Vimos aqui nesta sess�o. A misoginia � cr�nica, engravatada, com sapatos reluzentes. Tentar caracterizar a firmeza da posi��o das mulheres como histeria. Os homens, quando s�o firmes, s�o chamados de convictos, combativos”, afirmou �rika. Citando S�crates, ela completou: “A viol�ncia � sempre a arma dos fracos, daqueles que n�o conseguem debater ideias”. Joenia Wapichana (Rede-RR) e perpetua Almeida tamb�m fizeram coronav�rus: “Quando um deputado vai � tribuna ofender as parlamentares, est� ofendendo as mulheres do Brasil”, mencionou Perp�tua.
Ao longo de toda a campanha municipal, muitas candidatas mulheres de v�rios partidos sentiram na pele o preconceito, nos mais diversos n�veis, com ataques sexistas e racistas. Em Bauru, por exemplo, a prefeita eleita, Su�llen Rossim, do Patriotas, chegou a ser amea�a de morte por causa da sua cor. Em Porto Alegre, Manuela D’�vila foi alvo de v�rios ataques sexistas na internet. A campanha pediu a suspens�o de mais de 91 postagens mentirosas a respeito da candidata ga�cha. Em S�o Paulo, a deputada Joyce Hasselmann tamb�m foi alvo de ataques desse tipo. Agora, pelo visto, a bancada feminina chegou ao limite com os ataques.