
Ao todo, o volume de gastos com cart�o corporativo do governo federal somou R$ 170,8 milh�es, no ano passado, dado 36,4% inferior aos R$268,4 milh�es desembolsados em 2019.
A Presid�ncia foi o �rg�o que registrou o segundo maior gasto nessa modalidade e superou pastas que estavam � frente no ano passado, como os minist�rios da Justi�a, da Educa��o e da Economia. Apenas um �nico CPF gastou 95% do total das despesas cobertas por cart�o corporativo do �rg�o e ele "est� sob sigilo".
Essa pessoa sigilosa foi respons�vel pelos gastos de R$ 19,1 milh�es, volume 27% superior aos R$ 14,9 milh�es pagos pelo contribuinte em 2019 para o mesmo CPF. Procurados, o Pal�cio do Planalto e a CGU n�o comentaram essa varia��o que fez a Presid�ncia ocupar a vice-lideran�a de gastos com cart�o corporativo da Uni�o.
Essa pessoa sigilosa foi respons�vel pelos gastos de R$ 19,1 milh�es, volume 27% superior aos R$ 14,9 milh�es pagos pelo contribuinte em 2019 para o mesmo CPF. Procurados, o Pal�cio do Planalto e a CGU n�o comentaram essa varia��o que fez a Presid�ncia ocupar a vice-lideran�a de gastos com cart�o corporativo da Uni�o.
Minist�rios
No topo da lista desses gastos, o Minist�rio do Desenvolvimento Regional (MDR) registrou queda de 5,5% nas despesas com o cart�o corporativo no ano passado, para R$ 115,2 milh�es. Procurada, a pasta informou que essas despesas “s�o referentes, quase integralmente, �s transfer�ncias obrigat�rias para A��es de Defesa Civil”. “Por Lei, os recursos para a��es de socorro e assist�ncia humanit�ria t�m transfer�ncia simplificada, realizada exclusivamente pelo Cart�o de Pagamento de Defesa Civil (CPDC)”, destacou. De acordo com a pasta, os gastos efetivos do minist�rio com cart�o corporativo somaram R$ 579,7 mil.
Diante desse dado, a Presid�ncia da Rep�blica foi, efetivamente, o �rg�o do Executivo que mais teve despesas com cart�o corporativo do governo federal em 2020. Os tr�s minist�rios que mais gastaram com essa modalidade de pagamento, Justi�a, Educa��o e Economia, reduziram as despesas no ano passado devido � pandemia de covid-19.
Os gastos do governo federal tornaram-se tema nas redes sociais ap�s a revela��o, feita pelo site Metr�poles, de que o Poder Executivo teve gastos de R$ 15,6 milh�es na compra de leite condensado. O vice-presidente Hamilton Mour�o minimizou esse gasto e afirmou, nesta quarta-feira (27/01) que ele “estava previsto no Or�amento”. Bolsonaro, por sua vez, em encontro com apoiadores, disse que o leite condensado era para "enfiar no rabo da imprensa”.
Indigna��o
De acordo com especialistas ouvidos pelo Correio Braziliense, no Or�amento da Uni�o, os gastos com alimentos n�o s�o detalhados com minuciosidade e, portanto, n�o � poss�vel identificar gastos t�o espec�ficos como vinho, chiclete e leite condensado. Eles criticam a falta de transpar�ncia nos dados que s�o apresentados dos gastos realizados pelo governo com o dinheiro dos contribuintes brasileiros.
“Os R$ 15 milh�es de gasto com leite condensado s�o s� a ponta do iceberg. O brasileiro precisa se indignar mesmo � com os R$ 1,5 trilh�o de gastos da Uni�o no ano passado sem um detalhamento melhor dessas despesas”, afirmou o economista e consultor Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Ele lembrou que, em 2020, o governo teve gastos adicionais de pelo menos R$ 600 bilh�es com o or�amento de guerra para combater os efeitos da pandemia de covid-19. Castro defende mais crit�rios do governo federal no planejamento de gastos.
O economista Manoel Galindo, diretor executivo da Transpar�ncia Brasil, lembrou que a indigna��o pelo leite condensado est� relacionada ao fato de a maioria da popula��o conseguir compreender esse n�mero, porque sabe o pre�o de uma lata ou caixinha desse produto no supermercado e consegue mensurar o tamanho. “Na verdade, n�o tem como saber se esses R$ 15 milh�es de gasto com leite condensado � muito ou pouco. � preciso saber mais informa��es sobre essa compra e como e onde esse produto foi usado por cada pastas”, explicou.
Galindo admitiu que um problema maior � que os gastos federais s�o pouco transparentes. “N�o tem informa��o detalhada dos gastos e tamb�m n�o h� uma padroniza��o das compras. E, por conta disso,fica dif�cil fazer compara��es”, acrescentou. Ele lembrou que o governo tamb�m precisa explicar os gastos de mais R$ 2,5 milh�es em vinho em um ano em que n�o houve festas e nem recep��es nos �rg�os da Esplanada. “Esse gasto chama a aten��o”, alertou.
Castro tamb�m criticou a falta de transpar�ncia nos gastos p�blicos. “Essa pol�mica do leite condensado, al�m de uma infantiliza��o da preocupa��o da popula��o, mostra que � preciso passar um pente fino em todas as despesas que somam R$ 1,5 trilh�o. E, para isso, ser� necess�ria vontade pol�tica n�o s� do governo, mas tamb�m dos parlamentares que ainda n�o votaram o Or�amento de 2021. Tenho certeza de que, se isso fosse feito, seria poss�vel economizar de 15% a 20%, se fosse feita uma varredura nos gastos”, afirmou.