Bolsonaro ataca Maia e diz que ele atrapalhou regulariza��o de terras na Amaz�nia

O presidente da C�mara, Rodrigo Maia, foi alvo de ataques pelo presidente Jair Bolsonaro neste s�bado, 19, durante entrevista que o chefe do Executivo concedeu ao pr�prio filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Segundo Bolsonaro, Maia � culpado por ter supostamente atrapalhado os planos do governo federal com a��es de regulariza��o fundi�ria na Amaz�nia, ao ter deixado vencer o prazo de uma Medida Provis�ria (MP) que o governo havia enviado ao Congresso. Na realidade, a MP 910, que passou a ser conhecida como "MP da grilagem", estava muito longe de qualquer consenso e enfrentava dura resist�ncia no parlamento.

"Fomos atr�s da regulariza��o fundi�ria. Agora, poderia ter potencializado isso se o presidente da C�mara (Rodrigo Maia), que est� saindo agora, n�o tivesse deixado caducar uma MP sobre regulariza��o fundi�ria. Voc� ia estar livre do problema de foco de inc�ndio na Amaz�nia" disse Bolsonaro.

Segundo o presidente, o objetivo de Maia seria o de prejudicar o governo. "Faz-se de isso para atacar, atingir o governo", declarou Bolsonaro. "O que n�s temos com a regulariza��o � identificar qualquer foco de inc�ndio no Brasil. N�o adianta falar, `temos 3 mil focos de inc�ndio no Brasil'. E da�? E da�? E da�? Voc� n�o sabe, naquele local, quem � o dono daquela terra, n�o tem o CPF. Se tivesse aprovado aquilo, estar�amos combatendo isso da�."

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) provam, cientificamente, m�s ap�s m�s, que o governo Bolsonaro tem sido o mais incendi�rio de toda a Amaz�nia e Pantanal, com �ndices recordes de queimadas e desmatamentos recordes, nunca atingidos desde o in�cio da s�rie hist�rica feita pelo Inpe, a partir de 1998.

Bolsonaro aproveitou o v�deo com o filho para criticar, ainda, a preocupa��o de outros pa�ses sobre a quest�o ambiental no Brasil, voltando a dizer que se trata de interesse comercial, interessado em prejudicar o Brasil e o agroneg�cio nacional.

"Quanto dos territ�rios deles est�o com mata preservada? Ai o cara fala, `um erro n�o justifica o outro'. Por que eles, em vez de querer reflorestar o Brasil, n�o reflorestam seus pr�prios pa�ses?", questionou o presidente. "O grande jogo � econ�mico. Se voc� conseguir travar o agroneg�cio, a economia aqui tem um baque. E isso � bom para eles", disse Bolsonaro.

O agroneg�cio brasileiro, na realidade, est� entres os mais preocupados hoje com a imagem do Brasil na �rea do meio ambiente. Em cartas sucessivas enviadas ao governo nos �ltimos meses, o agro, junto da ind�stria e organiza��es do meio ambiente, critica duramente a pol�tica de Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

A �ltima delas foi publicada na semana passada. A Coaliz�o Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento composto por 267 representantes ligados �s �reas do meio ambiente, agroneg�cio, setor financeiro e academia, reagiu mal ao an�ncio de novas metas clim�ticas feito pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Na avalia��o das empresas, a proposta do governo Bolsonaro foi marcada pela "aus�ncia de di�logo no processo de revis�o". "A sociedade brasileira foi fundamental para que o pa�s apresentasse uma meta ambiciosa na Confer�ncia do Clima (COP) 21, em 2015, que teve como resultado a assinatura do Acordo de Paris. Na revis�o, a tradi��o de di�logo e escuta com a sociedade n�o foi respeitada", afirmou o grupo.