O presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), usou sua conta no Twitter nesta quinta-feira (18/2) para dizer que pol�ticos s�o transit�rios, mas as institui��es representadas s�o permanentes. As falas tentam descolar epis�dio da ideia de crise institucional, quando o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso ap�s divulgar v�deo com ataques verbais aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que os imaginava sendo agredidos na rua.
“Todos, na vida p�blica, somos transit�rios. E nosso maior dever, nossa maior miss�o, � ter a consci�ncia de que n�s n�o somos as institui��es. As institui��es s�o permanentes. As institui��es ficar�o. Nesse sentido, n�o haver� nunca crise entre as institui��es, sobretudo quando h� a exata compreens�o de que elas s�o maiores do que qualquer indiv�duo”, afirmou Lira.
Ele citou, ainda, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill: “Como na frase c�lebre de Churchill, a democracia � a pior forma de governo, com exce��o de todas as demais”.
Rec�m-chegado ao cargo de presidente, Lira j� se v� em uma situa��o complicada. De um lado, um parlamentar bolsonarista do chamado ‘baixo clero’ mas, ainda assim, um parlamentar.
Do outro, os ataques feitos por ele ao Supremo, algo condenado por v�rias alas do Congresso, a n�o ser a mais ideol�gica e ligada ao presidente Jair Bolsonaro, visto que o parlamentar em quest�o � defensor ferrenho de Bolsonaro.
Preso em flagrante por crime inafian��vel na �ltima ter�a-feira (16), a pris�o precisa passar por aprova��o ou n�o da C�mara dos Deputados (por maioria de votos — ou seja, 257 dos 513 parlamentares), conforme previsto na Constitui��o Federal. Na �ltima quarta-feira, Lira se reuniu com a Mesa Diretora e com o col�gio de l�deres para discutir situa��o. Os parlamentares devem votar quest�o nesta quinta.
Fake news
A pris�o foi decretada no �mbito do inqu�rito das fake news, no qual o deputado � alvo, pelo relator no STF, o ministro Alexandre de Moares.
A decis�o foi referendada por unanimidade no plen�rio do Supremo na �ltima quarta-feira, o que pressiona ainda mais a C�mara. Seria relativamente mais f�cil derrubar a decis�o de um ministro, mas a situa��o se torna mais complicada quando a defini��o foi dos 11 ministros.
Ao confirmar seu voto, o ministro Marco Aur�lio fez quest�o de "alfinetar" a C�mara, afirmando que a Casa "certamente n�o faltar� ao povo brasileiro. "Agora, a C�mara – e n�o vejo nisso qualquer press�o – ter� que apreciar n�o o ato individual, mas um ato colegiado formalizado a uma s� voz", afirmou.
Al�m disso, ap�s decis�o no Supremo, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) apresentou den�ncia contra Silveira por amea�a a ministros do STF.
Na manh� desta quinta-feira, Lira se reuniu no Pal�cio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro para discutir situa��o de deputado.
A conversa n�o estava prevista na agenda oficial do mandat�rio.