
Al�m de amplo, o cord�o em torno da candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) � presid�ncia do Senado � pra l� de diverso em termos ideol�gicos. Juntos, os nove partidos que declararam apoio a ele, garantem, em tese, 41 dos 81 votos. O grupo vai do Republicanos, do fluminense Eduardo Bolsonaro, ao Partido dos Trabalhadores (PT), que tem seis representantes na Casa. At� mesmo o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro (sem partido), declarou apoio ao mineiro. Para se viabilizar como participante da disputa, Pacheco lan�ou m�o do di�logo. Em busca do apoio do PSD, segunda maior bancada da Casa — 11 integrantes —, conversou com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, para “virar a p�gina” das recentes trocas de farpas.
A vota��o para a Mesa Diretora do Senado, em 2 de fevereiro, � secreta, mas se os parlamentares seguirem � risca as orienta��es de suas legendas, Pacheco tem o n�mero necess�rio de votos para se eleger. Para se aliar ao mineiro, o PT estabeleceu uma s�rie de compromissos, encabe�ados pela defesa do Estado democr�tico de direito. O partido sustenta, ainda, a necessidade de dar independ�ncia ao Poder Legislativo.
Os outros eixos encaminhados pelo PT a Pacheco s�o a busca por alternativas para sanar a crise econ�mica imposta pelo coronav�rus, a luta contra as discrimina��es, o combate � fome, a defesa de programas amplos de imuniza��o contra a COVID-19 e a manuten��o do aux�lio emergencial. Meio ambiente e desenvolvimento sustent�vel tamb�m s�o bandeiras que o partido ressalta como importantes no documento que oficializa o apoio ao mineiro.

“Esses pontos decorrem dos compromissos pol�ticos inafast�veis que as bancadas eleitas do Partido dos Trabalhadores t�m com o conjunto da popula��o brasileira, compromissos pelos quais o partido � reconhecido pelo eleitor, e na postura ante os quais o eleitor deposita no partido sua confian�a”, diz a nota petista, cujo apoio foi confirmado na �ltima segunda-feira. O PDT � outra agremia��o posicionada � esquerda no espectro pol�tico a compor o grupo.
O apoio do PT a Rodrigo Pacheco veio dias depois de Bolsonaro demonstrar, publicamente, simpatia � candidatura do mineiro. No in�cio da semana, em conversa com apoiadores, o presidente falou sobre estar ao mesmo “lado” dos petistas. "O PT resolveu apoiar quem eu tenho simpatia no Senado. Eu nunca conversei com deputado do PT, PCdoB e Psol, nem eles procuraram falar comigo. J� sei qual a proposta deles."
Al�m de PSD, DEM, PT, PDT e Republicanos, Rodrigo Pacheco recebeu o aval de PL, Pros, PP e PSC. Para obter a aprova��o de colegas de outras legendas, o demista participou de reuni�es de bancada — foi assim, por exemplo, que conseguiu convencer petistas e pessedistas.
A busca pelo aval do PSD, ali�s, foi marcada por intensa articula��o. Ao lado de senadores do partido, como Carlos Viana e Antonio Anastasia, Pacheco visitou Kalil em seu apartamento. A conversa, ocorrida no �ltimo dia 5, teve algumas condicionantes: o demista se comprometeu, por exemplo, a n�o tentar ser governador do estado em 2022. � �poca, a “bandeira branca” foi vista como promissora para as pautas comuns a todo o estado. “Kalil, como lideran�a importante do PSD, caminha conosco nesse sentido. Ele entende que n�o � hora de olhar para o passado, as rivalidades. Pacheco e Kalil foram candidatos na primeira elei��o do prefeito. Hoje, deixamos isso em uma p�gina virada em busca de trazer para Minas Gerais a uni�o de que o estado precisa”, garantiu Viana.
Bloco de Tebet com Pacheco
Embora tenha o apoio de agremia��es como Cidadania e Podemos, a advers�ria de Rodrigo Pacheco, Simone Tebet (MDB-MS), largou atr�s por ter se colocado como candidata cerca de uma semana ap�s o mineiro. No Senado, os emedebistas comp�em bloco parlamentar chamado Unidos pelo Brasil, em coaliz�o com PP e Republicanos. Mesmo assim, os dois partidos fecharam acordos com Pacheco. Apesar da curiosidade, um interlocutor presente nos bastidores do Congresso Nacional, no entanto, cr� que a diverg�ncia sobre a elei��o da Mesa Diretora n�o vai impedir a continuidade do bloco. Os grupos s�o formados, por exemplo, para pleitear vagas em comiss�es tem�ticas. Parte do PSDB tamb�m deve apoiar a sul-matogrossense, que est� em busca do apoio do PSL — Major Ol�mpio (SP), um dos nomes fortes do partido, chegou a se lan�ar candidato “independente”, mas sua participa��o no pleito � incerta.