O ministros Lu�s Roberto Barroso e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), escreveram textos em defesa da democracia nesta quarta-feira, 31, quando o golpe militar de 31 de mar�o de 1964 completa 57 anos. O per�odo, que durou at� 1985, � marcado pelo fim das elei��es diretas, pelo fechamento do Congresso, por censura, tortura e assassinatos praticados pelo Estado brasileiro.
Em publica��o nas redes sociais, endere�ada �s 'novas gera��es', Barroso disse que 'ditaduras v�m com intoler�ncia, viol�ncia contra os advers�rio e falta de liberdade'.
"S� pode sustentar que n�o houve ditadura no Brasil quem nunca viu um advers�rio do regime que tenha sido torturado, um professor que tenha sido cassado ou um jornalista censurado. Tortura, cassa��es e censura s�o coisas de ditaduras, n�o de democracias", escreveu.
Barroso, que tamb�m � presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lembrou que n�o havia elei��es livres e que os jornais eram publicados com p�ginas em branco ou poemas. Na �poca, o Estad�o, em protesto contra a censura, publicava trechos das obras de Luiz Cam�es.
O ministro ainda afirmou que a redemocratiza��o trouxe progresso social para o Pa�s. "As regras eleitorais eram manipuladas. Ditaduras v�m com intoler�ncia, viol�ncia contra os advers�rios e falta de liberdade. Apesar da crise dos �ltimos anos, o per�odo democr�tico trouxe muito mais progresso social que a ditadura, com o maior aumento de IDH da Am�rica Latina", escreveu.
Gilmar Mendes disse que 'ditadura n�o se comemora'. "O dia 31/03 n�o comporta a exalta��o de um golpe que lan�ou o pa�s em anos de uma ditadura violenta e autorit�ria. Ao contr�rio: � momento de exaltar o valor da nossa democracia conquistada com suor e sangue. Viva o Estado de Direito", afirmou.
As manifesta��es v�o na contram�o das declara��es do novo ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, que em seu primeiro dia no cargo estimulou as comemora��es do golpe militar. "O movimento de 1964 � parte da trajet�ria hist�rica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de mar�o", diz a nota divulgada pelo Minist�rio da Defesa, ressaltando que o epis�dio s� pode ser compreendido a 'partir do contexto da �poca' e serviu para 'pacificar o Pa�s'.
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