
De moto e sem m�scara, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a agenda sem compromissos oficiais para dar um passeio em S�o Sebasti�o. A comitiva que o acompanhava, incluindo o ministro da Casa Civil, Eduardo Ramos, e o filho Carlos Bolsonaro, tamb�m n�o usava a prote��o e entrou junto com o mandat�rio em uma casa de venezuelanos. L�, Bolsonaro voltou a defender, ontem, o que chama de tratamento precoce contra a COVID-19 e chamou quem critica a medida de “canalha" e indiretamente o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB) de “patife”.
No entanto, as medica��es cloroquina, ivermectina e nitazoxanida n�o t�m comprova��o cient�fica contra o v�rus. A primeira, em mar�o, teve o uso fortemente desaconselhado pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). A declara��o do presidente ocorreu durante visita a uma fam�lia em S�o Sebasti�o, ap�s ter sido questionado por uma das moradoras a respeito das a��es do governo contra a pandemia. "Tem muito m�dico que aplica o tratamento imediato, que � combatido por canalhas. Porque o canalha fala que n�o serve para nada, mas n�o aponta alternativa. Deixa o m�dico trabalhar. O m�dico tem liberdade para receitar o que ele achar que deve ser receitado com conhecimento e com concord�ncia do paciente", disse.
O chefe do Executivo reconheceu que ainda n�o existe medicamento comprovado contra a doen�a, mas alegou que alguns, por experi�ncia de m�dicos, t�m demonstrado ser v�lidos. “N�s sabemos que n�o tem nenhum rem�dio com comprova��o cient�fica ainda (de efic�cia contra a COVID-19). Nenhum, mas tem alguns que a experi�ncia, a observa��o por parte de m�dicos, tem demonstrado que � v�lido. Ent�o deixe o m�dico em paz, deixe de agir como canalha.”
Bolsonaro aconselhou ainda a quem n�o tiver rem�dios opcionais para indicar contra a doen�a “calar a boca” e deixar o m�dico trabalhar com as receitas “off label”. Ele voltou a citar como exemplo Chapec� (SC), onde esteve reunido no �ltimo dia 7 com o prefeito local, Jo�o Rodrigues (PSD). O mandat�rio elogiou Rodrigues por incentivar o uso do inexistente “tratamento precoce”, o qual disse ter sido o respons�vel por diminuir casos na cidade. Por�m, o munic�pio catarinense aderiu ao lockdown por 14 dias, al�m de adotar medidas de distanciamento social, uso de m�scara e �lcool em gel.
"Esse canalha; se ele n�o tem um rem�dio para indicar, cale a boca, deixe o m�dico fazer o papel dele, que eu n�o sou m�dico, nem voc�. Deixa o m�dico trabalhar. Temos informa��es de munic�pios, como estive em Chapec� l�, do prefeito Jo�o Rodrigues. Estive l�. Ele faz o tratamento imediato, os m�dicos t�m liberdade, n�o s�o perseguidos e o �ndice de pessoas que v�o para o hospital � cada vez menor", completou.
Isolamento Bolsonaro voltou a reclamar das medidas de distanciamento social. Na casa dos venezuelanos, ele reclamou de medidas restritivas e da decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o fechamento de igrejas e demais templos religiosos em todo o pa�s em raz�o da pandemia de COVID-19. “Lamento os superpoderes que o STF deu aos estados e aos governadores para fechar, inclusive, igrejas de cultos religiosos. � um absurdo dos absurdos. Est� valendo o decreto do governador”, apontou. A visita foi postada pelo presidente nas redes sociais.
O chefe do Executivo repetiu a express�o “meu ex�rcito” e ressaltou que a corpora��o n�o participar� de fiscaliza��o nas ruas em prol da medida. “Eu tenho o poder de, numa canetada, fazer um lockdown no Brasil todo, mas isso n�o ser� feito. O nosso Ex�rcito n�o vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa. Quem est� fazendo isso tudo s�o governadores e alguns prefeitos. Eu acho que chegou no limite, essa pol�tica n�o est� dando certo.”
E completou: "O nosso Ex�rcito nunca ir� � rua para for�ar voc� a ficar em casa, nunca. O nosso Ex�rcito (n�o) far� qualquer coisa contra a liberdade individual de voc�s. E voc�s sabem que em todos os momentos que voc�s precisaram das For�as Armadas do Brasil elas estiveram do seu lado, e n�o ao lado de poss�veis governantes com vi�s ditatorial", afirmou.
O presidente ainda questionou se a popula��o brasileira gostaria de ter que deixar o pa�s para escapar de um regime ditatorial, a exemplo da Venezuela, e comparou o lockdown a uma ditadura e atacou ainda, indiretamente, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, por ter se aliado a ele para se eleger e chamou-o de patife. “O que eles querem, como esse patife a� de S�o Paulo quer, � quebrar o Estado, quebrar o Brasil, para depois apontar os respons�veis. � coisa de patife, que � o caso desse cara a� de S�o Paulo, que usou meu nome para se eleger”, disse.