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Estado de Minas GOVERNO

Ala militar j� articula campanha de reelei��o do presidente Bolsonaro

Generais, entretanto, devem cobrar postura mais moderada do capit�o reformado para tentar novo mandato


17/02/2021 04:00

Bolsonaro com o general Luiz Eduardo Ramos (E), que diz não ter se arrependido de apoiar o capitão reformado no Planalto(foto: EVARISTO SÁ/AFP - 27/10/20)
Bolsonaro com o general Luiz Eduardo Ramos (E), que diz n�o ter se arrependido de apoiar o capit�o reformado no Planalto (foto: EVARISTO S�/AFP - 27/10/20)


Bras�lia – O presidente Jair Bolsonaro ainda n�o confirmou se disputar� novo mandato. Mas um dos grupos de sustenta��o do seu governo, os militares, j� t�m procurado montar estrat�gias para tentar pavimentar esse caminho. No entanto, ressaltam que Bolsonaro precisar� moderar o discurso, esquecer picuinhas e investir na recupera��o econ�mica. No per�odo pr�-elei��o no Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, ajudou na articula��o com o Centr�o para que os aliados do Planalto sa�ssem vitoriosos.

Na �ltima semana, Ramos disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que n�o se arrepende da alian�a, apesar do mal-estar entre os militares. Ramos alegou que “n�o se envergonha” e que os oficiais da ativa das For�as Armadas entendem o “momento pol�tico” do governo. Outros militares, no entanto, ao longo do mandato, deixaram o Planalto disparando cr�ticas, como Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, e R�go Barros, ex-porta-voz da Presid�ncia.

“Conhe�o muitos militares que n�o votaram no Bolsonaro quando era deputado e continuam n�o votando. As For�as Armadas n�o s�o um bloco �nico. A preocupa��o � de que haja descolamento pol�tico das For�as Armadas em rela��o ao governo. Os governos passam e as For�as Armadas continuam. Existe essa preocupa��o com a imagem”, diz um oficial. Ele ressaltou, no entanto, que v� chances de reelei��o de Bolsonaro, mas que, para isso, o presidente dever� melhorar ao menos dois aspectos: a economia e a comunica��o.

“O governo se comunica mal, se articula mal para divulgar informa��es e as de relev�ncia, sobre o que o governo faz, acabam n�o chegando. Bolsonaro ter� como desafio moderar esse comportamento e a dificuldade em se comunicar. A reelei��o tamb�m vai depender muito da economia”, observa.

Para manter o apoio dos militares, Bolsonaro retoma a bandeira de obter a aprova��o do excludente de ilicitude, esp�cie de salvaguarda jur�dica para policiais que, porventura, matarem em servi�o. O item consta na lista de 35 itens que o presidente considera preferenciais e enviou ao Congresso. O presidente colocou em pr�tica, ainda nesta semana, novas altera��es na legisla��o que trata da amplia��o do acesso �s armas.

Para o senador Major Ol�mpio (PSL-SP), ex-aliado do presidente, a ades�o � campanha de reelei��o ser� composta por um grupo significativo de veteranos. Por�m, avalia, em meio aos policiais da ativa, como militares, civis, penais e policiais federais e rodovi�rios federais, o chefe do Executivo tem perdido apoio.

“Com esse p�blico, Bolsonaro est� criando uma grande rejei��o, pois n�o fez nada a favor. Pelo contr�rio, com a reforma previdenci�ria dos militares, perderam muito. A tend�ncia � que continue congelado o sal�rio e a contagem do tempo de servi�o para aumento de remunera��o e aposentadoria. Esse povo da seguran�a p�blica a cada dia vai diminuir mais, a tend�ncia � de abandono do barco. A grande massa que s�o ativos est�o revoltados porque s� est�o perdendo. A massa significativa de veteranos, aposentados, que t�m direitos adquiridos, ainda o apoiam”, relata.

Promessas

O major destaca que Bolsonaro se elegeu com a promessa de tr�s pilares: anti-esquerda, combate � corrup��o e resgate da seguran�a p�blica e direito de leg�tima defesa. “Os dois itens com a corrup��o e seguran�a p�blica deixaram a desejar e ficaram s� no discurso. Com a nova lei de previd�ncia dos militares, acabou ficando uma massa bastante significativa de pra�as, soldados e pensionistas que foram abandonados no limbo. Ele fez carreira defendendo pra�as e os pensionistas. � justamente esse p�blico que est� se sentindo abandonado. O pessoal da ativa das pol�cias militares est� ensandecido porque n�o pode fazer reajuste salarial e licen�a-pr�mio de policiais no per�odo de mar�o do ano passado at� o final do ano est� suspenso”, refor�a.

Para o analista pol�tico Creomar de Souza, da Consultoria Dharma, duas quest�es s�o importantes para tra�ar o caminho desejado por Bolsonaro: modera��o de discurso e a necessidade de crescimento econ�mico. “A grande dificuldade fica no estabelecimento dessa performance. Esse parece ser o grande desafio para o governo. N�o tem performance econ�mica, tem esvaziamento de agenda e isso vai tirando tra��o do governo”, aponta.

Entre os militares, avalia, a quest�o � de observa��o dos pr�ximos desdobramentos de reformula��o de cargos, sobretudo nos minist�rios. “Obviamente, o Centr�o est� de olho em algumas pastas que hoje s�o ocupadas por ministros militares, como a Sa�de, a Casa Civil, a Secretaria de Governo, assim como outros cargos distribu�dos na Esplanada. Se Bolsonaro insistir em uma diminui��o desses espa�os, entra com menor vocaliza��o entre os militares para uma reelei��o. Caso n�o, perde no Centr�o. Este � o dilema: encontrar o meio-termo de equil�brio dessas novas for�as que comp�em o governo”, destaca.

A constitucionalista Vera Chemim, mestre em direito p�blico administrativo pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), analisa que os militares n�o intervir�o de forma contundente numa eventual  re-   elei��o de Bolsonaro, pois existem diverg�ncias internas que remetem � hip�tese de divis�o do apoio e, consequentemente, dispers�o de votos favor�veis ao presidente. “A rela��o entre Bolsonaro e os militares n�o parece est�vel, a ponto de ratificar os votos favor�veis � sua reelei��o, o que leva � possibilidade de sua eventual reelei��o ser garantida em tese, pela grande massa da popula��o, tendo em vista fatores relevantes para a manuten��o de sua popularidade, como a continuidade do aux�lio emergencial diante da crise sanit�ria e os investimentos  governamentais que t�m sido feitos nas regi�es Norte e Nordeste”, exemplifica. Por outro lado, diz, Bolsonaro tamb�m tem perdido apoio dos bolsonaristas radicais em raz�o de sua proximidade com o Centr�o e das m�ltiplas concess�es que tem destinado em troca de apoio e da sua blindagem diante dos pedidos de impeachment.

Cr�tica nas redes sociais 

O presidente Jair Bolsonaro, que passou o carnaval em S�o Francisco do Sul (SC), respondeu a um seguidor pelas redes sociais que pediu para que ele fosse a Manaus ver a situa��o das pessoas infectadas pela COVID-19. O seguidor tamb�m recomenda ao presidente que v� aos supermercados: “Presidente, o senhor poderia ter ido dar esse passeio l� em Manaus para ver de perto a dor das pessoas infectadas pela COVID. Enquanto o senhor se diverte, a economia castiga os menos favorecidos. � s� uma dica. Procure ir nos supermercados e ver a infla��o real, longe das mordomias do Planalto”. Bolsonaro respondeu: “V� reclamar de quem te obrigou a ficar em casa, fechou o com�rcio e destruiu milhares de empregos. Um abra�o".
 
 


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