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Estado de Minas Torcida brasileira

Mineiro e ex-ministro da Agricultura disputa Nobel da Paz

Alysson Paulinelli tem seu trabalho para transformar o cerrado numa das maiores �reas agr�colas do mundo indicado por brasileiros ao conselho noruegu�s


01/02/2021 04:00 - atualizado 01/02/2021 08:28

''A minha candidatura foi lançada na Fiesp, pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Fico muito grato e muito acanhado, porque afinal é uma honra que não é minha, mas do Brasil'' - Alysson Paulinelli, Ex-ministro da Agricultura indicado ao Nobel da Paz (foto: SNA/divulgação 7/7/16)
''A minha candidatura foi lan�ada na Fiesp, pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Fico muito grato e muito acanhado, porque afinal � uma honra que n�o � minha, mas do Brasil'' - Alysson Paulinelli, Ex-ministro da Agricultura indicado ao Nobel da Paz (foto: SNA/divulga��o 7/7/16)
Depois de liderar na d�cada de 70 o salto cient�fico e tecnol�gico que colocou a agricultura tropical – particularmente o ent�o inexplorado bioma do Cerrado brasileiro – no centro da produ��o de alimentos do planeta; aos 84 anos, Alysson Paulinelli, – tamb�m respons�vel naquela mesma �poca por lan�ar o embri�o da produ��o cafeeira em Minas Gerais – comanda um novo ato.

Por meio do Projeto Biomas Tropicais em curso, projeta um modelo, – no qual, muito antes da produ��o agr�cola, a ci�ncia comanda o mapeamento dos biomas, desenvolve solu��es tecnol�gicas adequadas, que podem ser replicadas para ampliar a produ��o sem desmatamento, emitindo menos gases de efeito estufa e tamb�m com inclus�o social, garante Paulinelli.

Anuncia-se como “instrumento de liberta��o dos povos tropicais”, considera ele, afirmando que o Brasil poder� dobrar a produ��o de alimentos e ainda contribuir de forma decisiva para a mitiga��o ambiental do planeta, chegando em 2050 com uma safra de 620 milh�es de toneladas necess�ria para atender as proje��es de crescimento da popula��o global.

� assim, com a cabe�a em sonhos de futuro e com uma experi�ncia passada que deu protagonismo � produ��o agr�cola tropical – por quatro mil anos subestimada pela produ��o dominante de clima temperado – que Alysson Paulinelli, professor, engenheiro agr�nomo, ex-secret�rio da Agricultura de Minas Gerais (1971-1974), ex-ministro da Agricultura (1974-1979), deputado federal constituinte (1987-1991) – recebe a indica��o para o Pr�mio Nobel da Paz de 2021.

Protocolada em 22 de janeiro junto ao Conselho Noruegu�s do Nobel (The Norwegian Nobel Committee) pelo Diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), Durval Dourado Neto, a indica��o tem o apoio de 119 institui��es brasileiras e internacionais, representando 24 pa�ses.

“A minha candidatura foi lan�ada na Fiesp (Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo) pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Fico muito grato e muito acanhado, porque afinal � uma honra que n�o � minha, mas do Brasil” afirma Paulinelli, mineiro nascido em Bambu�, atualmente vivendo em sua fazenda no munic�pio de Baldim, onde a lavoura, a pecu�ria e a floresta s�o integradas no bioma do Cerrado para a produ��o de soja, milho, capim e cria��o de bois para engorda.

At� hoje, o �nico agr�nomo a alcan�ar a honraria do Nobel da Paz, que � concedida em Oslo, capital da Noruega, foi o americano Norman Borlaug, em 1970: trabalhou na d�cada de 60 como pesquisador agr�cola no M�xico, onde desenvolveu a variedade de trigo semian�o de alto rendimento, resistente a doen�as f�ngicas, o que possibilitou que aquele pa�s se tornasse um exportador l�quido em 1963.

Borlaug introduziu variedades de alto rendimento e t�cnicas modernas de produ��o agr�cola tamb�m no Paquist�o e na �ndia, permitindo que entre 1965 e 1970, a produ��o de trigo quase dobrasse, o que foi chamado � �poca de Revolu��o Verde.

Em visita ao Brasil, na d�cada de 70, a convite do ent�o ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, Norman Borlaug declarou, ao constatar os resultados que este alcan�ara no bioma do Cerrado: “O Cerrado brasileiro est� sendo palco da segunda ‘Revolu��o Verde’ da humanidade. Os pesquisadores brasileiros desenvolveram t�cnicas que h� 20 anos tornaram uma �rea improdutiva na maior reserva de alimentos do mundo. Quero levar essas t�cnicas para a �frica”.

Tecnologia


Paulinelli chegou ao Minist�rio da Agricultura ap�s passar pela Secretaria de Estado da Agricultura de Minas Gerais. “Fui convidado para o Minist�rio da Agricultura pelo trabalho que desenvolvi no Cerrado de Minas”, relata, lembrando que enfrentou o ent�o ministro Delfim Netto que, para evitar a explos�o da oferta da produ��o de caf�, pretendia limitar Minas Gerais ao plantio de 50 mil covas ao ano.

“Com o apoio do Minist�rio da Fazenda, conseguimos financiamentos pela Caixa Econ�mica Federal aos agricultores. Em cinco anos, foram plantadas em Minas 952 milh�es de covas de caf� no nosso Cerrado, o que transformou o estado no maior produtor de caf� do pa�s, com muita t�cnica e qualidade”, afirma, lembrando que a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Minas Gerais) e as universidades de Lavras e de Vi�osa se uniram para desenvolver a in�dita tecnologia do caf�.

“Tudo isso aconteceu e eu sa� de Minas para o minist�rio, tendo a ci�ncia como prioridade e o foco no cerrado, sempre”, revela.

Terra mais antiga do mundo, lixiviada por chuvas intensas, a �rea degradada do Cerrado brasileiro foi recuperada com muita tecnologia, conta Paulinelli.

“Recompomos biologicamente o Cerrado”, afirma, citando o emprego de diversas t�cnicas, entre elas, a planta��o integrada ora de cultura ora de pastagem, mantendo um tratamento adequado que mantivesse o solo protegido, permitindo a recupera��o biol�gica.

“Criamos uma agricultura tropical altamente sustent�vel, num momento em que havia a preocupa��o no mundo da escassez de alimentos com a exaust�o das terras das �reas temperadas do planeta. Foi o Brasil que rompeu a grande barreira criando pela primeira vez a agricultura tropical sustentada. A fertilidade explodiu e hoje temos o nosso Cerrado que, com tecnologia, tornou-se das �reas mais competitivas do mundo”, afirma.





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