A Associa��o dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical) criticou a rejei��o do Senado � indica��o do embaixador Fabio Mendes Marzano para o cargo de representante brasileiro junto � Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) em Genebra, na Su��a. O nome foi rejeitado por senadores em derrota do governo e do ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, que enfrenta press�o no cargo.
O placar final foi 37 votos contra Marzano. O ex-aliado de Bolsonaro e l�der do PSL, Major Ol�mpio (SP), conclamou os senadores a mandarem Ara�jo 'para o inferno'. Somente nove parlamentares votaram a favor do embaixador, nome de confian�a do chanceler.
A reprova��o � resultado de indisposi��o de Marzano com a senadora K�tia Abreu (PP-TO), que o questionou sobre o uso do desmatamento na Amaz�nia como pretexto por pa�ses europeus para barrar o acordo Mercosul-Uni�o Europeia. O embaixador se recursou a responder a pergunta, afirmando que n�o o tema n�o era de sua al�ada.
Para a ADB/Sindical, Marzano atuou com o 'cuidado e profissionalismo'. "Teria negligenciado ambos, caso respondesse a temas n�o pertinentes � sua atual e futura compet�ncia", frisam a associa��o. "Um diplomata opina e se manifesta sobre os temas sobre os quais tem responsabilidade, na qualidade de representante, negociador e profissional capacitado para colher e difundir informa��es da mais alta qualidade".
A entidade diz 'lamentar' a rejei��o do nome de Marzano, que elogiam por trabalho no processo de assist�ncia e repatria��o de brasileiros moradores e viajantes afetados pela pandemia no exterior.
A rejei��o de um indicado diplom�tico � fato raro e costuma indicar problemas na articula��o pol�tica do governo. Na hist�ria do Pa�s, houve outros tr�s casos. O mais recente ocorreu em 2015, quando a ent�o presidente Dilma Rousseff indicou o embaixador Guilherme Patriota para a Organiza��o dos Estados Americanos (OEA). O nome foi derrubado em um placar apertado de 38 contra 37.
Antes, em 1961, o Senado rejeitou um indicado de J�nio Quadros. Era o industrial Jos� Erm�nio de Moraes, da Votorantim, que assumiria como embaixador em Bonn, na ent�o Alemanha Ocidental. Em 1984, o general Jo�o Batista Figueiredo tamb�m sofreu rev�s: o ex-ministro de Minas e Energia e ex-presidente da Pretrobr�s Shigeaki Ueki foi rejeitado para Bruxelas, onde representaria o Pa�s perante a ent�o Comunidade Econ�mica Europeia, precursora da Uni�o Europeia.
POL�TICA