Seis ex-assessores do presidente Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal sacaram 90% do dinheiro que receberam quando estavam nos gabinetes dos filhos dele. O senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) s�o investigados pelo Minist�rio P�blico do Rio. O primeiro, com outras dezesseis pessoas, j� foi at� denunciado � Justi�a do Rio por peculato, lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e apropria��o ind�bita.
A informa��o sobre os saques foi publicada nesta quinta-feira, 15, pelo portal UOL a partir de dados da quebra de sigilo banc�rio e fiscal autorizada na investiga��o contra Fl�vio. Como a fam�lia sempre teve o h�bito de trocar funcion�rios entre si, a medida cautelar gerou informa��es sobre os gabinetes de Carlos e Jair.
No caso dos seis, contudo, n�o � poss�vel saber se h� ind�cios de irregularidades quando trabalhavam para o atual presidente. Eles estiveram no escrit�rio dele antes de 2007, ano em que se iniciam os dados da quebra de sigilo.
Esses seis ex-empregados - Andrea Siqueira Valle, Jo�o Garcia Braga, Jos� da Silva Valle, Michelle Almeida dos Santos, Juliana Siqueira Guimar�es Vargas e Marselle Lopes Marques - retiraram em dinheiro R$ 1,41 milh�o do total de R$ 1,58 milh�o recebido. Os saques de montantes em esp�cie s�o uma forma cl�ssica de facilitar processos de lavagem de dinheiro. Possibilitam transa��es que n�o deixam rastros no sistema financeiro.
A suspeita nas investiga��es � a de que eles empregavam, nos gabinetes, funcion�rios "fantasmas". Estes repassariam boa parte do que recebiam para o pr�prio pol�tico, configurando assim a chamada "rachadinha". Esse � motivo da acusa��o de peculato, desvio de dinheiro p�blico por servidor.
Dos seis citados na reportagem, quatro t�m algum grau de parentesco com Bolsonaro: Juliana Siqueira, prima da segunda ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle; os ex-sogros Jo�o Garcia Braga e Jos� da Silva Valle; e Andrea Siqueira Valle, irm� de Ana Cristina.
Os advogados dos procuradores que responderam aos contatos do UOL negaram irregularidades. "O senador Fl�vio Bolsonaro n�o praticou qualquer tipo de ilegalidade em seus mandatos. Todos os servidores que passaram pelo gabinete do parlamentar foram nomeados de acordo com as regras da Assembleia Legislativa e cumpriam suas fun��es dentro das normas da casa", alegou Frederick Wassef, defensor de Fl�vio Bolsonaro.
O advogado de Carlos Bolsonaro, Antonio Carlos Fonseca, disse que n�o iria se manifestar porque o processo est� sob sigilo.
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