Manifestantes se aglomeraram para pedir interven��o militar em S�o Paulo e no Rio de Janeiro em atos esvaziados nesta quarta, 31 de mar�o, anivers�rio de 57 anos do golpe que instaurou a ditadura militar do Brasil. Bate-boca, insultos e at� tapas foram registrados durante aos atos. Nos �ltimos dias, mensagens de grupos bolsonaristas convocando atos em todo o Pa�s circularam nas redes sociais, mas, at� o in�cio da tarde desta quarta, n�o houve registro de grandes manifesta��es.
Em S�o Paulo, o ato ocorreu na frente do Comando Militar do Sudeste, ao lado da Assembleia Legislativa do Estado. Um grupo de manifestantes tentou for�ar a entrada dentro no quartel e foi contido pelos militares. O ato come�ou por volta das 9h e reuniu cerca de 100 manifestantes, muitos sem m�scara e sem respeitar o distanciamento social recomendado para evitar a propaga��o do coronav�rus. Eles defendiam interven��o militar com Bolsonaro no poder e gritavam palavras de ordem contra o comunismo.
O grupo ainda questionou a efic�cia das vacinas contra a covid-19 e defendeu o uso de medicamentos sem efic�cia comprovada. Um segundo grupo de manifestantes que se identificou como ligado � igreja cat�lica puxou um minuto de sil�ncio em respeito � morte do policial militar baiano que foi morto durante um surto no qual tentou atirar contra seus pr�prios colegas. Um dos manifestantes afirmou que ele "seu sua vida pelo povo".
No Rio, o ato aconteceu na orla de Copacabana. Defensores de uma nova interven��o insultaram e agrediram um jovem que contestava a manifesta��o. Ele foi cercado e empurrado, chegou a levar tapas aos gritos de "vai pra Cuba", "maconheiro" e outras ofensas de car�ter homof�bico. Uma das faixas no ato, que reuniu cerca de 100 pessoas no fim da manh�, pedia que Bolsonaro acionasse as For�as Armadas para "auxiliar o povo na defesa da liberdade e das garantias constitucionais". Apesar de motoristas buzinarem em apoio aos manifestantes, muitas pessoas o contestaram. Bolsonaro foi chamado de "genocida", e gritos pr�-democracia foram ouvidos.
Outras capitais, como Bel�m, Natal, Palmas e Curitiba, tamb�m registraram atos esvaziados. Em Bel�m, a Pol�cia Militar dispersou os manifestantes que se aglomeravam em frente ao Quartel-General. Em Palmas, sete apoiadores de Bolsonaro compareceram em frente ao 22� Batalh�o de Infantaria, na zona rural. Em Natal, o ato se deu em frente � sede do 16� Batalh�o de Infantaria Motorizada do Ex�rcito (16RI), onde pelo menos 30 pessoas se reuniram para orar, entoar c�nticos evang�licos e cantar o hino nacional.
No Twitter, cr�ticas � ditadura s�o maioria
Apesar de a hasthtag #Viva31demarco e o termo "Viva 64" aparecerem desde o in�cio desta quarta, 31, nos trending topics do Twitter, cr�ticas � ditadura e a celebra��es do anivers�rio do golpe foram maioria. At� 13h, cerca de 170 mil tweets com a hashtag #DitaduraNuncaMais foram publicados, segundo n�meros da pr�pria plataforma. Menos de 90 mil publicaram a tag que celebra o golpe. Ulysses Guimar�es e trechos de seu discurso na promulga��o da Constitui��o em 1988 tamb�m est�o entre os temas mais comentados desta quarta.
Lideran�as pol�ticas aproveitaram o debate na rede social para se manifestar a favor da democracia. "O dia 31/03 n�o comporta a exalta��o de um golpe que lan�ou o pa�s em anos de uma ditadura violenta e autorit�ria", escreveu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. "� momento de exaltar o valor da nossa democracia conquistada com suor e sangue. Viva o Estado de Direito."
Presidenci�veis como Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e Luciano Huck (Sem partido) tamb�m fizeram quest�o de se pronunciar. "Rupturas institucionais, como o golpe de 64, s�o retrocessos inaceit�veis", escreveu Huck. Partidos de espectros diferentes destacaram que o autoritarismo p�s-1964 foi resultado das decis�es dos militares. "O movimento militar de 1964 foi um golpe de Estado e assim est� registrado na hist�ria", publicou o PSDB. "Os que negam o autoritarismo instalado pela ditadura s�o os que hoje negam a cat�strofe do combate � pandemia", escreveu o PT.
Um dos perfis no Twitter que mais tem movimentado a hashtag que celebra o 31 de mar�o � o do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), aliado do presidente Jair Bolsonaro. "Voc� quer conhecer o futuro? Ent�o olhe para o passado. Veja se n�o s�o parecidas as t�ticas de hoje para desestabiliza��o do Pa�s com as que eram usadas em 1964", escreveu o ex-deputado, piv� do esc�ndalo do mensal�o.
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