Em of�cio de 11 p�ginas encaminhado ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ), a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita alegou que h� "provas abundantes" que colocam o prefeito afastado do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), na condi��o de chefe da organiza��o criminosa montada para desviar recursos p�blicos. Rosa Helena se manifestou sobre o caso ap�s o presidente do STJ, Humberto Martins, cobrar explica��es.
Ao justificar a decis�o de prender o prefeito, a desembargadora diz que o argumento de que a soltura de Crivella n�o colocaria em risco a ordem p�blica � o mesmo que "querer fechar os olhos � realidade dos chamados crimes do �colarinho branco�".
Rosa Helena foi respons�vel por determinar a pris�o do prefeito, na �ltima ter�a-feira, sob acusa��o de chefiar "QG da Propina" no Executivo carioca. Na noite do mesmo dia, no entanto, o presidente do STJ decidiu coloc�-lo em pris�o domiciliar, com tornozeleira eletr�nica.
Esquema. Segundo a desembargadora, o doleiro S�rgio Mizrahy, em sua dela��o premiada, narrou com "riqueza de detalhes" o esquema criminoso, que envolvia, al�m de operadores, membros da administra��o municipal, empres�rios e pessoas f�sicas e jur�dicas que atuavam como "laranjas".
Apesar de n�o possu�rem v�nculo efetivo com a estrutura da prefeitura do Rio, esses empres�rios interferiam nas tomadas de decis�o, agilizando pagamentos a empresas espec�ficas e interferindo nos processos de licita��o, "de forma a beneficiar aqueles empres�rios que assentiam em pagar propina ao grupo criminoso liderado pelo prefeito Marcelo Crivella", destacou.
Quanto ao envolvimento de Crivella no esquema, a desembargadora afirmou entender "haver ind�cios mais do que suficientes (para a pris�o)". "As facilidades obtidas junto � prefeitura jamais teriam sido alcan�adas se n�o houvesse a expressa coniv�ncia do sr. prefeito, como se tentou demonstrar naquela decis�o. As estreitas liga��es entre ele e aquele que foi apontado por todos como o operador financeiro do esquema criminoso, Rafael Alves, est� mais do que demonstrada nos autos e no decreto de pris�o".
Em dois trechos do documento, a desembargadora refor�ou serem abundantes as provas contra o prefeito. "E como se n�o bastasse, h� prova nos autos de que o sr. prefeito, pessoalmente, determinou a um secret�rio que realizasse um pagamento irregular, j� que este hesitava a faz�-lo. Nos autos ainda constam diversas trocas de mensagens (...) sobre partilha de propina e exig�ncia, junto ao pr�prio prefeito, de obten��o de retorno financeiro do investimento que nele havia sido feito, em franca alus�o ao dinheiro gasto na sua campanha eleitoral", escreveu.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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POL�TICA
Desembargadora cita �provas abundantes� contra Crivella
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