Uma disputa interna amea�a desidratar o bloco de aliados do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a elei��o da c�pula do Congresso, em fevereiro de 2021. Desde domingo, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu barrar a possibilidade de recondu��o de Maia ao comando da C�mara e de Davi Alcolumbre (DEM-AP) � presid�ncia do Senado, as negocia��es entre os partidos se intensificaram e o Pal�cio do Planalto entrou no jogo com mais "tinta na caneta". Agora, o vice-presidente da C�mara Marcos Pereira (Republicanos-SP), amea�a sair do grupo de Maia e lan�ar candidatura avulsa, abrindo um racha no bloco.
Pereira est� insatisfeito com o que considera predile��o de Maia por outros pr�-candidatos � sucess�o na C�mara, como os deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB). "N�o aceito entrar em jogo jogado", disse ele ao Estad�o/Broadcast. Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Pereira preside o Republicanos e est� sendo cortejado pelo deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), rival de Maia e pr�-candidato � presid�ncia da C�mara. Chefe do Centr�o, Lira conta com o apoio do Pal�cio do Planalto.
A reportagem apurou que na negocia��o para que Pereira apoie Lira entrou at� mesmo a oferta de um minist�rio. O vice-presidente da C�mara foi ministro da Ind�stria e Com�rcio Exterior no governo de Michel Temer, mas negou que tenha sido convidado novamente para ocupar uma cadeira na Esplanada. "N�o procede", disse. Na semana passada, um dos quadros evang�licos do Republicanos no Maranh�o ganhou a presid�ncia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A ideia de Maia � lan�ar um candidato com apoio de um bloco formado por DEM, MDB, PSDB, Cidadania, al�m do Republicanos, PSL, PROS e partidos de oposi��o. Se todas essas legendas estivessem unidas, o bloco do presidente da C�mara reuniria aproximadamente 300 dos 513 deputados para enfrentar Lira e o Centr�o. O problema � que, al�m de diverg�ncias entre os que j� acompanham Maia h� algum tempo, a esquerda tamb�m est� dividida.
Com cerca de 130 votos, siglas como PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB s�o hoje consideradas como "fiel da balan�a" na elei��o da C�mara. O PT e o PSB est�o rachados e alegam que precisam saber quem ser� o candidato de Maia. Negociam, ainda, cargos em comiss�es e na Mesa Diretora, al�m de emendas ao Or�amento.
Antes do racha, o grupo de Maia havia acertado que a escolha do candidato do bloco � presid�ncia da C�mara seria feita at� o dia 15. Al�m de Pereira, que amea�a sair do grupo, est�o nessa lista os deputados Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-AL) e Luciano Bivar (PSL-PE). Ribeiro � do mesmo partido de Lira e sua eventual entrada no p�reo poderia provocar outra crise pol�tica.
Maia n�o quis se manifestar sobre as defec��es no grupo. Seus interlocutores, por�m, disseram que j� fazem as planilhas com previs�o de quantos votos o bloco ter� sem contar com a participa��o de Pereira.
Mesmo partido
Como se n�o bastassem as disputas internas, h� tamb�m mais um impasse: l�deres de partidos da C�mara e do Senado tentam evitar que os comandos das duas Casas fiquem mais uma vez nas m�os de um mesmo partido. Atualmente, o DEM tem a presid�ncia da C�mara e do Senado.
A ideia, agora, � construir uma "solu��o casada". Isso significa que, para o MDB conseguir o apoio de outras legendas a um candidato � sucess�o de Alcolumbre no Senado, o deputado Baleia Rossi, que comanda o partido e � um dos cotados para presidir a C�mara, deve abrir m�o da disputa.
Fora do jogo por determina��o do Supremo, Alcolumbre � apontado como forte cabo eleitoral. O presidente do Senado dava como favas contadas que a Corte avalizaria sua entrada na elei��o, embora a Constitui��o pro�ba a recondu��o na mesma legislatura. A solu��o jur�dica estava acertada entre a maioria dos magistrados, mas a press�o da opini�o p�blica pesou para a mudan�a.
Com 13 integrantes, o MDB vai reivindicar a presid�ncia do Senado por ser a maior bancada. Os l�deres do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE), s�o citados para a vaga por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro. O l�der da bancada do MDB, Eduardo Braga (AM), tamb�m � pr�-candidato a presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), Simone Tebet (MS), se apresentou para a disputa interna no partido.
L�der do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco (MG) entrou na "lista" de Alcolumbre. Pacheco pretende se apresentar com um perfil independente. "Vamos encontrar um caminho que seja bom para o Senado e para o Pa�s", afirmou. Na tarde de ontem, ele foi recebido por Bolsonaro para uma audi�ncia no Planalto. Oficialmente, o encontro foi para tratar do n�vel da represa de Furnas, em Minas.
Segunda bancada no Senado, com 12 integrantes, o PSD tamb�m se movimenta para lan�ar candidatura no Senado. O l�der da bancada, Otto Alencar (BA), e os senadores Antonio Anastasia (MG) e Nelsinho Trad (MS) s�o apontados como poss�veis nomes. No PSDB, Tasso Jereissati (CE) � visto como "terceira via", mas ainda n�o entrou no p�reo. Correm por fora, na outra ponta, os senadores Major Ol�mpio (PSL-SP) e �lvaro Dias (Podemos-PR), que fazem oposi��o a Alcolumbre. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA