
Em cerim�nia de promo��o de 16 oficiais-generais, nesta quinta-feira, 8, o presidente Jair Bolsonaro utilizou a express�o "meu Ex�rcito" ao conjunto das for�as militares terrestres do pa�s. A cita��o tem sido interpretada como uma tentativa do presidente de utilizar politicamente as For�as Armadas, o que abriu uma crise na semana passada com o alto comando das institui��es.
"Agrade�o ao meu Ex�rcito brasileiro, o qual ainda integro, ao nosso Ex�rcito brasileiro, por este momento. Temos certeza que venceremos os desafios e cada vez mais colocaremos o Brasil no local de destaque que ele bem merece", declarou Bolsonaro, que tem patente de capit�o do Ex�rcito – For�a que deixou antes de se tornar pol�tico.
A insatisfa��o de Bolsonaro com a antiga c�pula militar do pa�s culminou com a troca do ministro da Defesa e dos comandos do Ex�rcito, Marinha e Aeron�utica, mudan�a in�dita em t�o pouco tempo.
As substitui��es no comando do Minist�rio da Defesa aconteceram ap�s inc�modo de Bolsonaro com o general Fernando Azevedo e Silva, ent�o titular da pasta.
O chefe do Poder Executivo queria um apoio pol�tico mais expl�cito das For�as Armadas ao seu governo, algo que Azevedo e o ex-comandante do Ex�rcito Edson Pujol se negaram a fazer. Pujol tamb�m foi demitido semana passada.
Hoje, oito ministros de Bolsonaro t�m forma��o militar. Integrantes das For�as Armadas tamb�m administram estatais importantes como a Petrobras, os Correios e a usina de Itaipu.
Bolsonaro fez uma ressalva, durante o evento de hoje, de que a atua��o dos militares deve seguir o que orienta a Constitui��o Federal. "O nosso Ex�rcito, tradi��o, o nosso Ex�rcito de respeito, de orgulho, bem como reconhecido por toda nossa popula��o, representa para o nosso Brasil uma estabilidade. N�s atuamos dentro das quatro linhas da nossa Constitui��o. Devemos e sempre agiremos assim. Por outro lado, n�o podemos admitir quem por ventura queira sair deste balizamento".
O presidente tamb�m afirmou que as For�as Armadas devem seguir o que deseja a maioria da popula��o. "Os momentos s�o dif�ceis. Vivemos uma fase um tanto quanto imprecisa, mas temos a certeza pelo nosso compromisso, pela nossa tradi��o, sempre teremos como lema a nossa bandeira verde e amarela; e a nossa perfeita sintonia com os desejos da nossa popula��o. Assim agiremos."
No lugar de Azevedo, Bolsonaro escalou o ent�o ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, para comandar a Defesa. No Ex�rcito, o presidente escolheu o general Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira como novo comandante.
Apesar de n�o ser o primeiro na lista de antiguidade do Ex�rcito, crit�rio que tradicionalmente era usado para definir o comandante, pesou a favor de Paulo S�rgio o fato de ele ter um perfil apaziguador, h�bil no trato com subordinados e um estilo "um manda, outro obedece", como definiu certa vez o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Sa�de que teve a gest�o marcada somente pelo cumprimento de ordens do presidente.