
Bras�lia – O presidente Jair Bolsonaro aposta na recupera��o da economia como o grande trunfo para buscar a reelei��o em 2022. N�meros apresentados pela equipe econ�mica apontam previs�o de que o Produto Interno Bruto (PIB) cres�a entre 3% e 4% em 2021 e 2022.
O pr�prio chefe do Executivo se mant�m confiante na retomada e, a exemplo do ministro da Economia, Paulo Guedes, apesar do crescimento abaixo do esperado pelo mercado, defendeu que a economia est� “crescendo em V” e que os “�ltimos dados s�o realmente fant�sticos”.
No entanto, especialistas entendem que o pr�ximo ano se inicia envolto em incertezas e dificuldades em uma retomada mais robusta na economia, demandando a tomada de decis�es firmes por parte do presidente.
O pr�prio chefe do Executivo se mant�m confiante na retomada e, a exemplo do ministro da Economia, Paulo Guedes, apesar do crescimento abaixo do esperado pelo mercado, defendeu que a economia est� “crescendo em V” e que os “�ltimos dados s�o realmente fant�sticos”.
No entanto, especialistas entendem que o pr�ximo ano se inicia envolto em incertezas e dificuldades em uma retomada mais robusta na economia, demandando a tomada de decis�es firmes por parte do presidente.
A come�ar pelo risco de uma segunda onda da COVID-19 e j� tem levado a novos decretos de lockdown no mundo. Em contrapartida, h� a expectativa do in�cio da vacina��o da popula��o, mas ainda n�o se sabe em que ritmo a maioria ser� imunizada, o que impacta negativamente na oferta de vagas de empregos.
Outro entrave � o t�rmino do aux�lio emergencial durante a pandemia, que at� ent�o vinha ajudando a puxar o PIB pela inje��o no consumo, abarcando ainda o segmento social dos chamados “invis�veis”.
Para amparar essas fam�lias, substituir a ajuda e n�o perder a popularidade alavancada pelo programa, o governo federal vem ensaiando a cria��o do Renda Brasil, que n�o chegou a sair do papel ao esbarrar na falta de fonte de verba.
Popularidade
Para amparar essas fam�lias, substituir a ajuda e n�o perder a popularidade alavancada pelo programa, o governo federal vem ensaiando a cria��o do Renda Brasil, que n�o chegou a sair do papel ao esbarrar na falta de fonte de verba.
Outra d�vida que paira � sobre a capacidade do governo em aprovar a agenda de reformas como a Tribut�ria, que � a mais demandada por investidores internos e externos, visando diminuir os custos de entrada de investimentos e assim, promover seguran�a para que haja um est�mulo real ao aumento daqueles investimentos.
H� ainda a Administrativa, a PEC Emergencial, dos Fundos P�blicos, o Pacto Federativo e o Or�amento da Uni�o de 2021, postergadas em meio a uma disputa pela presid�ncia da C�mara e que poderiam melhorar o gasto. Para analistas, s�o fatores primordiais para acenar confian�a ao mercado internacional e a investidores.
H� ainda a Administrativa, a PEC Emergencial, dos Fundos P�blicos, o Pacto Federativo e o Or�amento da Uni�o de 2021, postergadas em meio a uma disputa pela presid�ncia da C�mara e que poderiam melhorar o gasto. Para analistas, s�o fatores primordiais para acenar confian�a ao mercado internacional e a investidores.
Pandemia
“Assim como este ano foi at�pico, n�o se sabe se no pr�ximo poderemos ver novas restri��es da pandemia. Esse crescimento de 7,7% do primeiro trimestre n�o deve se repetir no quarto semestre. O governo sequer fixou uma meta fiscal para o ano que vem. Vai depender n�o s� do comportamento da pandemia, mas da vacina o quanto antes e da celeridade na aprova��o das propostas e reformas. Isso trar� uma visualiza��o de que o governo poder� caminhar com austeridade e responsabilidade fiscal”, destaca.
Para n�o ver sua popularidade desabar, analisa, Bolsonaro dever� insistir em criar um programa com r�tulo pr�prio ou ainda aprimorar o j� existente Bolsa Fam�lia.
“Ele sabe que se n�o fizer um novo programa social atendendo a esse segmento, sua aprecia��o vai cair. Por um lado, precisa do programa, mas por outro, est� numa situa��o fiscal dif�cil e sem recursos, limitado pelo teto de gastos. Esse � um dos grandes desafios para 2021”.
“Ele sabe que se n�o fizer um novo programa social atendendo a esse segmento, sua aprecia��o vai cair. Por um lado, precisa do programa, mas por outro, est� numa situa��o fiscal dif�cil e sem recursos, limitado pelo teto de gastos. Esse � um dos grandes desafios para 2021”.
A advogada constitucionalista e mestre em direito p�blico pela Funda��o Getulio Vargas (FGV) Vera Chemim defende que a possibilidade de a economia decolar aos n�veis esperados por Bolsonaro at� 2022 depender� de outras vari�veis como o investimento privado, al�m do desempenho do setor prim�rio.
O consumo das fam�lias ser� fundamental para que a demanda de bens e servi�os da economia possa aumentar e pressionar positivamente o investimento privado nos tr�s setores da economia.
Consumo
O consumo das fam�lias ser� fundamental para que a demanda de bens e servi�os da economia possa aumentar e pressionar positivamente o investimento privado nos tr�s setores da economia.
“Para que o consumo das fam�lias possa crescer � necess�rio que a oferta de emprego seja estimulada. O governo precisa adotar estrat�gias eficientes e eficazes para atrair o investimento e o consumo estrangeiros. O Brasil tamb�m depender� do n�vel de crescimento dos pa�ses desenvolvidos, levando em conta a pandemia e outros problemas dela decorrentes que podem contribuir negativa ou positivamente a economia brasileira, a julgar pelos n�veis de importa��o daqueles pa�ses e da sua disposi��o em investir no Brasil”, explicou.
O professor de finan�as p�blicas da Universidade de Bras�lia (UnB) e membro da Comiss�o de Economia, Newton Marques, defende que Guedes ter� que “baixar a bola”.
“O governo e Guedes falam de recupera��o em V. Ele fala de otimismo, mas sendo realista, vai ter que baixar a bola. O crescimento ser� menor que 3%. Um dado relevante � comparar o terceiro trimestre deste ano contra o do ano passado, houve uma queda de 3,9% em 12 meses”, diz.
“Bolsonaro precisa governar e fazer com que Guedes assuma que o liberalismo n�o � mais a sa�da. Precisa de interven��o do Estado. Ou faz isso ou vai sucumbir. Sem ter for�a para se reeleger”, advertiu.
“O governo e Guedes falam de recupera��o em V. Ele fala de otimismo, mas sendo realista, vai ter que baixar a bola. O crescimento ser� menor que 3%. Um dado relevante � comparar o terceiro trimestre deste ano contra o do ano passado, houve uma queda de 3,9% em 12 meses”, diz.
“Bolsonaro precisa governar e fazer com que Guedes assuma que o liberalismo n�o � mais a sa�da. Precisa de interven��o do Estado. Ou faz isso ou vai sucumbir. Sem ter for�a para se reeleger”, advertiu.
J� o cientista pol�tico da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Augusto Prando, exp�e que embora haja sinais de uma melhora t�mida na economia, Bolsonaro poder� enfrentar dificuldades na C�mara para aprovar as reformas que necessita.
“Dependendo de quem for o presidente da C�mara, pode trancar pautas. Qualquer reforma pode ficar parada, fazendo com que o ambiente pol�tico gere desconfian�a entre acionistas e investidores, consequentemente, dificultando a reelei��o de Bolsonaro”.
“Dependendo de quem for o presidente da C�mara, pode trancar pautas. Qualquer reforma pode ficar parada, fazendo com que o ambiente pol�tico gere desconfian�a entre acionistas e investidores, consequentemente, dificultando a reelei��o de Bolsonaro”.
Prando conclui tamb�m que o presidente deveria dar sinais de di�logo � comunidade internacional, substituindo os ministros Ernesto Ara�jo e Ricardo Salles. “Ele poderia trocar o chanceler, acenando que o Brasil est� menos ideol�gico e mais pragm�tico, o que impacta nas quest�es econ�micas”.
O especialista diz que Bolsonaro precisa governar, de fato. "Colocar quest�es ideol�gicas de lado ou as dificuldades ser�o muito grandes. Precisa liderar. Nesses dois anos, deixou a desejar. Se mudar a postura, tem condi��es de reverter a situa��o e melhorar o clima pol�tico".