Governador do Rio escolhe o mais votado para chefiar MP estadual

Luciano Oliveira Mattos de Souza foi escolhido o novo procurador-geral de Justi�a do Estado do Rio de Janeiro e ser� o chefe do Minist�rio P�blico estadual (MP-RJ) pelos pr�ximos dois anos, a partir de 15 de janeiro, segundo anunciou na noite desta quarta-feira, 6, o governador Cl�udio Castro (PSC), respons�vel pela nomea��o.

Mattos foi o mais votado na elei��o realizada pelos integrantes do Minist�rio P�blico do Estado do Rio, com 32% dos votos, mas o governador poderia escolher outro nome. "Recebi nos �ltimos dias os tr�s integrantes da lista tr�plice eleita pelo Minist�rio P�blico Estadual e decidi nomear como novo Procurador-Geral de Justi�a o dr. Luciano Mattos, nome mais votado entre seus pares", escreveu o governador no Twitter. "O processo eletivo da lista tr�plice foi conduzido pelo atual PGJ dr. Eduardo Gussem, que realizou excelente trabalho � frente do @MP_RJ. Desejo ao novo PGJ Luciano Mattos sucesso na sua miss�o", completou Castro.

"Agrade�o aos membros do MP-RJ, promotores e procuradores de Justi�a, pela vit�ria na elei��o. Agrade�o ao governador pela nomea��o. Agora � aguardar a posse no pr�ximo dia 15 e implementar as propostas que apresentei para fortalecer o MP-RJ na defesa da sociedade e na melhoria da qualidade de vida da popula��o do nosso Estado", afirmou Luciano Mattos.

Ele ingressou na institui��o em 1995 e atuou na Promotoria de Justi�a em S�o Jo�o da Barra e Cabo Frio e na Central de Inqu�ritos, at� assumir a Promotoria de Justi�a de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente de Niter�i (Regi�o Metropolitana do Rio). Foi presidente da Associa��o do Minist�rio P�blico (Amperj) por seis anos, sendo reeleito duas vezes pela classe. O novo procurador vai tomar posse no pr�ximo dia 15 e ter� mandato at� 14 de janeiro de 2023.

Investiga��es

Caber� a Luciano Mattos chefiar investiga��es sens�veis para a fam�lia do presidente Jair Bolsonaro. Um dos filhos dele, o senador e ex-deputado estadual Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa no caso das "rachadinhas". Outro filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), tamb�m � investigado por peculato. Ambos negam irregularidades e alegam persegui��o de advers�rios.

O pr�prio Cl�udio Castro, que assumiu o governo do Estado do Rio ap�s o afastamento de Wilson Witzel (PSC), tamb�m tem problemas com o Minist�rio P�blico. Um v�deo em que o ent�o vice-governador se encontra com um empres�rio foi usado pelo delator Bruno Campos Selem para alegar que ele estava recebendo propina de R$ 100 mil por contratos da Funda��o Le�o XIII. O �rg�o presta assist�ncia social no Estado. Ele nega.

A escolha do novo procurador-geral gerou press�o sobre Castro, que � aliado da fam�lia Bolsonaro. Em 1 de janeiro, na internet, Bolsonaro citou um hipot�tico flagrante por tr�fico de drogas contra o filho de um promotor: "O que aconteceria, MP do Rio de Janeiro? Voc�s aprofundariam a investiga��o ou mandariam o filho dessa autoridade para fora do Brasil e procurariam maneira de arquivar esse inqu�rito?".

O Minist�rio P�blico do Rio reagiu e, em nota, cobrou que Bolsonaro fa�a uma reclama��o formal � institui��o. "Caso o presidente da Rep�blica ou qualquer outra pessoa vislumbre des�dia, favorecimento ou prevarica��o por parte de membro do MP-RJ, dever� provocar a atua��o dos �rg�os de controle da institui��o, entre eles o Conselho Nacional do Minist�rio P�blico e a Corregedoria-Geral do pr�prio MP-RJ", afirmou o texto.