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Estado de Minas LAVA-JATO

Di�logo de Deltan da Lava-Jato: 'Deixe a burocracia e venha prender Lula'

Ex-coordenador da extinta for�a-tarefa de Curitiba teria dito isso a colega; mensagens foram obtidas em Opera��o Spoofing, ap�s invas�o de hackers


23/02/2021 09:16 - atualizado 23/02/2021 09:18

(foto: Evaristo Sá/AFP)
(foto: Evaristo S�/AFP)
A defesa do ex-presidente Lula enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (22/02) mais di�logos que teriam sido trocados entre integrantes da extinta for�a-tarefa da Lava-Jato de Curitiba. As mensagens, obtidas no �mbito da Opera��o Spoofing (que prendeu hackers suspeitos de invadir celulares de autoridades), foram repassadas � defesa ap�s autoriza��o do Supremo.

Em um dos di�logos destacados est� um que seria entre o procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da extinta for�a-tarefa de Curitiba, e o procurador Janu�rio Paludo, no dia 15 de setembro de 2016. “Deixe essa burocracia chata que n�o serve para nada e vem par� c� voc� tamb�m, January. Venha prender o Lula”, teria escrito Dallagnol. A defesa afirma, no documento enviado ao STF, que, na ocasi�o, “n�o havia sequer uma acusa��o formal contra Lula. Refor�ando a obsess�o em rela��o a ele”, afirmou a defesa.

A manifesta��o foi enviada ao ministro Ricardo Lewandowski no �mbito de uma reclama��o (43.007), contendo di�logos do relat�rio analisado pelo perito assistente Cl�udio Wagner, contratado pela defesa.

O documento traz, ainda, di�logos que envolveriam uma integrante da Pol�cia Federal chamada Erika. Ela teria lavrado um depoimento sem falar com a testemunha. “Como exp�e a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escriv�o e tudo, quando n�o ouviu nada… D� no m�nimo uma falsidade… DPFs [delegados da Pol�cia Federal] s�o facilmente expostos a problemas administrativos”, teria escrito Deltan.

Erika � citada apenas pelo primeiro nome. Havia na Lava-Jato uma delegada da PF chamada Erika Marena. Quando o ex-juiz Sergio Moro passou a ser ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, ela passou a ocupar o cargo de diretora do Departamento de Recupera��o de Ativos e Coopera��o Jur�dica Internacional da Secretaria Nacional de Justi�a.

Em junho de 2019, algumas mensagens envolvendo procuradores e o ex-juiz federal Sergio Moro come�aram a ser divulgadas pelo site The Intercept, em s�rie de reportagens intitulada “Vaza Jato”. Um m�s depois, a Pol�cia Federal deflagrou a Opera��o Spoofing, a qual obteve mais di�logos como esses.

Em nota, a PF afirmou que “todas as a��es de pol�cia judici�ria, depoimentos e interrogat�rios inclusive, praticadas no �mbito de suas opera��es, s�o pautadas pela legalidade, encontram-se sob controle interno e externo e, nos termos da lei, s�o disponibilizadas aos investigados e advogados que atuam junto �s investiga��es”. “Os termos prestados s�o conferidos e assinados pelo depoente, pela autoridade policial e advogados eventualmente presentes”, pontuou.

J� os procuradores que integraram a for�a-tarefa reafirmaram que as mensagens s�o fruto de atividade criminosa e que n�o tiveram sua autenticidade reconhecida, afirmando que “toda a atua��o oficial dos procuradores se d� nos autos e fica registrada”. Disseram, ainda, que embora n�o reconhe�am o conte�do dos di�logos -- “seja pelo tempo, seja pela ordem em que s�o apresentados, seja pelo conte�do” -- “mostram somente uma brincadeira entre colegas de trabalho”, referindo-se ao di�logo relativa � "prender o Lula".

Em rela��o aos di�logos que teriam se referido a um depoimento � PF, afirmaram que “ainda que os di�logos tivessem ocorrido da forma como foram apresentados, foram apresentados absolutamente fora de contexto e omitem parte relevante da quest�o”. De acordo com eles, “os supostos di�logos apontam que se refeririam a depoimento espec�fico prestado por Fernando Moura que, ap�s confessar seus crimes em acordo de colabora��o premiada e depoimento perante a Pol�cia Federal, negou os fatos perante a Justi�a Federal em depoimento prestado no dia 22 de janeiro de 2016”.

“Naquela ocasi�o, ele questionou se de fato tinha feito as afirma��es que constavam em seu termo colhido perante a Pol�cia Federal. Diante do teor das declara��es do colaborador � Justi�a, � natural que possa ter havido questionamentos e especula��es, entre os procuradores, sobre terem havido todos os cuidados necess�rios na colheita do depoimento de Fernando Moura perante a Pol�cia, j� que o teor dos depoimentos refletia o que havia sido dito por ocasi�o do acordo do colaborador”, afirmaram.

Segundo os procuradores, “a verifica��o dos fatos, em momento posterior ao das supostas conversas, demonstrou que todos os depoimentos do colaborador na Pol�cia Federal foram tomados com a sua presen�a acompanhada de seus advogados e que havia confirmado as informa��es que havia prestado em seu acordo de colabora��o”.

“Al�m disso, o colaborador Fernando Moura, no dia 3 de fevereiro de 2016, em um novo depoimento perante o Minist�rio P�blico e num segundo depoimento perante a Justi�a Federal, reconheceu que havia mentido perante a Justi�a na ocasi�o anterior, alegando ter sido amea�ado por algu�m no dia anterior ao seu depoimento”, garantiram.

Na nova ocasi�o, segundo os procuradores, “ele confirmou as declara��es que havia prestado no acordo de colabora��o ao Minist�rio P�blico e no depoimento perante a Pol�cia Federal, dissipando as d�vidas que ele mesmo havia levantado e que podem ter levado aos questionamentos dos procuradores, caso as supostas mensagens tenham se verificado como apresentadas”.

Sem confirmar as conversas, os procuradores disseram, ainda, que “os supostos di�logos, se tiverem ocorrido como apresentados, revelam ainda o receio de persegui��es e retalia��es administrativas por poss�vel equ�voco no modo como foi registrado o depoimento, mesmo que o conte�do do depoimento estivesse absolutamente correto”.

“Se n�o houvesse parcialidade, sele��o ou omiss�o de textos das supostas mensagens que constam no pr�prio material, esta explica��o provavelmente estaria no pr�prio desenvolvimento dos supostos di�logos”.


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