
Andr� Luiz Coelho Merlo (PSDB), de 55 anos, � engenheiro e nasceu em Governador Valadares. � o primeiro prefeito nascido no munic�pio que administra a cidade.
Iniciou sua carreira pol�tica como candidato a prefeito em 2012, pelo PDT. Obteve vota��o expressiva, mas n�o se elegeu. Foi subsecret�rio estadual do Agroneg�cio, em 2013, e secret�rio de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais, em 2014.
No primeiro mandato como prefeito, n�o conseguiu cumprir alguns compromissos de campanha, por causa de dificuldades financeiras associadas � pandemia do novo coronav�rus.
Reeleito em outubro passado, ele diz esperar mais dificuldades em seu novo mandato, como solucionar a d�vida do Instituto de Previd�ncia Municipal (Iprem) e iniciar o tratamento de esgotos no munic�pio, que ainda � inexistente.
Iniciou sua carreira pol�tica como candidato a prefeito em 2012, pelo PDT. Obteve vota��o expressiva, mas n�o se elegeu. Foi subsecret�rio estadual do Agroneg�cio, em 2013, e secret�rio de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais, em 2014.
No primeiro mandato como prefeito, n�o conseguiu cumprir alguns compromissos de campanha, por causa de dificuldades financeiras associadas � pandemia do novo coronav�rus.
Reeleito em outubro passado, ele diz esperar mais dificuldades em seu novo mandato, como solucionar a d�vida do Instituto de Previd�ncia Municipal (Iprem) e iniciar o tratamento de esgotos no munic�pio, que ainda � inexistente.
A que o senhor atribui sua reelei��o?
Foi uma elei��o diferente, cheia de fake news. Conseguimos mostrar � popula��o, com muita dificuldade, o antes e o depois, como pegamos a prefeitura e como governamos no primeiro mandato. Mostramos que as nossas propostas n�o eram de uma continuidade de comando e, sim, de governo. A popula��o entendeu isso.
Quais dificuldades o senhor espera neste segundo mandato?
Muitas. Teremos um desafio muito grande em rela��o ao financeiro. Tivemos muitos problemas na �ltima gest�o, agravados em 2020 por causa da pandemia. O munic�pio perdeu receita. N�o pudemos fazer eventos, deixamos de arrecadar ISS e movimentar a economia. Escolas fecharam. Estamos numa guerra. Governador Valadares j� ultrapassou as 400 mortes pela COVID-19, uma doen�a diferente, que tem tratamento diferente, nem mesmos os m�dicos conseguem lidar plenamente com essa doen�a. Ent�o, a pandemia ainda vai influenciar negativamente nas administra��es municipais.
Entre as dificuldades financeiras relacionadas �s d�vidas do munic�pio, fala-se muito na d�vida com o Instituto de Previd�ncia Municipal (Iprem). A situa��o do Iprem preocupa?
Preocupa muito. Mas temos um grupo estudando o plano emergencial para recupera��o do Iprem, cuja d�vida � muito grande e n�o come�ou na nossa gest�o, tem cerca de 20 anos. Mas vamos ter de resolver com a dire��o do Iprem, com o Sindicato dos Servidores e com a C�mara Municipal. E isso ser� feito logo nos primeiros meses de 2021. Temos exemplos bem-sucedidos em cidades como Ribeir�o Preto (SP), que destinou sua d�vida ativa para pagamento das d�vidas com a previd�ncia municipal. Temos exemplos de pagamento com im�veis. Vamos ter de adotar medidas urgentes pra diminuir esse d�bito hist�rico. Todos os munic�pios ficaram esperando a reforma da Previd�ncia no �mbito federal, pensando que ela iria englobar estados e munic�pios, e isso n�o ocorreu.
Na primeira gest�o, o senhor teve oposi��o ostensiva na C�mara. A forma��o da C�mara nesta nova legislatura sinaliza que o senhor n�o tenha oposi��o. Como ser� a rela��o com a nova C�mara?
No primeiro mandato, come�amos com o apoio de 18 dos 21 vereadores. Tudo depende. Nossa rela��o com a C�mara � como qualquer rela��o do Executivo com o Legislativo em todos os n�veis, estadual ou federal. Sempre tem algum arranh�o, mas eu espero que seja melhor, por causa dessa renova��o. Foram eleitas muitas pessoas jovens, com outra vis�o. No meu discurso de diploma��o, eu disse a eles que ainda temos v�cios institucionais na prefeitura e na C�mara. � preciso eliminar esses v�cios. No passado, tivemos vereadores que quiserem “administrar a cidade”, o que n�o permitimos. E, com isso, fomos perdendo os vereadores. Com rela��o � oposi��o, � sempre mais f�cil ser contra, criticar. Mas esta elei��o mostrou que as pessoas est�o mais politizadas, o eleitor est� mais atento.
Como � a rela��o da prefeitura com o governo estadual?
� apenas boa. O governador Romeu Zema n�o atua politicamente, ele est� arrumando o estado financeiramente. E a gente tem muita esperan�a nessa parte t�cnica. Depois que o governador Fernando Pimentel saiu, o estado voltou a regularizar os repasses para a sa�de municipal e destina de 50% a 60% do valor que deveria nos repassar, mas nunca chegou aos 100%. O estado precisa entender que a sa�de � tripartite. O munic�pio assume 25%, o estado 25% (e nunca chega totalmente a esses 25%), e o governo federal repassa os outros 50%. E repassa em dia. Com rela��o � sa�de, em n�vel de estado, nestes tempos de pandemia ainda temos a regula��o. Nessa crise da COVID-19, estamos recebendo pacientes at� de outras macrorregi�es, como Ipatinga.
O governo de Minas tem levado muitas ind�strias e outras grandes empresas para o Sul de Minas, Tri�ngulo Mineiro e Grande BH. Governador Valadares est� ficando para tr�s?
Ao longo dos �ltimos 20 anos, Governador Valadares foi sendo esquecida nesse mapa de investimentos do Brasil e do estado. Nasci em Governador Valadares e ou�o falar que a cidade est� bem situada estrategicamente em rela��o �s rodovias e � ferrovia, n�o muito distante dos centros consumidores, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vit�ria, S�o Paulo e Salvador. No passado, tivemos uma pol�tica mais localizada, que n�o considerou a pol�tica macro. Ent�o, n�o vamos atrair uma grande empresa se n�o tivermos o aeroporto ampliado. � por isso que estamos investindo pesado na amplia��o e reforma do aeroporto. Temos de construir a nova rodovi�ria, estamos lutando para isso. E outra: Governador Valadares tem 100% de esgotamento sanit�rio, mas o nosso tratamento de esgoto � zero. Eu n�o nego isso. O nosso tratamento de esgoto � zero, e uma empresa de ponta n�o vai querer se instalar em uma cidade que n�o trata seu esgoto.
O que falta para a cidade ter as esta��es de tratamento de esgoto em funcionamento?
No in�cio de 2021, queremos tratar de 30% a 40% do esgoto, que j� dever�amos ter feito. Mas isso n�o aconteceu porque herdamos de outra administra��o uma obra de uma esta��o de tratamento de esgoto que custou R$ 51 milh�es, tivemos de entrar na Justi�a contra a empresa construtora para terminar a obra, e provar a funcionalidade dela. Quando vencemos a batalha judicial, tivemos uma surpresa: onde estavam os coletores levando o esgoto para a ETE?. Isso � falta de planejamento, n�o �? Ent�o, � preciso fazer v�rias elevat�rias e j� estamos fazendo.