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Estado de Minas POL�TICA

Pressionado, Bolsonaro procura substituto para Pazuello


15/03/2021 12:00

No �pice da pandemia no Brasil, o governo de Jair Bolsonaro procura agora seu quarto ministro da Sa�de. Pressionado pela explos�o de mortes e interna��es por covid-19 e frustra��es na campanha de vacina��o, o presidente decidiu trocar o comando da pasta ocupada por Eduardo Pazuello. Pol�ticos que participam das conversas com o Planalto dizem que o general se inviabilizou como ministro. A quest�o � saber quem assumir� o posto.

A cardiologista Ludhmila Hajjar � uma das candidatas mais fortes para a vaga, como antecipou a Coluna do Estad�o, e se reuniu com Bolsonaro na tarde deste domingo, 14, no Pal�cio da Alvorada. A conversa, no entanto, foi inconclusiva. A m�dica tem postura favor�vel ao isolamento social como forma de combater o avan�o do v�rus e j� criticou o uso da cloroquina, bandeiras que contrastam diretamente com o que defende o presidente desde o in�cio da pandemia.

A escolha de Ludhmila, no entanto, poderia atender a outros interesses do governo. M�dica de v�rios parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), � tratada como uma unanimidade pelo alto escal�o da Justi�a e da pol�tica. Com ela no minist�rio, Bolsonaro passaria a ter o apoio do Congresso e do Judici�rio na condu��o da pandemia. N�o se sabe, no entanto, se o presidente se adaptaria a uma profissional que tem opini�o pr�pria e posi��o clara sobre como lidar com a doen�a.

Segundo autoridades que acompanham a discuss�o, Bolsonaro resiste a entregar a Sa�de a um pol�tico do Centr�o, que vem cobi�ando a vaga. Por isso, a alternativa mais prov�vel passou a ser a entrada de um profissional da sa�de. Al�m de Ludhmila, o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Marcelo Queiroga, tamb�m chegou a ser apontado como op��o.

Ludhmila tem a simpatia de pol�ticos influentes do Progressistas e a defesa declarada do presidente da C�mara, Arthur Lira (AL), que, em mensagem no Twitter, defendeu a nomea��o. "Coloquei os atributos necess�rios para o bom desempenho � frente da pandemia: capacidade t�cnica e de di�logo pol�tico com os in�meros entes federativos e inst�ncias t�cnicas. S�o exatamente as qualidades que enxergo na doutora Ludhmila."

A m�dica teve conversas com congressistas do Centr�o na �ltima semana e j� havia sido cotada para ministra em abril de 2020, quando Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi demitido do cargo. O escolhido, por�m, foi o m�dico Nelson Teich, que ficou apenas um m�s e deixou o governo por diverg�ncias com o presidente.

Em 2018, a m�dica chegou a avaliar o estado de sa�de de Bolsonaro, ent�o candidato, quando ele recebeu uma facada em ato de campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Ludhmila viajou para Minas, na ocasi�o, como chefe de uma equipe de m�dicos do Hospital S�rio Liban�s, tendo sido enviada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho. Mas a fam�lia Bolsonaro optou que ele fosse transferido da Santa Casa de Miseric�rdia para o Hospital Israelita Albert Einstein, em S�o Paulo "Trabalho com a Ludhmila h� 14 anos. � uma profissional preparada, uma m�dica determinada que trabalha 24 horas por dia", afirmou Kalil ao Estad�o.

Invi�vel

Para al�m da press�o do Congresso, a inviabilidade de Pazuello no cargo passa, ainda, pelas investiga��es do Supremo Tribunal Federal, que apura seus atos e eventuais responsabilidades pela crise generalizada no sistema de sa�de. Ao deixar de ser ministro, Pazuello perde, inclusive, o foro privilegiado e o caso dever� ser encaminhado para a primeira inst�ncia da Justi�a Federal.

Oficialmente, o governo deve alegar que Pazuello est� cansado e que pediu para ser substitu�do. Em nota no fim da tarde de ontem, por�m, o general disse que segue ministro e que n�o est� "doente". "N�o estou doente, n�o entreguei o meu cargo e o presidente n�o o pediu, mas o entregarei assim que o presidente solicitar. Sigo como ministro da Sa�de no combate ao coronav�rus e salvando mais vidas", afirmou.

Pacientes

Cardiologista, Ludhmila Hajjar se especializou em cuidados da covid-19 e acompanhou o tratamento do pr�prio Pazuello, no Hospital DF Star, em Bras�lia, al�m da interna��o de outras autoridades, como o ministro do STF Dias Toffoli e a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). Trabalhando para o hospital mais concorrido entre autoridades de Bras�lia, aproximou-se de pol�ticos do Centr�o e da fam�lia do presidente.

O pai dela, Samir Hajjar, � empres�rio e pecuarista de renome em An�polis e tem proximidade com pol�ticos locais, como o ex-deputado goiano Vilmar Rocha (PSD).

Outra paciente famosa de Ludhmila foi a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando a petista enfrentou um c�ncer no sistema linf�tico, em 2009. Na �poca, ela era ministra da Casa Civil do ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Anos depois, em maio de 2016, a ent�o presidente fez um "cumprimento especial" � m�dica em discurso na cerim�nia de inaugura��o de um novo terminal no aeroporto de Goi�nia. "Saibam voc�s que ela � uma das pessoas mais importantes no tratamento que eu assisti, tanto no S�rio Liban�s, como no Incor", disse Dilma.

Cr�ticas � atua��o do governo

Cardiologista com especialidade em terapia intensiva cir�rgica, Ludhmila Abrah�o Hajjar atua na linha de frente contra a covid-19 desde o in�cio da pandemia. Cr�tica � condu��o do governo Jair Bolsonaro ao longo da crise sanit�ria, a m�dica � contra o chamado "tratamento precoce" propagado pelo presidente, � base de cloroquina, e defensora de todas as medidas combatidas por ele, como uso de m�scaras, distanciamento social e at� lockdown de acordo com estat�sticas de cada regi�o.

Natural de An�polis (GO), Ludhmila afirmou ao jornal goiano Op��o, na semana passada, que o Brasil "est� fazendo tudo errado no combate � pandemia". Segundo a m�dica, o governo deveria estar hoje com cinco ou seis vacinas dispon�veis quando na realidade apenas dois tipos de imunizantes s�o oferecidos aos grupos j� definidos no Plano Nacional de Imuniza��o. S�o elas a Coronavac e a vacina de Oxford.

Enquanto o presidente Bolsonaro reclama at� hoje da decis�o do STF que deu liberdade para governadores e prefeitos tomarem medidas de enfrentamento � pandemia, Ludhmila � favor�vel �s decis�es descentralizadas, incluindo a ado��o de medidas mais restritivas de isolamento social - alvo dos protestos de bolsonaristas ontem.

"A quest�o de fazer lockdown e toque de recolher tem de ser tratado Estado por Estado, semana a semana, pelos t�cnicos e cientistas locais. N�o acredito que deve haver uma medida nacional �nica que sirva para todo o Brasil. Tem de ser tratado individualmente", afirmou ao jornal.

Em entrevista � revista Forbes no fim do ano passado, Ludhmila apontou como uma das causas dos n�meros registrados da doen�a no Pa�s a inefici�ncia do governo na ado��o de medidas que poderiam ter minimizado a preval�ncia da covid-19.

A m�dica tamb�m � defensora do rastreamento dos infectados como forma de evitar a transmiss�o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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