O economista Dario Teixeira Alves J�nior acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta, 19, contra o ex-juiz S�rgio Moro, que o condenou em primeira inst�ncia a nove anos e dez meses de pris�o por lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa na Lava Jato. Em aditamento a um habeas corpus ajuizado no final do ano passado, a defesa pede que sejam considerados di�logos de Moro com o procurador Deltan Dallagnol, obtidos por hackers presos na Opera��o Spoofing.
A conversa citada pela defesa, liderada pelo criminalista �tila Machado, � um questionamento de Moro a um recurso movido pela Lava Jato na a��o penal envolvendo Alves J�nior. O ent�o juiz questiona Deltan as raz�es pelas quais a Procuradoria est� recorrendo no caso (veja abaixo). Para Machado, a conversa demonstra 'atua��o pouco republicana' de Moro e evidencia 'troca de informa��es entre juiz e �rg�os de acusa��o'.
"A partir dessas mensagens espec�ficas com rela��o ao feito em que o paciente foi condenado e dos demais di�logos periciados, os quais demonstram uma atua��o pouco republicana - para se dizer o m�nimo - por parte dos integrantes do cons�rcio de Curitiba, fica evidente as trocas de informa��es e estrat�gias entre juiz e �rg�o de acusa��o, a comprovar a quebra de imparcialidade do ent�o magistrado federal", afirmou a defesa de Alves J�nior.
O novo pedido de suspei��o de Moro ocorre na esteira de sucessivas derrotas ao ex-juiz e � Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. No �ltimo dia 9, a Segunda Turma do tribunal retomou a discuss�o sobre suposta quebra de parcialidade do ent�o juiz no caso do triplex do Guaruj�, que condenou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
A discuss�o foi suspensa por pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques e o placar, no momento, est� empatado em 2 a 2 pela suspei��o de Moro. Na semana passada, o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (MDB-RJ) tamb�m questionou suposta quebra de parcialidade de Moro.
Moro e os procuradores da Lava Jato negam irregularidades nos di�logos e frisam que as conversas n�o foram periciadas e nem tiveram a veracidade comprovada.
Dario Teixeira Alves J�nior foi alvo da 10� fase da Lava Jato ('Que Pa�s � Esse?') que mirou o ex-diretor de Servi�os da Petrobr�s Renato Duque. O economista foi condenado junto do ex-tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, e teve a pena fixada por Moro em nove anos e dez meses de pris�o por ter atuado como operador no esquema da Petrobr�s.
O Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4), no entanto, absolveu Vaccari e reduziu a pena a Alves J�nior para seis anos e nove meses de pris�o.
No ano passado, a defesa apresentou um habeas corpus ao Supremo para anular o processo sob acusa��o de que Moro colheu, de of�cio, uma prova que teria sido usada para condenar o economista. O laudo pericial teria sido produzido em um procedimento que n�o citava ou envolvia Alves J�nior.
O relator da Lava Jato no TRF-4, desembargador Jo�o Pedro Gebran Neto, votou para anular a prova, mas foi voto vencido na Oitava Turma. O pedido tamb�m foi negado no Superior Tribunal de Justi�a.
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