Moro diz a Guedes em live que presidente n�o contribui muito com toler�ncia

Em uma live com o ministro Paulo Guedes como estrela e repleta de empres�rios e personalidades pol�ticas e jur�dicas, o ex-ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro tentou polemizar com o seu antigo colega de governo. Para ele, o jogo pol�tico � pesado e a imprensa � severa, mas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) n�o colabora com o pedido de toler�ncia que foi feito momentos antes pelo economista. "Estive no governo e fui testemunha de seu trabalho, mas n�o contribui muito com esse espelho de toler�ncia, o presidente da Rep�blica", disse neste domingo, 21.

Essa foi a introdu��o escolhida por Moro para fazer perguntas a Guedes. Um dos questionamentos foi sobre o processo de entrada do Brasil na Organiza��o para Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE). Para ele, levar o Brasil a fazer parte da entidade � uma pauta importante para depois da pandemia de coronav�rus. Na semana passada, se soube que pela primeira vez a Organiza��o criou um subgrupo para monitorar as a��es do governo no campo de combate � corrup��o.

Moro, que agora trabalha no setor privado, tamb�m questionou o ministro sobre cr�ticas internacionais que o Brasil vem sofrendo, especialmente na agenda ambiental. Por fim, perguntou sobre as perspectivas para o acordo de livre com�rcio entre o Mercosul e a Uni�o Europeia, travado durante 20 anos e que agora precisa passar pelos parlamentos de todos os pa�ses e se h� outros tratados sendo costurados nos mesmos moldes.

Guedes baixou logo o tom e disse que os dois, no governo, experimentaram um pouco juntos a complexidade do ambiente de Bras�lia. "Chegamos com ideia de mudan�as importantes. Vimos que h� um Congresso reformista, mas tamb�m existem as criaturas do p�ntano", disse.

O ministro aproveitou o momento para defender que as elei��es no Pa�s ocorram apenas a cada cinco anos por causa da complexidade da disputa eleitoral. "Elei��es deveriam ser a cada cinco anos, de forma sincronizada, e n�o a cada dois anos. Fomos companheiros durante bom tempo, e vimos a explos�o de interesses de todos os lados", afirmou.

Guedes disse que, quando chegou ao governo, n�o tinha ideia de qual �rea de sua agenda andaria de forma mais c�lere. "Meu primeiro foco foi a reforma da Previd�ncia. Em algumas �reas fomos atrasando e, como autocr�tica, ponho as privatiza��es", disse. Outro ponto citado foi o da reforma tribut�ria, que, segundo ele, atrasou por causa da sua insist�ncia no controle das despesas. "Assumo parte dessa culpa", disse.

Sobre a �rea ambiental, Guedes disse que a ideia do atual governo era encerrar o que ocorria em anos anteriores, como invas�es de terra e queima de tratores, por exemplo. "A mensagem foi acabar com esse neg�cio e o agricultor passou a poder tudo", citou. Mais uma vez, ele contou que teve de explicar para estrangeiros o papel central do governo. "Tive de explicar isso para os americanos em v�rias reuni�es porque eram muito agressivos conosco. Diziam que desmat�vamos demais, que mat�vamos os �ndios. Eu muitas vezes subi o tom e disse: 'entendo voc�s porque exterminaram seus �ndios'", respondeu.