O vice-presidente Hamilton Mour�o disse que o governo federal poder� substituir o ministro de Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, ap�s as elei��es da presid�ncia da C�mara e do Senado, marcadas para 1� de fevereiro. Alinhado ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, derrotado pelo democrata Joe Biden, o chanceler colecionou atritos com a diplomacia chinesa, de quem o Brasil depende para receber vacinas e insumos para a fabrica��o de imunizantes.
"Julgo que, num futuro pr�ximo, ap�s a quest�o das elei��es dos novos presidentes das duas casas do Congresso, poder� ocorrer uma reorganiza��o do governo para que seja acomodada, vamos dizer assim, a nova composi��o pol�tica que emergir desse processo", afirmou Mour�o, em entrevista � R�dio Bandeirantes. "Ent�o, talvez, nisso a�, alguns ministros sejam trocados, entre eles o pr�prio MRE (ministro das Rela��es Exteriores)."
Mour�o disse, por�m, que a decis�o � do presidente Jair Bolsonaro. O vice-presidente disse ainda que n�o discutiu esse assunto diretamente com Bolsonaro. "No caso espec�fico das Rela��es Exteriores, � algo que fica na al�ada do presidente", afirmou.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, Ernesto foi exclu�do das negocia��es com a China para a compra de vacinas e insumos contra a covid-19.
O motivo foram as diversas pol�micas envolvendo o ministro com os chineses. Em novembro, por exemplo, o chanceler saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que, nas redes sociais, havia associado o governo chin�s � "espionagem" por meio da tecnologia 5G. Na ocasi�o, o presidente chegou a elogiar Ara�jo pela iniciativa, mas escalou outros ministros para negociar a importa��o das vacinas.
Na quinta-feira, 21, Bolsonaro levou Ernesto para participar de sua "live" semanal e afirmou que n�o iria demitir o ministro. "Quem demite ministro sou eu", disse ele, na ocasi�o.
Impeachment
Na entrevista � R�dio Bandeirantes, Mour�o afirmou n�o ver condi��es para a aprova��o de um processo de impeachment de Bolsonaro, mesmo com o atraso no in�cio da vacina��o contra a covid-19 em todo o Pa�s. O vice-presidente, que pode assumir o comando do Pa�s caso o presidente seja cassado, disse haver muito "ru�do e gritaria" contra o governo, mas que isso vai diminuir � medida que a imuniza��o avan�ar.
"A minha vis�o � que, no presente momento, n�o est�o dadas nenhuma das condi��es para um impeachment do presidente", disse Mour�o. "A partir do momento que o processo de vacina��o avan�ar, a press�o e gritaria por impeachment vai diminuir."
Mour�o relativizou as cr�ticas em rela��o �s medidas do governo para o enfrentamento da pandemia. Segundo ele, h� poucos fabricantes de vacinas no mundo, os insumos v�m principalmente da China e da �ndia e todos os pa�ses do mundo devem enfrentar dificuldades para adquirir imunizantes no primeiro semestre.
"O Brasil tinha ontem 800 mil pessoas vacinadas. Quem mais vacinou foram os Estados Unidos, com 22,5 milh�es. Pa�ses da Europa que come�aram mais cedo est�o em 1,2 milh�o a 1,6 milh�o, n�mero que vamos atingir no come�o da semana que vem no Brasil", disse o vice-presidente.
Ainda sobre as vacinas, Mour�o foi questionado sobre decis�es que deram prioridade a outros grupos na fila para vacina��o. Um exemplo s�o os caminhoneiros, grupo que apoia Bolsonaro e que amea�a iniciar uma nova greve, inclu�dos na lista de prioridades pelo governo, segundo lista enviada pela Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Dif�cil para o governo federal fazer imposi��o a esse respeito. N�o adianta baixar decreto ou determina��o se n�o tem condi��es de fazer com que ela seja cumprida", disse Mour�o. "Temos que buscar fazer uma campanha para sensibilizar a popula��o para entender as prioridades estabelecidas e esperar com paci�ncia chegar sua vez."
POL�TICA