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Estado de Minas POL�TICA

'Como a gente vai fugir daqui?', indagou o major


29/12/2020 14:42

"Como a gente vai fugir"? "Nem t�o r�pido para acharem que a gente est� com medo e nem t�o devagar para dar tempo de nos acertarem". � esse di�logo que vem � mente do ent�o capit�o-tenente Ricardo Wagner Castilho, com 33 anos � �poca, quando perguntado sobre o dia mais perigoso que enfrentou como observador das Na��es Unidas na ex-Iugosl�via nos anos 1990.

Ele e seu colega, um major noruegu�s, estavam em Bihac, um bols�o mu�ulmano rodeado por s�rvios, na fronteira entre Cro�cia e B�snia. Como de costume, subiram na torre de um castelo semidestru�do para observar a linha de frente entre s�rvios e mu�ulmanos. Foi ent�o que ouviram o primeiro tiro, que bateu no rio que se debru�ava diante do castelo. "Vai vir outro", pensou Castilho. Veio. Um pouco mais longe. "Fomos enquadrados", concluiu.

"Que � que a gente faz? Vamos correr!", sugeriu o colega, desesperado. Por fim, veio o terceiro tiro, que bateu bem perto deles. Castilho tentou manter a firmeza. "Eu n�o podia pagar o recibo pro norugu�s, n�?", ri. Por fim, entenderam o recado e foram embora. "Foi um dos momentos mais tensos", relembra o hoje capit�o de mar e guerra.

O Brasil enviou 108 militares � guerra civil dos Balc�s, entre eles integrantes do Ex�rcito, da Marinha, como Castilho, e tamb�m 17 policiais militares.

Al�m dos 35 observadores sob chefia do general de brigada Newton Bonum�. Castilho passou l� de abril de 1993 a abril de 1994.

Chegou a ficar 15 dias sem tomar banho, se acostumou com as por��es de ra��o e com uma realidade totalmente diferente da do Rio de Janeiro. Viu o pior e o melhor do esp�rito humano. E faz uma reflex�o: "Os s�rvios eram vil�es? Os croatas? Os mu�ulmanos? N�o. Todos eram vil�es. N�o tem bonzinho nessa hist�ria. E a guerra desperta o pior das pessoas". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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