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Estado de Minas ASSEMBLEIA

Fernando Cury dever� ser expulso do Cidadania ap�s acusa��o de ass�dio

Advogado de defesa do deputado estadual acredita que tr�mites do partido que analisaram situa��o de Cury foram 'teatro' e que decis�o por expuls�o j� foi tomada


12/01/2021 16:02 - atualizado 12/01/2021 16:35

Deputado Fernando Cury (Cidadania) foi flagrado ao tentar apalpar o seio de colega na Alesp(foto: Rerodução/Alesp)
Deputado Fernando Cury (Cidadania) foi flagrado ao tentar apalpar o seio de colega na Alesp (foto: Rerodu��o/Alesp)
Em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp), a maior do Pa�s, o deputado Fernando Cury (Cidadania) passou a estampar manchetes depois que foi denunciado por ass�dio sexual pela colega Isa Penna (PSOL) em meados de dezembro.

No �ltimo domingo, 10, o parlamentar sofreu um rev�s dentro do pr�prio partido: o Conselho de �tica do Cidadania emitiu um relat�rio, aprovado por unanimidade, recomendando sua expuls�o. A decis�o final sobre o destino de Cury cabe agora ao diret�rio nacional. O presidente da sigla, Roberto Freire, j� sinalizou que pretende desfiliar o deputado.

Cury ainda pode enfrentar uma a��o penal na esteira do epis�dio e at� perder o mandato. Na semana passada, Isa Penna formalizou um pedido para que a Assembleia de S�o Paulo convoque uma sess�o extraordin�ria ainda neste m�s para julgar o caso.

O Estad�o conversou com o advogado Roberto Delmanto Junior, respons�vel pela defesa do deputado, que at� aqui tem sido econ�mico nas manifesta��es � imprensa. O criminalista, que acumula mais de tr�s d�cadas de experi�ncia na advocacia, d� como certa a expuls�o do Cidadania. Na avalia��o de Delmanto Junior, o partido tenta 'defenestrar' Fernando Cury o quanto antes.

"Que processo � esse que tem prazo de 15 dias �teis? Nunca vi isso na minha vida. � um processo s� para cumprir tabela", sustenta. "Isso tudo � um simulacro, um teatro, um mise-en-sc�ne. � uma encena��o de um processo, um processo fake", conclui.

O advogado afirma que chegou a apresentar um pedido � relatora do procedimento no Conselho de �tica do Cidadania, Mariete de Paiva Souza, para que, al�m do deputado, o colegiado ouvisse, na audi�ncia que antecedeu a elabora��o do relat�rio, oito testemunhas mulheres e uma sustenta��o oral do pr�prio Delmanto Junior. Como o requerimento foi negado, orientado pela defesa, Fernando Cury desistiu de apresentar sua vers�o aos correligion�rios.

"A defesa � composta por um trip�: as testemunhas, a oitiva do deputado e o direito de eu falar depois dele. Me tiraram dois p�s do trip�", critica Delmanto Junior. "Eu n�o estou aqui para legitimar um processo, da maneira como ele foi feito, absolutamente ilegal e arbitr�rio. Ou eu fa�o minha defesa por inteiro, ou eu n�o vou legitimar um processo que est� sendo tocado de forma ilegal", completa.

O defensor ainda critica que a condu��o do julgamento esteja nas m�os da Comiss�o de �tica Nacional e n�o Regional - o que, segundo ele, fere as normas do pr�prio partido e impede um eventual recurso.

"O C�digo de �tica � expresso ao dizer que, no caso de um deputado estadual, a compet�ncia para julgar � do �rg�o colegiado da Comiss�o de �tica Regional. O certo seria julgar em S�o Paulo", defende. "Nesse caso, certamente o deputado teria direito � ampla defesa e poderia, em caso de parecer desfavor�vel, apresentar um recurso junto ao Diret�rio Nacional. Mas violaram o C�digo de �tica para fazer um julgamento � jato. Nada justifica esse atropelo", critica.

Questionado sobre a possibilidade de judicializa��o do processo administrativo, o advogado disse que a hip�tese 'n�o est� descartada'.

A prioridade agora, no entanto, � a estrat�gia de defesa diante da Assembleia Legislativa paulista. Na avalia��o do defensor, at� o momento, n�o parece haver risco de que o julgamento na Alesp tome o mesmo rumo do que no Cidadania.

At� aqui, oito testemunhas mulheres foram selecionadas para falar sobre o deputado - s�o colegas de faculdade, trabalho, assessoras e ex-funcion�rias. A ideia � tra�ar um perfil que afaste a pecha de assediador.

Perguntado se pretende chamar os deputados que conversavam com Fernando Cury logo antes do epis�dio, o advogado afirmou que 'esses detalhes ser�o todos esclarecidos'. "N�s temos os nossos pr�-julgamentos, quando a gente v� uma imagem, a gente tem um vi�s e come�a a imaginar. Isso tudo ser� esclarecido", disse.

Al�m disso, o advogado contou que prepara uma 'per�cia ampla' no v�deo que registrou o epis�dio. Embora as c�meras da Assembleia Legislativa tenham capturado o momento em que Fernando Cury se posiciona atr�s de Isa Penna e coloca a m�o na lateral do corpo da deputada, a defesa nega veementemente o toque nos seios.

"De forma alguma houve toque no seio da eminente deputada. N�o houve apalpa��o de seio. D� para ver perfeitamente no v�deo. O que houve foi um toque abaixo da axila e acima da cintura. N�o houve toque libidinoso. Estamos fazendo uma per�cia no v�deo, mostrando exatamente onde a m�o de sobrep�s", diz o advogado.

Na avalia��o do advogado, o mais importante � garantir um julgamento livre de 'paix�es pol�ticas'. "Se houve uma inadequa��o, isso tudo vai ser discutido na defesa perante a Assembleia. Pretendo demonstrar para os deputados os fatos com serenidade e eles poder�o julgar com base em uma vis�o completa do ocorrido. O momento em si foi muito fugaz, foi r�pido", afirma. "Tem algumas coisas que a gente precisa ver sem paix�es pol�ticas, sem bandeiras pol�ticas, tem que se analisar o fato. � isso o que eu espero. O deputado n�o vai deixar de se defender do m�rito, claro que com todo o respeito � deputada Isa Penna", acrescenta.

COM A PALAVRA, O CIDADANIA

A reportagem entrou em contato com o partido, por telefone e e-mail, e ainda aguarda resposta. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.


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