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Estado de Minas POL�TICA

Governo tamb�m privilegiou caciques no Congresso na reforma da Previd�ncia

Revela��o � mais um fator de descontentamento do 'baixo clero'


30/01/2021 18:54 - atualizado 30/01/2021 22:10

Arthur Lira (Progressistas-AL), já tinha sido favorecido em 2019(foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)
Arthur Lira (Progressistas-AL), j� tinha sido favorecido em 2019 (foto: Michel Jesus/ C�mara dos Deputados)
A estrat�gia do Pal�cio do Planalto de privilegiar os "caciques" partid�rios na distribui��o de recursos "extras" para cooptar votos nas elei��es no Congresso provoca insatisfa��o no chamado baixo clero. Como revelou o Estad�o, o governo de Jair Bolsonaro inovou na troca de verbas por apoio ao dar predile��o a lideran�as, mesmo sem mandato. A pr�tica n�o come�ou agora. O atual candidato governista na disputa pelo comando da C�mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), j� tinha sido favorecido em 2019. Na vota��o da reforma da Previd�ncia, ele foi contemplado com R$ 75 milh�es do Minist�rio da Sa�de, conforme planilha interna da pasta a que o Estad�o teve acesso.

Al�m de Lira, o deputado Elmar Nascimento (BA), na �poca l�der do DEM, pode direcionar R$ 78,5 milh�es para seu reduto eleitoral e o l�der do PL, deputado Wellington Roberto (PB), R$ 71,1 milh�es. Os tr�s, que votaram a favor da reforma do INSS, uma das primeiras vit�rias do governo no Congresso, aparecem com os maiores valores distribu�dos pela pasta da sa�de.

A revela��o � mais um fator de descontentamento do baixo clero. A Secretaria de Governo, liderada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, despejou verbas especialmente em redutos de lideran�as influentes para garantir que Lira seja eleito em primeiro turno - ele teria que obter pelo menos 257 votos. At� agora, Lira diz contar com 217 votos. Por outro lado, Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo atual presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), trabalha com empate no primeiro turno, 232 votos de cada lado.

O descontentamento de deputados do baixo clero pode reduzir o favoritismo do candidato do Planalto e levar a disputa na C�mara para o segundo turno. Sem prioridade na planilha de recursos extras do governo, o grupo tem candidato pr�prio.

F�bio Ramalho (MDB-MG) concorre de maneira avulsa, sem aval do partido e confirma a insatisfa��o do setor com a planilha de controle de recursos do governo. Ele aposta no basta � "discrimina��o" para garantir votos. "Voc� n�o pode colocar um deputado com R$ 3 milh�es e outro com R$ 40 milh�es. � discrimina��o", afirmou o parlamentar mineiro. "Existe o baixo clero e temos que acabar com essa discrimina��o que existe no Or�amento, dentro da Casa e na falta de chamar essas pessoas para discutir as mat�rias."

Os deputados do baixo clero j� vinham incomodados com o escanteamento ao qual foram submetidos por conta da suspens�o dos trabalhos das comiss�es tem�ticas ao longo de 2020. Nesses colegiados, eles podem debater os temas nos quais militam.

Oficialmente, Baleia tem apoio do DEM, do PSDB e do PT
Numa situa��o in�dita desde a redemocratiza��o, partidos de campos ideol�gicos diferentes integram uma Frente Ampla, abrindo caminho de di�logo entre opositores de Bolsonaro no processo sucess�rio de 2022. Trai��es � parte, a candidatura de Baleia Rossi na C�mara tem, at� agora, apoio oficial do DEM, do PSDB e do PT. O governo, por�m, bombardeia o grupo com verbas extras para arrancar votos de dissidentes. A maior parte dos recursos, por�m, fica com os caciques. S� Arthur Lira foi contemplado com R$ 109,5 milh�es na planilha informal do governo.

�s v�speras da vota��o da reforma da Previd�ncia, em 2019, o deputado foi o integrante do Progressistas que mais p�de escolher as bases que receberiam verbas federais. Na ocasi�o, o valor de R$ 75 milh�es liberados em emendas para Lira foi quase quatro vezes maior do que a libera��o obtida pelo segundo correligion�rio mais favorecido. Aguinaldo Ribeiro (PB) teve R$ 22 milh�es para destinar �s bases eleitorais.

Apenas com as emendas publicadas em julho de 2019, dias antes da aprova��o da reforma da Previd�ncia em primeiro turno pela C�mara, Lira beneficiou 36 cidades do seu Estado. E ainda p�de destinar R$ 1 milh�o para Boa Vista (RR) e Ibirit� (MG).

A reportagem do Estad�o revelou que uma planilha de controle do Minist�rio do Desenvolvimento Regional indica R$ 3 bilh�es em dinheiro extra para 285 congressistas - 250 deputados e 35 senadores.

At� o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que n�o tem mandato, aparece como benefici�rio. A maior parte do recurso foi entregue ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que trabalha para emplacar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como seu sucessor, candidato apoiado pelo Pal�cio do Planalto. A lista de repasses da "caixinha" paralela contempla, ainda, l�deres partid�rios como os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Wellington Roberto (PL-PB) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

A reportagem procurou os deputados Arthur Lira, Elmar Nascimentos e Wellington Roberto sobre os valores que receberam ap�s a aprova��o da reforma da Previd�ncia, mas eles ainda n�o se manifestaram at� a publica��o deste texto.


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