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Estado de Minas POL�TICA

Lava Jato Rio: 'Pav�o' nas planilhas da Odebrecht, ex-deputado foi delatado por 7


07/12/2020 15:35

Ex-deputado federal e ex-secret�rio de Transportes do Rio na gest�o de S�rgio Cabral, J�lio Lopes foi alvo de buscas em uma nova etapa da Lava Jato fluminense deflagrada na manh� desta segunda-feira, 7. Batizada de 'Fim do T�nel', a opera��o mira propinas de R$ 14,7 milh�es supostamente recebidas entre os anos de 2010 e 2017.

Lopes j� foi denunciado pela Procuradoria Geral da Rep�blica, que diz ter encontrado elementos 'robustos' indicando repasses a ele. O ex-deputado nega as imputa��es (leia a nota completa no fim da mat�ria).

Ao acionar a Justi�a para obter autoriza��o aos sete mandados de busca e apreens�o cumpridos mais cedo, a for�a-tarefa da Lava Jato do Rio apresentou balan�os de tr�s frentes distintas de investiga��o que, na avalia��o dos promotores, apontariam para os crimes de corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. S�o elas:

- Frente de investiga��o aberta a partir da Opera��o Tolypeutes: R$ 6,4 milh�es em propinas da Odebrecht, entre junho de 2010 e novembro de 2014, no �mbito das obras de constru��o da Linha 4 do Metr� do Rio;

- Frente de investiga��o aberta a partir da Opera��o Ponto Final: R$ 7,6 milh�es da Fetranspor, entre julho de 2010 e mar�o de 2015, em troca do ressarcimento dos valores do Bilhete �nico �s empresas da transporte;

- Frente de investiga��o aberta a partir da Opera��o Fatura Exposta: R$ 750 mil do empres�rio Miguel Skin, nos anos de 2016 e 2017, em troca do favorecimento da empresa Oscar Iskin em contratos no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

"Ao que tudo indica, J�lio integrou alguns esquemas de corrup��o engendrados pela organiza��o criminosa mencionada, enquanto figurava como Secret�rio de Transportes do Rio de Janeiro e permaneceu mesmo ap�s eleito Deputado Federal", escreveu o juiz Marcelo Bretas, 7� Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, ao autorizar as buscas em endere�os residenciais e comerciais ligados a Lopes e ao advogado Jo�o Maur�cio Ottoni de Ara�jo Pinho, apontado como operador do ex-parlamentar.

A Opera��o Fim do T�nel tem como base os depoimentos de Benedicto J�nior e Marcos Vidigal, ambos ex-executivos da Odebrecht, do doleiro �lvaro Novis, do ex-subsecret�rio estadual de Transportes do Rio, Luiz Carlos Velloso, do ex-presidente da Fetranspor, L�lis Teixeira, do empres�rio Leandro Camargo e do ex-diretor comercial da Oscar Iskin, Marco Ant�nio de Almeida. Veja abaixo detalhes dos relatos:

Linha 4 do Metr�

Conforme consta no despacho de Bretas, a for�a-tarefa da Lava Jato sustenta que os pagamentos mensais da Odebrecht a J�lio Lopes totalizaram R$ 6.499.700,00 e foram registrados nas planilhas do setor de contabilidade paralela da empreiteira sob o codinome de 'Pav�o'.

Em depoimentos, os ex-executivos Benedicto J�nior e Marcos Vidigal informaram que os valores foram repassados em raz�o da 'influ�ncia' do ex-parlamentar e para que a obra da Linha 4 do Metr� prosseguisse sem 'intercorr�ncias'. Em 2017, o Minist�rio P�blico do Rio apontou preju�zos na ordem de R$ 3,17 bilh�es causados por atos de corrup��o na constru��o.

As propinas tamb�m foram apontadas pelo ex-subsecret�rio estadual de Transportes do Rio, Luiz Carlos Velloso, que afirmou �s autoridades que os valores passaram pela conta da corretora Ad Valor.

Fetranspor

Os R$ 7,6 milh�es supostamente pagos pela Fetranspor teriam sido entregues no escrit�rio de advocacia de Jo�o Maur�cio Pinho, no Centro do Rio, conforme dela��o de L�lis Teixeira, ex-presidente da entidade. Segundo a Lava Jato, o relato foi corroborado por planilhas com 54 registros de pagamentos quase mensais obtidas na investiga��o.

Ap�s a Opera��o Fatura Exposta, em abril de 2017, o empres�rio Leandro Camargo fechou acordo de colabora��o com a for�a-tarefa da Lava Jato e acusou a participa��o de J�lio Lopes no suposto esquema de corrup��o e fraudes � licita��o instaurado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Para garantir controle sobre o or�amento do hospital, segundo relato do colaborador, o ex-deputado teria nomeado o diretor administrativo da unidade de sa�de.

Em troca do favorecimento de Miguel Skin em contratos, Lopes teria recebido pelo menos tr�s parcelas de R$ 250 mil em esp�cie das m�os do pr�prio empres�rio ou de intermedi�rio, apontam as dela��es de Camargo e de Almeida.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS TICIANO FIGUEIREDO E PEDRO IVO VELLOSO, QUE DEFENDEM J�LIO LOPES

"A defesa de J�lio Lopes vem expressar a sua perplexidade com a busca e apreens�o, desnecess�ria e abusiva, realizada na data de hoje. Ao longo de quatro anos de investiga��es, J�lio Lopes sempre se colocou � disposi��o das autoridades para explicar qualquer fato. J�lio Lopes n�o praticou nenhum crime ao longo de sua gest�o na Secretaria de Transportes e, n�o por outra raz�o, as afirma��es caluniosas de delatores nunca foram levadas a s�rio. A esdr�xula medida, que versa sobre fatos requentados, sequer poderia ter sido decretada pelo ju�zo da S�tima Vara Federal do Rio de Janeiro, por ofender a compet�ncia da Justi�a Eleitoral, conforme decis�o do Supremo Tribunal Federal."


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