Ap�s ataques de Gilmar, Lava Jato-RJ denuncia Lob�o e Juc� por propina de Angra 3

Um dia depois de sofrer ataque sem precedentes do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Lava Jato Rio demonstrou n�o ter sentido o golpe e nesta quarta-feira, 10, anunciou nova den�ncia contra antigos caciques do MDB por suposto esquema de propina nas obras da Usina Nuclear de Angra 3. Desta vez, os alvos s�o os ex-senadores Edison Lob�o (MDB-MA) e Romero Juc� (MDB-RR), acusados de receber vantagens indevidas que, somadas, chegam a R$ 9,2 milh�es e R$ 1,3 milh�o, respectivamente.

As duas den�ncias s�o fruto das opera��es Radioatividade, Pripyat, Irmandade e Descontamina��o, que miraram crimes praticados nas obras e contratos de Angra 3. As investiga��es contra os parlamentares desceram para a primeira inst�ncia ap�s Lob�o e Juc� perderem o foro privilegiado, no in�cio de 2019.

Segundo a for�a-tarefa, o MDB influenciou a escolha de Othon Luiz Pinheiro da Silva � presid�ncia da Eletronuclear, respons�vel pela usina, e a partir de 2006 se iniciou um esquema de propinas para garantir a retomada das obras de Angra 3, travadas h� mais de 20 anos.

As vantagens indevidas se tratavam de um 'custo pol�tico' pago pela Andrade Gutierrez aos parlamentares para a retomada das obras de Angra 3. As acusa��es foram reveladas nas dela��es firmadas por executivos da empreiteira.

"Tal indica��o (de Othon Luiz Pinheiro da Silva) no cargo se deu, portanto, em raz�o de sua atua��o para beneficiar o grupo criminoso formado por caciques do PMDB, dentre eles Edison Lob�o e Romero Juc�, que receberam valores indevidos em raz�o da retomada das obras de Angra 3", acusam os procuradores.

A Lava Jato afirma que, entre 2012 e 2014, Edison Lob�o recebeu R$ 9,2 milh�es de propinas da Andrade Gutierrez. � �poca, o ex-senador era Ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff (PT). O filho do ex-parlamentar, M�rcio Lob�o, foi indicado como um dos operadores do esquema.

Em rela��o a Romero Juc�, os procuradores afirmam que o ex-senador recebeu R$ 1,3 milh�o em quatro ocasi�es - duas vezes em 2008 e outras duas em 2012 - em raz�o do cargo que ocupava. Juc� era, � �poca, l�der do governo no Senado.

O contrato para constru��o de Angra come�ou em junho de 1984 com a Andrade Gutierrez, mas foi suspenso em abril de 1986. Vinte anos depois, o Conselho Nacional de Pol�ticas Energ�ticas determinou a retomada das obras, que levou � renegocia��o do contrato firmado com a empreiteira, incluindo aditivos para recupera��o de �reas degradadas. A retomada oficial das obras foi firmado em setembro de 2009.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ROMERO JUC� E EDISON LOB�O

A reportagem buscou contato com a defesa dos ex-senadores Romero Juc� e Edison Lob�o at� a publica��o desta mat�ria, mas sem sucesso. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.