Ao tomar posse nesta sexta-feira, 15, o novo procurador-geral de Justi�a do Rio, Luciano Mattos, confirmou que ir� assumir os desdobramentos da investiga��o contra o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Nos �ltimos meses, o atual chefe do Minist�rio P�blico, Eduardo Gussem, delegou a fun��o ao subprocurador de Assuntos Criminais e Direitos Humanos, Ricardo Martins.
"Confirmo (que vou assumir) porque � o que est� na lei. A atribui��o n�o � do sub, � do procurador-geral", disse ele, ao ser perguntado sobre o tema. "As pessoas estavam mais preocupadas com o sub do que com o procurador-geral. Vou exercer a fun��o e a atribui��o que s�o pr�prias do cargo."
Mattos afirmou, no entanto, que alguns casos ser�o sim delegados, j� que � imposs�vel o procurador-geral tomar conta de tudo que lhe � atribu�do originariamente. Disse tamb�m que os subprocuradores desempenham pap�is important�ssimos. A ideia de assumir as responsabilidades da PGJ foi uma das bandeiras da campanha dele junto � classe, no intuito de valorizar as chamadas "atividades-fim" da Promotoria.
Ao falar sobre casos de corrup��o, Mattos afirmou que n�o ir� "criminalizar" a pol�tica. "A pol�tica � importante. Sem pol�tica n�o se resolve. Temos que qualificar a pol�tica e fiscalizar o poder p�blico", apontou.
Na PGJ, � qual chegar� neste dia 15 ap�s um processo de escolha conturbado, marcado por ataques e press�o da fam�lia do presidente Jair Bolsonaro, Mattos ter� pela frente casos de repercuss�o nacional, como a den�ncia e a investiga��o contra Fl�vio, filho "zero um" do mandat�rio. O ex-deputado estadual j� foi denunciado pela Promotoria, e caber� ao novo chefe do MP sustentar no �rg�o Especial do Tribunal de Justi�a o pedido de aceita��o da den�ncia.
Al�m da den�ncia e dos desdobramentos da investiga��o contra o senador, o MP toca ainda, por meio do grupo especializado em combate � corrup��o, a investiga��o contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) por peculato. H� tamb�m as apura��es sobre a morte de Marielle Franco e o funcionamento das mil�cias no Rio, que est�o com o n�cleo especializado em crime organizado.
Questionado sobre o cen�rio agitado do processo de nomea��o, que contou at� com cr�ticas diretas do presidente Jair Bolsonaro, Mattos alegou que n�o se sentiu pressionado em nenhum momento, mas que � normal integrantes do MP, por causa da "combatividade", sofrerem esse tipo de press�o.
Quanto �s declara��es do mandat�rio, que falou em um cen�rio hipot�tico no qual um filho de promotor seria investigado por tr�fico, ele afirmou que o caso j� havia sido respondido pela gest�o anterior. "O MP j� fez uma nota, e acredito que eu n�o deva me manifestar sobre pronunciamentos 'em tese'. Vamos falar sempre de casos concretos. J� teve o devido esclarecimento do procurador-geral naquele momento."
Mattos � mais um ex-presidente da Associa��o do Minist�rio P�blico do Estado do Rio de Janeiro (Amperj) a virar procurador-geral. Antes dele, outros chefes do MP chegaram ao cargo ap�s passarem pelo comando da entidade de classe - incluindo o pr�prio Gussem.
� frente da associa��o por seis anos, o novo PGJ � apontado pelos seus pares como um presidente que ampliou a atua��o externa da Amperj, dialogando frequentemente com os Poderes - tanto no Rio quanto em Bras�lia. Integrou, inclusive, a Associa��o Nacional dos Membros do Minist�rio P�blico (Conamp).
Nascido em Niter�i, na regi�o metropolitana, Mattos passou a maior parte da carreira fora da capital. At� agora, antes de ser nomeado para a PGJ, comandava a Promotoria de Justi�a de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente naquele munic�pio do leste fluminense. Tamb�m chefiou bra�os do MP em cidades como Cabo Frio e S�o Jo�o da Barra. S�o 25 anos de casa, no qual ingressou em 1995.
Antes mesmo de se formar em Direito, j� havia atuado no �rg�o como assessor na �rea criminal, durante o mandato do ent�o procurador-geral e futuro deputado federal pelo PT Ant�nio Carlos Biscaia. Passou ainda pelo Tribunal de Justi�a, como t�cnico judici�rio, antes de prestar concurso para o MP que agora chefiar�.
A posse desta sexta-feira contou com a participa��o de todos os chefes de Poderes do Estado, al�m do prefeito da capital, Eduardo Paes (DEM).
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