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Estado de Minas ENTREVISTA

L�der de Zema na ALMG: 'Governo que n�o tem maioria precisa de prioridades'

Em conversa com o Estado de Minas, deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB) contou como foi o processo at� ser escolhido o novo l�der do governo Zema


24/02/2021 15:46 - atualizado 24/02/2021 19:39

Gustavo Valadares, do PSDB, é o novo líder do governo Zema na ALMG(foto: Flávia Bernardo/ALMG 21/10/19)
Gustavo Valadares, do PSDB, � o novo l�der do governo Zema na ALMG (foto: Fl�via Bernardo/ALMG 21/10/19)
O deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB) assumiu, na ï¿½ltima quinta-feira (18/02), a lideran�a do governo Romeu Zema  (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Conhecido por muitos parlamentares por seu trabalho nos bastidores, Valadares tem a miss�o de tra�ar os novos rumos do bloco de governista na Casa.

Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o deputado disse que recebeu a indica��o do governador ciente dos desafios que ter� pela frente. Tamb�m destacou como positiva a volta do PSDB � lideran�a do governo no Legislativo. Valadares substitui o colega Raul Bel�m (PSC), que estava no cargo desde junho do ano passado.
 
“A escolha do l�der do Governo � do governador. Recebi essa indica��o ciente dos desafios que temos com um governo que n�o tem maioria na Casa e elegeu tr�s deputados do partido Novo", afirmou o parlamentar. 

Ele explica que n�o � segredo para ningu�m que a falta de uma base com maioria no Parlamento traz dificuldades e requer um trabalho cada vez mais alinhado. “Temos a tarefa de dialogar cada vez mais n�o s� com os deputados deste grupo, mas tamb�m com os da oposi��o que, ali�s, � preciso reconhecer, tem feito uma oposi��o consciente”, completa.

De fevereiro de 2019 a mar�o de 2020, a lideran�a de Zema esteve nas m�os do PSDB, mas por meio de Luiz Humberto Carneiro. Bel�m, que deixou a chefia das articula��es do governo na Assembleia, passa a comandar o bloco governista, composto por 21 parlamentares, de sete partidos.

“A lideran�a de Governo n�o pertence a um partido ou outro, a lideran�a de Governo � vocacionada para o entendimento e isso s� se faz se tiver essa consci�ncia”, afirma.

Aos 43 anos, Valadares � bacharel em Direito e empres�rio. Ele est� no quinto mandato como deputado estadual. Em 2008, foi candidato a prefeito de Belo Horizonte pelo DEM. Questionado sobre seu trabalho nos bastidores do bloco, o deputado declarou que o trabalho de l�der precisa ser “em grupo”. 

“Nosso trabalho precisa ser de grupo, n�o s� pelas dificuldades j� elencadas, como tamb�m pela maneira como enxergamos que deve ser: com muito di�logo, transpar�ncia e unidade. Essa invers�o que se deu agora entre mim e o deputado Raul Bel�m, agora l�der do bloco, n�o muda a nossa atua��o. Eu e Raul mudamos de posi��o, mas vamos continuar trabalhando juntos pela aprova��o das pautas importantes para o estado, na Assembleia”, declarou.

Sem a maioria, mas com prioridades


Questionado sobre uma poss�vel venda da Cemig e Copasa, que � uma das propostas de Zema desde a campanha eleitoral, o deputado pontuou a vontade do bloco na Casa e citou o acordo com a mineradora Vale. O governo trabalha para que o Legislativo referende o acordo de R$ 37,68 bilh�es firmado com a Vale em compensa��es pelas perdas ocorridas com trag�dia de Brumadinho, em 2019. 

“Um governo que n�o tem maioria precisa ter prioridades. A venda dessas empresas �, sim, um desejo do governo Zema e � preciso aprova��o de PEC, que requer maioria de 48 votos em plen�rio. Temos j� nos pr�ximos dias o in�cio da discuss�o da ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal do governo fenderal e o projeto do acordo da Vale.”, explica.

“Dos R$ 37,68 bilh�es a serem pagos pela mineradora � sociedade mineira como medida de repara��o pela trag�dia, R$ 3 bilh�es est�o destinados a a��es definidas pelos moradores locais. O acordo prev� audi�ncias p�blicas no Parlamento”, completa.

Confira a entrevista na �ntegra:

Como o sr. recebeu a indica��o para assumir a lideran�a do governo Zema no Legislativo? Como se deu esse processo at� ter o nome do sr. confirmado?

A escolha do l�der do Governo � do governador. Recebi essa indica��o ciente dos desafios que temos com um governo que n�o tem maioria na Casa e elegeu tr�s deputados do partido Novo. N�o � segredo pra ningu�m que a falta de uma base com maioria no Parlamento traz dificuldades e requer que fa�amos um trabalho cada vez mais alinhado. Trabalho que vem dando resultados: al�m da aprova��o de 100% dos projetos do Governo, conseguimos ampliar, nesta legislatura, a base de cinco para sete partidos. Somos hoje 21, �ramos 17. Por outro lado, os blocos independentes se uniram e hoje s�o 39. Temos a tarefa de dialogar cada vez mais n�o s� com os deputados deste grupo, mas tamb�m com os da oposi��o que, ali�s, � preciso reconhecer, tem feito uma oposi��o consciente. � necess�rio e justo destacar, ainda, o nosso presidente Agostinho Patrus que rege o Legislativo com equil�brio e independ�ncia essencial aos poderes, e com um objetivo em comum: a melhoria de vida dos mineiros.

O sr. percebia que, por muitas vezes, fazia a fun��o de l�der do governo na Assembleia mesmo que ainda n�o fosse sua fun��o?

Isso n�o existe. N�o h� entre n�s, embora tenhamos plena no��o das fun��es, essa separa��o. Como eu disse, nosso trabalho precisa ser de grupo, n�o s� pelas dificuldades j� elencadas, como tamb�m pela maneira como enxergamos que deva ser: com muito di�logo, transpar�ncia e unidade. Essa invers�o que se deu agora entre mim e o deputado Raul Bel�m, agora l�der do bloco, n�o muda a nossa atua��o. Eu e Raul mudamos de postos, mas vamos continuar trabalhando juntos pela aprova��o das pautas importantes para o estado, na Assembleia.

A quais fatores o senhor atribui o crescimento do bloco de governo, que agora passa a ter 21 deputados de sete partidos?

O Parlamento tem uma din�mica pr�pria e vejo hoje tamb�m um governo mais maduro, extremamente bem-intencionado e com bons resultados nas mais diversas �reas. E digo isso tendo como pressuposto uma gest�o que pegou um Estado em frangalhos, e enfrentou tamb�m trag�dias como a de Brumadinho e agora essa terr�vel pandemia. A rela��o com a Assembleia que no in�cio era bem dif�cil, melhorou bastante.

O que levou o PSDB a voltar � lideran�a? Um ano atr�s, teve uma mudan�a dr�stica que acabou com o deputado Luiz Humberto Carneiro entregando o cargo.

"Esse foi um momento muito dif�cil, que por um outro lado acabou contribuindo tamb�m para essa maturidade do Governo que citei. Ainda precisa evoluir? Sempre � poss�vel e necess�rio. O PSDB tem a maior bancada do bloco, � uma legenda que conhece Minas e logo ap�s a elei��o do atual governo deixou pra tr�s as diferen�as e voltou pro seu lugar de defesa do nosso Estado. Este n�o � um m�rito exclusivo do PSDB. Ali�s, temos, como em muitos outros partidos, bons quadros, bons nomes e, claro, tamb�m avan�os e melhorias a fazer. Mas a lideran�a de Governo n�o pertence a um partido ou outro, a lideran�a de Governo � vocacionada para o entendimento e isso s� se faz se tiver essa consci�ncia. Importante tamb�m ressaltar as expressivas contribui��es dadas pelo nosso parceiro querido por todos, conciliador, competente, que � o deputado Luiz Humberto. Tamb�m pelos ex-secret�rios de governo Cust�dio Mattos e Bilac Pinto, que contribu�ram muito n�o s� nos avan�os para Minas como tamb�m ajudaram a sedimentar o caminho para o secret�rio Igor Eto, que com suas caracter�sticas pessoais e de gest�o tem feito um trabalho exitoso na secretaria de Governo."

O secret�rio de Estado de Planejamento e Gest�o, Otto Levy, com importante papel na busca por solu��es para a crise financeira, enfrentou turbul�ncias recentes na rela��o com a ALMG. O presidente da Casa, Agostinho Patrus, o chamou at� mesmo de "fake news". Pensa que pode ajudar a melhorar essa rela��o?

Essa j� � uma quest�o superada entre os envolvidos, no meu entender. Mas ampliar as conversas, os entendimentos, entre o Executivo e o Legislativo � tarefa permanente. Essa sinergia � fundamental.

O governo trabalha com a hip�tese de vender Cemig e Copasa?

Um governo que n�o tem maioria precisa ter prioridades. A venda dessas empresas �, sim, um desejo do governo Zema e � preciso aprova��o de PEC, que requer maioria de 48 votos em plen�rio. Temos j� nos pr�ximos dias o in�cio da discuss�o da ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal; o projeto do Acordo da Vale, o maior conjunto de repara��o da Am�rica Latina, dentro do qual iremos debater o maior programa de or�amento participativo do mundo. Dos R$ 37,68 bilh�es a serem pagos pela mineradora � sociedade mineira como medida de repara��o pela trag�dia, R$ 3 bilh�es est�o destinados a a��es definidas pelos moradores locais. O acordo prev� audi�ncias p�blicas no Parlamento
  
Em 2018, o governo de Fernando Pimentel (PT) conseguiu aprovar a venda de 49% da Codemig. Depois, veio a antecipa��o dos receb�veis. Apesar disso, nenhuma das opera��es autorizadas se concretizou. Como convencer os deputados que a eventual venda de 100% das a��es vai sair do papel?

J� h� uma clara sinaliza��o do interesse do BNDES, como a pr�pria imprensa vem divulgando. Estamos falando de mais de R$ 30 bilh�es. Essa � uma discuss�o simples? Claro que n�o. Mas � necess�ria e vamos enfrent�-la, no que depender do bloco de Governo, neste primeiro semestre.

No ano passado, o senhor fez cr�ticas p�blicas ao governo. Disse que aquele imbr�glio em torno do reajuste das for�as de seguran�a era o "in�cio do fim". Menos de um ano depois, assume a lideran�a de governo. O que mudou de l� para c�? A rela��o entre Zema e PSDB melhorou?

Eu tenho mesmo esse jeito de falar o que penso, e encontro esse entendimento e valor por parte do governo. H� respeito e confian�a. Em rela��o ao momento citado, acho que o Executivo e todos n�s poder�amos ter feito diferente, serviu de amadurecimento. E, sinceramente, o passado serve de aprendizado, n�o de ponto de partida. Nossa b�ssola � Minas. Aproveito para agradecer a confian�a do Governo, dos meus pares, a confian�a dos integrantes do nosso bloco. Nosso Estado n�o pode esperar nem mais um minuto. Temos uma terr�vel pandemia que destr�i fam�lias inteiras e causou um tsunami na economia mundial, muitos desempregados e a amplia��o das desigualdades sociais. Temos um estado endividado e ainda muito dependente das commodities. Ou seja, m�os � obra.


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