
Bras�lia – A deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) est� prometida para a Comiss�o de Constitui��o, Cidadania e Justi�a (CCJ).
Faz parte do acordo do novo presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), e a indica��o � favor�vel, pois a deputada � integrante do maior partido do bloco de apoio do vencedor das elei��es parlamentares.
Acredita-se que Kicis poder� se tornar o bra�o do presidente Jair Bolsonaro no colegiado mais importante da Casa. Com a aliada, o presidente poderia, por exemplo, barrar eventual processo de impeachment ou dar vaz�o � pauta conservadora.
Faz parte do acordo do novo presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), e a indica��o � favor�vel, pois a deputada � integrante do maior partido do bloco de apoio do vencedor das elei��es parlamentares.
Acredita-se que Kicis poder� se tornar o bra�o do presidente Jair Bolsonaro no colegiado mais importante da Casa. Com a aliada, o presidente poderia, por exemplo, barrar eventual processo de impeachment ou dar vaz�o � pauta conservadora.
Faltou, no entanto, conversar com os “russos”. Gra�as � postura, muitas vezes, extremada da parlamentar, a indica��o gerou controv�rsia e outros candidatos se lan�aram ao cargo, apostando em candidatos avulsos.
No momento, Kicis manobra para se mostrar vi�vel e tenta convencer colegas de que ser� moderada e n�o a mesma deputada suspeita de dar suporte a atos antidemocr�ticos e contr�ria �s medidas cient�ficas de combate � pandemia.
No momento, Kicis manobra para se mostrar vi�vel e tenta convencer colegas de que ser� moderada e n�o a mesma deputada suspeita de dar suporte a atos antidemocr�ticos e contr�ria �s medidas cient�ficas de combate � pandemia.
A lista que dep�e contra Kicis � longa e prejudica os sonhos de Bolsonaro de colocar sua principal defensora no Congresso na CCJ. Para mudar sua imagem, Bia deu um tempo com a imprensa e, agora, visita gabinetes de l�deres partid�rios em busca de apoio.
Em troca, apresenta o compromisso de fazer jus ao cargo. Segundo interlocutores, apesar das pol�micas, o acordo do PSL com Lira est� mantido, e a deputada pretende visitar, inclusive, a oposi��o. “� a linha que ela pretende seguir, jurista, do di�logo, de algu�m que foi procuradora do DF por 24 anos”, diz uma pessoa pr�xima.
Em troca, apresenta o compromisso de fazer jus ao cargo. Segundo interlocutores, apesar das pol�micas, o acordo do PSL com Lira est� mantido, e a deputada pretende visitar, inclusive, a oposi��o. “� a linha que ela pretende seguir, jurista, do di�logo, de algu�m que foi procuradora do DF por 24 anos”, diz uma pessoa pr�xima.
A pol�mica contra a nomea��o perdeu for�a diante do sil�ncio da deputada. A diretoria da Associa��o dos Procuradores do Distrito Federal soltou nota em apoio a Bia Kicis.
“A APDF est� certa de que a indicada possui todos os atributos necess�rios para o exerc�cio de t�o elevado cargo e que seu virtuoso hist�rico de atua��o como advogada p�blica, sua intelig�ncia, idoneidade, lideran�a, cordialidade e incans�vel dedica��o � coisa p�blica a credenciam a contribuir de forma relevante com os trabalhos a serem realizados no �mbito da CCJ da C�mara Federal no pr�ximo bi�nio”, diz a nota.
A Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA) tamb�m saiu em defesa da parlamentar, e disse ver “a necessidade de alinhamento do pr�ximo presidente da CCJ da C�mara dos Deputados com o governo federal, para a efetiva��o eficaz dos projetos que tramitar�o naquela Casa”.
“A APDF est� certa de que a indicada possui todos os atributos necess�rios para o exerc�cio de t�o elevado cargo e que seu virtuoso hist�rico de atua��o como advogada p�blica, sua intelig�ncia, idoneidade, lideran�a, cordialidade e incans�vel dedica��o � coisa p�blica a credenciam a contribuir de forma relevante com os trabalhos a serem realizados no �mbito da CCJ da C�mara Federal no pr�ximo bi�nio”, diz a nota.
A Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA) tamb�m saiu em defesa da parlamentar, e disse ver “a necessidade de alinhamento do pr�ximo presidente da CCJ da C�mara dos Deputados com o governo federal, para a efetiva��o eficaz dos projetos que tramitar�o naquela Casa”.
Para o analista pol�tico Melillo Dinis, do portal Intelig�ncia Pol�tica, a peregrina��o de Bia Kicis pode n�o surtir efeito. Ele acredita que a situa��o da deputada como candidata � delicada e que o acordo com Lira n�o � t�o firme quanto pode parecer.
“A Bia precisa aprender que as consequ�ncias v�m depois”, avalia. Melillo destaca que o projeto de Lira n�o � construir uma pauta ideol�gica, ou a servi�o de Bolsonaro, mas uma que atenda �s necessidades que levaram o Centr�o � presid�ncia da C�mara e do Senado. Como uma parlamentar de confronto e com postura de apoio irrestrito a Bolsonaro, Bia estaria se afastando de Lira.
“A Bia precisa aprender que as consequ�ncias v�m depois”, avalia. Melillo destaca que o projeto de Lira n�o � construir uma pauta ideol�gica, ou a servi�o de Bolsonaro, mas uma que atenda �s necessidades que levaram o Centr�o � presid�ncia da C�mara e do Senado. Como uma parlamentar de confronto e com postura de apoio irrestrito a Bolsonaro, Bia estaria se afastando de Lira.
“O Centr�o cobra mais caro, e a Beatriz tem uma pauta ideol�gica. Tem pauta a partir dos interesses do governo. Ela � o bra�o de apoiadores de Jair Bolsonaro na gest�o da C�mara, muito mais que Lira ou Pacheco. O papel dela � de tentar estabelecer uma l�gica a partir do pr�prio presidente da Rep�blica no modelo da C�mara. Ela passa por um abandono. Ela desinteressa ao atual presidente da C�mara. Por mais que ela jure que � normal, ningu�m a considera dessa forma, por exclusiva responsabilidade dela. Hoje, ningu�m avalia que ela seja moderada, ou de composi��o. Pode ser que ela tenha se convertido, mas ningu�m acredita nisso”, pondera Melillo.
Colega de bancada de Bia Kicis, a deputada Carla Zambelli (SP) defende Kicis. Ela lembra que Kicis j� ocupou a cadeira da CCJ como primeira vice-presidente e enfrentou temas espinhosos.
“A Bia � uma mulher com experi�ncia de mais de 20 anos na Procuradoria do DF. � uma pessoa de fac�limo trato, e que j� tem um trabalho na CCJ em 2019. Encarou temas �speros, como o voto audit�vel, com di�logo, conversando com bastantes pessoas. Ali, mostrou uma experi�ncia bastante positiva. O trabalho dela na CCj mostra que � de f�cil trato, e vai exercer o papel com parcim�nia e di�logo, atendendo a cada deputado conforme sua necessidade. Inclusive da oposi��o”, garante.
“A Bia � uma mulher com experi�ncia de mais de 20 anos na Procuradoria do DF. � uma pessoa de fac�limo trato, e que j� tem um trabalho na CCJ em 2019. Encarou temas �speros, como o voto audit�vel, com di�logo, conversando com bastantes pessoas. Ali, mostrou uma experi�ncia bastante positiva. O trabalho dela na CCj mostra que � de f�cil trato, e vai exercer o papel com parcim�nia e di�logo, atendendo a cada deputado conforme sua necessidade. Inclusive da oposi��o”, garante.
O l�der do PT, Enio Verri (PR), acredita que a pessedista ter� dificuldades de conseguir votos. “O PSL � o maior partido e tem o direito de indicar a presid�ncia da CCJ. Ela vai ter dificuldades. Na CCJ, voc� espera algu�m ponderado, que defenda a Constitui��o, e a posi��o dela � outra. Ela ter� dificuldade. N�o � por ser de esquerda ou de direita. � a postura dela de ultradireita”, aponta Verri.
O deputado Bacelar (Podemos-BA), que lan�ou uma candidatura de protesto � CCJ, afirma que, se Bia Kicis conseguisse provar que mudou, ele a apoiaria. Ainda assim, ele demonstra ceticismo.
“Eu n�o vivi na �poca da Inquisi��o, e n�o sei como os novos-crist�os se comportavam. N�o tenho proximidade com a deputada Bia Kicis. Conhe�o as teses que ela defende, as plataformas, e as bandeiras que ela abra�a. � preciso saber que compromissos p�blicos ela assume. Vai se apegar � pauta de costumes, ou vai tratar dos grandes problemas do Brasil, como reforma tribut�ria, aux�lio emergencial ou vacina? Ou vai ficar batalhando contra aborto, contra escola p�blica democr�tica, essa pauta de costumes retr�grada e obcura?”, questiona.
“Eu n�o vivi na �poca da Inquisi��o, e n�o sei como os novos-crist�os se comportavam. N�o tenho proximidade com a deputada Bia Kicis. Conhe�o as teses que ela defende, as plataformas, e as bandeiras que ela abra�a. � preciso saber que compromissos p�blicos ela assume. Vai se apegar � pauta de costumes, ou vai tratar dos grandes problemas do Brasil, como reforma tribut�ria, aux�lio emergencial ou vacina? Ou vai ficar batalhando contra aborto, contra escola p�blica democr�tica, essa pauta de costumes retr�grada e obcura?”, questiona.
Outro nome cotado � o de Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). Parlamentares o veem como uma escolha apaziguadora. A CCJ permaneceria no bloco de Lira, permaneceria com um deputado conservador, mas com um hist�rico mais moderado que o de Bia Kicis. O parlamentar, no entanto, n�o assumiu a candidatura e diz que est� ouvindo colegas.
“H� uma press�o de v�rios deputados e partidos querendo que eu me candidate. Estou ouvindo e conversando. Vai ficar para depois do carnaval. Estou ouvindo mineiramente”, diz.
“H� uma press�o de v�rios deputados e partidos querendo que eu me candidate. Estou ouvindo e conversando. Vai ficar para depois do carnaval. Estou ouvindo mineiramente”, diz.
Fernanda Melchionna, do Psol, tamb�m vai se lan�ar. Segundo ela, Bia Kicis n�o procurou o partido. E se fizesse, estaria perdendo tempo. A parlamentar sabe que, pela proporcionalidade, dificilmente um candidato do Psol ficaria com a vaga.
“H� um mal-estar em v�rios parlamentares, mas isso tem que se produzir em um movimento para que ela n�o comande (a CCJ). N�o � poss�vel que seja um mal-estar silencioso. Se ela comandar a CCJ, vai ter que mudar o nome da comiss�o. Vou me lan�ar por ora. Mas tem o debate regimental. O lan�amento da candidatura � no sentido de fazer o contraponto, mais pol�tico que jur�dico. Mas vejo com bons olhos que outros candidatos se lancem. Espero que esse movimento provoque uma press�o tamb�m externa”, opina.
“H� um mal-estar em v�rios parlamentares, mas isso tem que se produzir em um movimento para que ela n�o comande (a CCJ). N�o � poss�vel que seja um mal-estar silencioso. Se ela comandar a CCJ, vai ter que mudar o nome da comiss�o. Vou me lan�ar por ora. Mas tem o debate regimental. O lan�amento da candidatura � no sentido de fazer o contraponto, mais pol�tico que jur�dico. Mas vejo com bons olhos que outros candidatos se lancem. Espero que esse movimento provoque uma press�o tamb�m externa”, opina.
