
Nesta quinta-feira (25/3), a promotora de Justi�a em Sa�de P�blica, Josely Ramos, explicou o pedido em depoimento � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) instaurada por deputados estaduais para investigar o caso. A ideia � que as segundas doses pensadas para completar a imuniza��o de parte dos suspeitos sejam destinadas a trabalhadores da linha de frente que ainda n�o tomaram a inje��o inicial.
O inqu�rito iniciado pelo MPMG para apurar poss�veis irregularidades deve ficar pronto em at� 15 dias. Josely explicou que, a n�o ser no caso da Sputnik V, ainda sem registro para uso no Brasil, as vacinas contra o coronav�rus n�o mudam da primeira para a segunda dose. Por isso o pedido para a prioriza��o dos trabalhadores na linha de frente.
“Quanto mais pessoas imunizadas, melhor para todos n�s. Por outro lado, n�o tenho coragem de dizer que um trabalhador que tem risco elevado, neste momento, deixe de ser vacinado para que um trabalhador com risco menor receba a dose dois”, pontuou.
O Minist�rio P�blico acredita que o risco inerente aos trabalhadores da Cidade Administrativa � o mesmo enfrentado por trabalhadores de outros pr�dios p�blicos. O entendimento � que a gest�o estadual "atropelou" os protocolos definidos pelo Minist�rio da Sa�de, deixando de seguir � risca a ordem dos grupos priorit�rios determinados.
“Me parece um ato que deixaria dano ao er�rio deixar de aplicar a segunda dose, perder a dose j� aplicada e for�ar nova vacina��o em duas doses, argumentou Guilherme da Cunha (Novo).
A promotora, contudo, explicou que a responsabiliza��o criminal aos envolvidos no caso vai contemplar o custo dos imunizantes. Al�m dos vacinados que davam expediente na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, a CPI investiga mais de 1.800 assessores da SES no interior.
A aus�ncia de crit�rios claros para embasar a vacina��o dos profissionais � um dos pontos que motiva a investiga��o. “A diverg�ncia na investiga��o, at� este momento, � qual o risco sanit�rio dos trabalhadores do n�vel central da SES quando sabemos que Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e Funda��o Hemominas n�o estavam totalmente imunizados”, explicou a promotora.
No que tange aos servidores lotados nos cargos estaduais sediados em BH, as investiga��es de MPMG e Assembleia ainda t�m desencontros. A listagem analisada pelos deputados tem 828 nomes; a promotoria, por seu turno, teve acesso a documento com 832 nomes. Explica��es de t�cnicos da Sa�de estadual d�o conta que a diferen�a ocorre por causa de pessoas imunizadas em Confins, na Regi�o Metropolitana.
“� uma pequena defasagem, mas relevante. Deveria ter havido um controle �nico”, criticou C�ssio Soares, relator do inqu�rito movido pelo Parlamento estadual.
Promotora critica vacina��o ‘�s escuras’ de secret�rio
Demitido ap�s a eclos�o do esc�ndalo, o ex-secret�rio de Sa�de, Carlos Eduardo Amaral, tamb�m foi vacinado. Segundo Josely Ramos, Amaral poderia ser contaminado pelo v�rus por conta de suas atividades de campo. A aus�ncia de transpar�ncia no processo de imuniza��o dele, contudo, compromete a discuss�o.
“A quest�o mais grave � (o uso do imunizante) n�o ter sido publicizado”, resumiu.
Iniciados na semana passada, os trabalhos da CPI v�o durar tr�s meses, a princ�pio. Depois, a apura��o pode ser prorrogada por mais sessenta dias. O grupo tem poderes de Justi�a.
Carlos Amaral deve depor na reta final da CPI. A ideia � que, at� a oitiva dele, os deputados trabalhem para colher elementos essenciais � conclus�o do inqu�rito. O sucessor de Amaral no cargo, F�bio Baccheretti, tamb�m foi convocado. Outro a prestar esclarecimentos ser� Luiz Marcelo Cabral Tavares, ex-secret�rio-adjunto da pasta.