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Estado de Minas CONGRESSO NACIONAL

Conhe�a Rodrigo Pacheco, que recoloca MG no comando do Senado ap�s 44 anos

Parlamentar do DEM venceu Simone Tebet nesta segunda; ex-deputado federal, est� no Congresso desde 2014


01/02/2021 19:20 - atualizado 01/02/2021 19:06

Nesta segunda (01/02), mineiro foi eleito para comandar o Senado no próximo biênio(foto: SERGIO LIMA/AFP)
Nesta segunda (01/02), mineiro foi eleito para comandar o Senado no pr�ximo bi�nio (foto: SERGIO LIMA/AFP)
Quarenta e quatro anos depois que um representante mineiro - Magalh�es Pinto, durante a ditadura militar – presidiu o Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM) � eleito primeiro senador por Minas Gerais do Brasil redemocratizado (6ª Rep�blica). A candidatura � presid�ncia do Senado Federal e Congresso Nacional se apresentou n�tida e pavimentada, assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria em 6 de dezembro de 2020, sacramentando o entendimento constitucional que veda a recondu��o para o mesmo cargo na elei��o imediatamente subsequente.

 Diferentemente de Rodrigo Maia (DEM-RJ), abatido pela mesma decis�o, o radar de Davi Acolumbre (DEM-AP) j� tinha delineado o seu plano B: aos 44 anos, o senador mineiro democrata Rodrigo Pacheco, advogado especialista em direito penal, foi a escolha amadurecida.

Com capacidade de di�logo da esquerda � extrema direita, tr�nsito entre empres�rios, - alguns dos quais foram clientes de esc�ndalos como o do Mensal�o - Rodrigo Pacheco pode ser descrito como democrata liberal, defensor do estado laico, di�logo f�cil com empres�rios, h�bil articulador, cr�tico da judicializa��o da pol�tica, da espetaculariza��o das investiga��es comandadas pelos �rg�os de controle, tendo deixado a sua marca como relator no Senado, da lei contra o abuso de autoridade (Lei nº 13.869/19), em vigor desde 3 de janeiro de 2020.

As circunst�ncias aliadas � habilidade de costura deram a Rodrigo Pacheco amplo leque de sustenta��o.Se por um lado Davi Acolumbre levou-o a Jair Bolsonaro, ali assumindo o compromisso de n�o promover ou estimular o processo de impeachment; por outro lado, a bancada do PT no Senado, formada por seis parlamentares e liderada por Rog�rio Carvalho (SE) – pr�ximo a Acolumbre - , decidiu sustentar o senador do DEM com o compromisso de que a Casa lutar� contra qualquer tentativa de ruptura institucional democr�tica. Ao mesmo tempo, petistas negociaram ampliar a sua participa��o nas comiss�es tem�ticas do Senado, atualmente, restrita � Comiss�o de Direitos Humanos.

O senador Antonio Anastasia (PSD), vice-presidente da Mesa na gest�o Acolumbre, que foi um nome aventado por sua legenda para concorrer, preferiu respaldar a candidatura de Rodrigo Pacheco, inclusive ajudando na interlocu��o com o prefeito Alexandre Kalil (PSD), de cujo aval o seu partido dependia para formalizar o apoio a Pacheco. A reuni�o que formalizou o apoio do PSD a Rodrigo Pacheco – segundo maior bancada na Casa - aconteceu na casa de Kalil, com a participa��o de Gilberto Kassab e Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O prefeito da capital mineira e o senador democrata lideram grupos pol�ticos advers�rios no estado, que miram o governo de Minas em 2022. Com a elei��o de Pacheco ao Senado, o projeto dele de governar Minas estar� momentaneamente adiado. Mas, n�o esquecido. � fato que Pacheco alcan�a visibilidade nacional, al�m de poder de articula��o para recolocar Minas Gerais nas linhas de investimento do governo federal, o que ampliar� o seu cacife eleitoral.

Na pol�tica, a trajet�ria de Rodrigo Pacheco, esse senador nascido em Porto Velho (RO) e criado em Passos, no Sul de Minas, � recente e a mete�rica ascens�o, planejada. Disputou a primeira elei��o em 2014. Com apoio de parcela do empresariado mineiro, escolheu o MDB para concorrer a uma cadeira na C�mara dos Deputados. Elegeu-se pela coliga��o proporcional com o PT, o PCdoB, o Pros e o PRB (hoje chamado de Republicanos) que, na ocasi�o, respaldou formalmente a chapa ao governo de Minas de Fernando Pimentel (PT) e do ent�o deputado federal Ant�nio Andrade – que tamb�m era presidente mineiro do MDB. Embora n�o tenha protagonizado as articula��es em Minas pelo impedimento de Dilma Rousseff, como por exemplo o � �poca o fez o senador A�cio Neves (PSDB), Rodrigo Pacheco votou em 2016 favoravelmente, admitindo ser o processo n�o apenas jur�dico, mas tamb�m pol�tico.

Ainda em 2016, Rodrigo Pacheco concorreu �s elei��es municipais � Prefeitura de Belo Horizonte pelo ent�o MDB, percebendo naquele momento uma oportunidade para se firmar como uma terceira via � polariza��o entre petistas e tucanos no estado. Naquela disputa sem candidato � reelei��o e com 11 nomes na corrida, Pacheco chegou em terceiro lugar, derrotado pelo atual prefeito Alexandre Kalil que, no segundo turno, enfrentou o tucano e deputado estadual Jo�o Leite (PSDB).

Por essa �poca, Pacheco j� acalentava o sonho de concorrer ao governo de Minas. Manteve proximidade pol�tica com o PSDB de A�cio Neves e de Antonio Anastasia, que viam nele uma possibilidade � sucess�o de Alberto Pinto Coelho, vice-governador que assumiu o Pal�cio Tiradentes ap�s a desincompatibiliza��o de Antonio Anastasia em abril de 2018 para concorrer ao Senado.

Naquele in�cio de 2018, ainda filiado ao MDB, Rodrigo Pacheco, percebeu, contudo, que n�o haveria espa�o naquela legenda para concorrer ao governo de Minas. O MDB abria o calend�rio daquele ano acreditando que reeditaria a coliga��o para a reelei��o de Fernando Pimentel em Minas. Com o apoio de A�cio Neves, foi ent�o articulado o convite para que Rodrigo Pacheco se filiasse ao DEM, formalizado pelo ent�o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). J� filiado ao DEM, Rodrigo Pacheco lan�ou a sua candidatura ao governo de Minas, em princ�pio, negando aceitar qualquer articula��o que n�o lhe concedesse a cabe�a da chapa. Naquela conjuntura explosiva, contudo, em que A�cio Neves se viu envolvido em esc�ndalo que amea�ava a sobreviv�ncia do PSDB de Minas, as articula��es para a chapa tucana se afunilaram para a candidatura do senador Antonio Anastasia em chapa que tinha por vice o ent�o deputado federal Marcos Montes (PSD). Em articula��o com o PSDB, o DEM nacional trabalhou para a repeti��o da coliga��o entre as duas legendas, aliadas hist�ricas em Minas.

Rodrigo Pacheco retirou a sua candidatura ao governo de Minas, lan�ou-se ao Senado, recebendo apoio priorit�rio e incondicional de Anastasia . Rodrigo Pacheco foi indicado duas vezes para assumir o Minist�rio da Justi�a. Em 2017, no governo de Michel Temer, pela bancada federal do MDB quando o titular do cargo, Alexandre de Moraes foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha, contudo, recaiu-se sobre Osmar Serraglio (MDB-PR). Em 2019, j� no governo Bolsonaro, quando S�rgio Moro caiu acusando o presidente da Rep�blica de interfer�ncias indevidas na Pol�cia Federal para uma “a��o entre amigos”, o pr�prio David Acolumbre e l�deres partid�rios da base, ofereceram a Jair Bolsonaro Rodrigo Pacheco para o cargo. A articula��o n�o avan�ou.

Entre as posi��es pol�ticas de maior destaque que assumiu em seu mandato parlamentar na C�mara dos Deputados, est� a presid�ncia da CCJ (Comiss�o de Constitui��o e Justi�a) em 2017. Na CCJ, foi respons�vel por analisar duas den�ncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da Rep�blica contra o presidente Michel Temer no �mbito da Opera��o Lava Jato, ap�s a dela��o de executivos da JBS incriminar o pol�tico em atos de corrup��o durante o cargo. Ao mesmo tempo em que nomeou dois mineiros, - o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB) e o falecido Bonif�cio de Andrada (PSDB) - ambos aliados de Temer, para a relatoria, Pacheco se absteve de votar em plen�rio.

Mineiros que presidiram o Senado Federal

Primeira Rep�blica (1889-1930)

Afonso Pena - 1902 - 1906
Wenceslau Braz - 1910 - 1914
Delfim Moreira - 1918 - 1920 (cargo vago por morte)
Bueno da Silva - 1920 - 1922 Fernando de Mello Vianna - 1926 - 1930 (presidente at� o Congresso ser dissolvido)

Segunda Rep�blica (1930-1937)

Waldomiro Magalh�es - 1936 (entre mar�o e maio)

Ditadura Militar (1964-1985)

Magalh�es Pinto (Arena) - 1975-1976

*Desde a redemocratiza��o, apenas Arlindo Porto (PTB) representou MG na disputa, em 2001.


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