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Estado de Minas POL�TICA

� PF, Pazuello muda vers�o sobre colapso em Manaus


27/02/2021 15:25

Em depoimento � Pol�cia Federal obtido pelo Estad�o, o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, mudou a vers�o do governo e disse que n�o soube do colapso no fornecimento de oxig�nio a Manaus no dia 8 de janeiro, diferentemente do que a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) havia informado ao Supremo Tribunal Federal. A fala tamb�m contradiz o que o pr�prio Pazuello havia declarado � imprensa no m�s passado.

De acordo com o general, essa data foi inserida por engano em uma manifesta��o oficial do governo em outro processo do STF, em que partidos buscam garantir a vacina��o da popula��o contra a covid-19.

Pazuello prestou depoimento no dia 4 de fevereiro no Hotel de Tr�nsito de Oficiais do Ex�rcito, em Bras�lia, no inqu�rito do Supremo que apura se o ministro foi omisso no enfrentamento da pandemia na capital do Amazonas. O caso est� sob sigilo. Ap�s a conclus�o das investiga��es, caber� ao procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, decidir se denuncia ou n�o o ministro.

O depoimento de Pazuello contrasta com uma manifesta��o assinada pelo ministro-chefe da AGU, Jos� Levi, que afirmou que o Minist�rio da Sa�de ficou sabendo da "cr�tica situa��o do esvaziamento de estoque de oxig�nio em Manaus" no dia 8 de janeiro, a partir de um e-mail enviado pela White Martins, fabricante do insumo.

No depoimento � PF, Pazuello declarou que "o documento mencionado nunca foi entregue oficialmente ao Minist�rio da Sa�de, bem como a empresa nunca realizou contatos informais com representantes do minist�rio". O general ainda disse que um aviso da White Martins do dia 8 � citado em manifesta��o do governo ao Supremo por um "equ�voco" de um funcion�rio do minist�rio.

"E o equ�voco se deu em virtude do prazo ex�guo de 48 horas para apresenta��o da resposta junto ao STF", afirmou Pazuello no depoimento. "O documento chegou ao conhecimento do Minist�rio da Sa�de via secret�rio da Sa�de do Estado do Amazonas quando da busca de elementos para apresenta��o de resposta ao Supremo Tribunal Federal por interm�dio da AGU na ADPF 756 (a��o movida por cinco partidos da oposi��o para obrigar o presidente Jair Bolsonaro a adquirir imuniza��o contra covid)", completou o ministro.

A fala de Pazuello � PF contradiz ainda o discurso do pr�prio ministro, feito em entrevista � imprensa no dia 18 de janeiro. Na ocasi�o, ele afirmou que soube por meio da pr�pria White Martins, no dia 8, sobre a falta do insumo. "N�s tomamos conhecimento de que a White Martins chegou no seu pr�prio limite quando ela nos informou. Ou seja, se n�s tiv�ssemos tido essa informa��o, por menor que seja, ou se n�s fizemos imediatamente quando n�s soubemos. N�s s� soubemos no dia 8 de janeiro. Quando n�s chegamos l�, no dia 4, o problema n�o era oxig�nio", disse o ministro � �poca.

No depoimento, Pazuello reconhece que recebeu pedido do governo Amazonas de envio de 150 cilindros no dia 8 e que o Centro de Opera��es de Emerg�ncia (COE, do Minist�rio Sa�de) avisou, em 9 de janeiro, sobre "colapso dos hospitais e falta da rede de oxig�nio".

O general afirmou, por�m, que "n�o houve qualquer tipo de men��o ao iminente colapso de fornecimento de oxig�nio na cidade de Manaus" at� aquele momento, segundo registra o depoimento. O ministro disse � PF que apenas na noite do dia 10 o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), relatou "um problema de abastecimento de oxig�nio".

O depoimento n�o aponta uma data exata em que Pazuello soube do colapso da entrega de oxig�nio. O ministro, no entanto, disse em 11 de janeiro que convocou uma reuni�o com secret�rios de munic�pios e do Amazonas "com o objetivo de atender a abrang�ncia da falta de oxig�nio e demais �bices no atendimento de sa�de". Pazuello declarou ainda que a partir do dia 12 passou a centralizar a��es em um comit� com o governo local "justamente para evitar a falta de oxig�nio".

�Crescimento�

Pazuello disse que assumiu o protagonismo das a��es "justamente para evitar a falta de oxig�nio" e que, a partir do dia 12 de janeiro, mudou a estrat�gia de fornecimento do insumo, passando a requisitar usinas geradoras e concentradores. "Nesse contexto, o oxig�nio da White Martins ficaria como backup", disse ele.

O ministro afirmou � PF que "n�o era poss�vel se prever o crescimento que ocorreu em janeiro" pela covid-19 no come�o de 2021, apesar de todos os alertas de especialistas sobre os riscos de aglomera��es e festas de fim de ano. "E nas tr�s semanas seguintes (ao fim de 2020) a subida foi vertiginosa, sem possibilidade de previs�o estat�stica anterior, considerando o hist�rico do semestre", declarou.

Ainda de acordo com Pazuello, no fim de dezembro ele "tomou conhecimento" do aumento de casos e interna��es em hospitais, "inclusive por fontes pessoais". Ele disse aos investigadores que reuniu sua equipe em 28 de dezembro para tratar da situa��o do Amazonas e suspendeu as f�rias do primeiro escal�o da pasta. Segundo o ministro, uma equipe da Sa�de foi enviada a Manaus no dia 4 de janeiro e verificou defici�ncias na rede de sa�de da regi�o.

� PF, o general declarou que a sua equipe voltou no dia 5 e, em reuni�es nos dias seguintes, com a presen�a de Wilson Lima, "n�o houve qualquer men��o sobre a falta de oxig�nio na cidade de Manaus, por parte do governador do Estado".

Reuni�o

Em nota, o Minist�rio da Sa�de disse que Pazuello s� soube do colapso no dia 11 de janeiro. A White Martins disse � reportagem que informou o governo do Amazonas no dia 8 sobre o "aumento abrupto e exponencial da demanda" por oxig�nio. A empresa afirmou que no dia 10 foi convidada por Pazuello para uma reuni�o, realizada na data seguinte. A AGU comunicou que n�o se manifestaria. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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