
De acordo com o Promotor de Justi�a de Mariana, Claudio Daniel Fonseca, a den�ncia foi protocolada e devido �s grandes demandas durante a semana. A not�cia-crime est� pendente de an�lise para ser negada ou aceita.
De acordo com o conte�do, o empres�rio Jorge Egito afirma que Anderson Ferreira Guimar�es, que figura como s�cio-gerente da empresa Indai� Turismo e Transportes Ltda, n�o � o verdadeiro dono da empresa, e sim laranja do ex-prefeito Duarte J�nior.

Segundo Egito, ap�s insist�ncia dos dois, em 2 de mar�o, a empresa Indai� Turismo e Transportes Ltda. realizou tr�s transfer�ncias banc�rias para a empresa Jorge Egito – Intermedia��es Imobili�rias totalizando, R$ 630 mil.
Por�m, o denunciante desconfiou da licitude da origem do dinheiro que lhe foi confiado para aplicar e, por isso, resolveu que n�o representaria Anderson e Duarte naquelas transa��es financeiras. Ent�o, no mesmo dia, Egito entrou em contato com Anderson e se prop�s a devolver o dinheiro que recebera para aplicar.
Ainda segundo o investidor, Anderson Guimar�es pediu que a maior parte deveria ser depositada na conta pessoal do ex-prefeito Duarte J�nior e assim Egito fez no mesmo dia, 2 de mar�o.
A partir da�, de acordo com a den�ncia-crime, Anderson e Duarte passaram a procurar insistentemente o investidor prometendo grandes transa��es de investimentos, inclusive com outros empres�rios. Al�m disso, Duarte iria entregar uma quantia elevada de dinheiro em esp�cie, superior a R$ 500 mil, que guardava em sua resid�ncia, mas que s� entregaria na presen�a de Egito.
Jorge passou a desconfiar das ofertas e da insist�ncia de se encontrarem pessoalmente e segundo ele, no dia 5 de mar�o, recebeu uma not�cia de uma fonte de confian�a, que o ex-prefeito Duarte J�nior tramava para contratar um matador de aluguel para dar cabo da vida dele.
A motiva��o, segundo a not�cia-crime, seria o receio de Duarte de que Jorge Egito divulgasse os ind�cios que ele obteve dos crimes, em tese, praticados por ele e por Anderson. Entre os crimes, destacam-se os de oculta��o de bens e valores e de falsidade ideol�gica. “A morte seria uma queima de arquivos”.
Diante do fato, ainda segundo a not�cia-crime, Jorge Egito, por temer algo pior, viajou para o exterior em 6 de mar�o e resolveu fazer a den�ncia no Minist�rio P�blico de Minas Gerais, na Comarca de Mariana, por meio do advogado para que os fatos sejam investigados.
Em entrevista ao Estado de Minas, o empres�rio Jorge Egito, afirma que n�o chegou a fazer nenhum neg�cio com o ex-prefeito Duarte Gon�alves J�nior, que n�o recebeu nenhum dep�sito ou transfer�ncia vinda da conta do ex-prefeito e que as conversas sobre futuras negocia��es eram feitas por aplicativo de mensagens.
Vers�o do ex-prefeito Duate J�nior
No outro lado do quebra cabe�a das acusa��es est� o ex-prefeito Duarte J�nior, que tamb�m em entrevista ao EM, contou outra vers�o do caso.
O ex-prefeito conta que ao final do mandato eletivo, em dezembro, fez um empr�stimo na institui��o financeira Siccob e no m�s de fevereiro perguntou ao amigo empres�rio, s�cio – gerente da empresa Indai� Turismo, Anderson Ferreira Guimar�es, sobre melhores formas de aplicar o dinheiro e obter rendimentos. O empres�rio indicou que fizesse aplica��es financeiras na bolsa de valores com a assessoria do investidor Jorge Egito.
O ex-prefeito conta que ao final do mandato eletivo, em dezembro, fez um empr�stimo na institui��o financeira Siccob e no m�s de fevereiro perguntou ao amigo empres�rio, s�cio – gerente da empresa Indai� Turismo, Anderson Ferreira Guimar�es, sobre melhores formas de aplicar o dinheiro e obter rendimentos. O empres�rio indicou que fizesse aplica��es financeiras na bolsa de valores com a assessoria do investidor Jorge Egito.
Com isso, segundo Duarte, foi feita uma transfer�ncia eletr�nica em 19 de fevereiro, no valor de R$ 640 mil para a empresa Jorge Egito Intermedia��es Imobili�rias. Ap�s alguns dias, uma pessoa procurou o ex-prefeito e o alertou de que o Jorge estava aplicando golpes financeiros.
“Procurei uma pessoa que entende de investimentos e mostrei a ela o aplicativo Real Valor e viu que o valor que o Jorge estava comprando as a��es e os pre�os vendidos n�o batiam, a� eu conclu� que estava entrando em um golpe”.
Diante disso, o ex-prefeito afirma que, com medo de n�o reaver o dinheiro investido, resolveu fazer uma estrat�gia que estimulasse a cobi�a de Jorge Egito e ofereceu a ele uma nova proposta de aplica��o bem mais vultuosa para ele pensar que poderia ter um retorno muito maior e assim n�o se queimaria com o que j� estava acontecendo. “Voc� s� recebe um dinheiro de algu�m que est� para ter dar um golpe se ela acreditar que ter� um ganho maior”.
Duarte J�nior, ent�o, teria dito a Jorge que tinha grandes investidores que iriam comprar um terreno em Mariana, sendo que o investidor poderia fazer parte desse investimento. Egito teria concordado com a compra do terreno e no outro dia teria ligado para o ex-prefeito com uma nova proposta: “Por que voc� n�o pede a esses empres�rios para investir comigo e o dinheiro fica aplicado por 30 dias e nesses dias, o valor investido vai render muito e n�s entramos com um valor menor na compra do terreno?”
Com essa proposta acordada, ainda segundo Duarte, teria sido marcada, no dia 2 de mar�o, uma reuni�o em Belo Horizonte com os poss�veis investidores do terreno para fechar o neg�cio.
“Orientei meus amigos do risco que estava em perder esse dinheiro, e n�s fomos. A agenda aconteceu. Na reuni�o, Jorge abriu uma planilha onde tinham R$ 89 milh�es dentro dessa planilha. As pessoas que estavam na reuni�o disseram que s� entrariam no neg�cio se eu desse a entrada no terreno. Com isso, disse ao Jorge que precisaria do dinheiro que estava em seu poder para dar a entrada no terreno e com 48 horas retornaria o dinheiro a ele. Jorge transferiu pra mim, em 2 de mar�o, para eu dar entrada no terreno. Ent�o ele caiu na nossa hist�ria e eu reavi meu dinheiro investido”.
Duarte conta que posterior a isso, Egito come�ou a cobrar o dinheiro prometido na reuni�o de 2 de mar�o e que poderia sumir e bloquear o investidor mas que n�o sentiu confort�vel em se safar do golpe e ver pessoas perdendo grandes quantias. O ex-prefeito conta que come�ou a informar �s pessoas o que aconteceu e tentou ajudar alguns a rever tamb�m o dinheiro perdido.
“Vendo o desespero das pessoas resolvi ajudar de uma forma diferente e eu fiz uma ocorr�ncia no dia 11 de mar�o, fui na pol�cia e falei o que estava acontecendo e disse mais: estou querendo criar uma hist�ria que o meu dinheiro que mandei para o Jorge � um dinheiro ilegal e que n�o podia voltar para o banco, que eu s� poderia passar em esp�cie, e fazer ele encontrar comigo, a� fiz a ocorr�ncia”.
Por�m, o que o ex-prefeito chama de boletim de ocorr�ncia feito em 11 de mar�o, chama-se Termo de Depoimento, ou seja, j� havia um inqu�rito policial aberto em est�gio mais avan�ado. “Sou testemunha do Anderson, ele � uma das v�timas que denunciaram na delegacia de Pol�cia daqui de Mariana.”
Processo em andamento

Na a��o, Anderson Guimar�es pede o efetivo bloqueio de valores em conta banc�ria de titularidade de Jorge Egito, expedi��o de Of�cio � B3, bolsa de valores oficial do Brasil, determinando o bloqueio dos investimentos, liquida��o das a��es e dep�sito judicial do valor correspondente ao devido.
A ju�za do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais, da comarca de Mariana, Cirlaine Maria Guimar�es, afirma na decis�o que foi verificado que os documentos anexados ao processo n�o s�o suficientes para conferir a plausibilidade das alega��es feitas por Anderson Ferreira, tendo em vista que n�o h� nenhuma demonstra��o de rompimento do v�nculo estabelecido entre as partes.
“Os fatos s�o controvertidos e somente podem ser melhor analisadas sob o contradit�rio. Ressalta-se que os documentos apresentados nos autos n�o demonstram com exatid�o o inadimplemento da parte r�. N�o obstante o comprovante de dep�sito juntado o qual n�o se efetivou, n�o h� documentos id�neos nos autos que indique os exatos termos do contrato celebrado entre as partes”.
A ju�za do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais, da comarca de Mariana, Cirlaine Maria Guimar�es, afirma na decis�o que foi verificado que os documentos anexados ao processo n�o s�o suficientes para conferir a plausibilidade das alega��es feitas por Anderson Ferreira, tendo em vista que n�o h� nenhuma demonstra��o de rompimento do v�nculo estabelecido entre as partes.
“Os fatos s�o controvertidos e somente podem ser melhor analisadas sob o contradit�rio. Ressalta-se que os documentos apresentados nos autos n�o demonstram com exatid�o o inadimplemento da parte r�. N�o obstante o comprovante de dep�sito juntado o qual n�o se efetivou, n�o h� documentos id�neos nos autos que indique os exatos termos do contrato celebrado entre as partes”.
A decis�o tamb�m afirma que a comprova��o do suposto neg�cio foi feito, aparentemente, apenas por conversas em WhastApp. “� de se estranhar que a parte autora tenha investido um valor significativo sem o devido cuidado, notadamente, diante de promessas de ganhos acentuados, e sem qualquer documento que comprove os termos do suposto investimento e seu retorno, ainda que seja uma pessoa conhecida como investidor na cidade de Mariana/MG, como afirma.”
A Ju�za continua dizendo que � certo que o risco de investir na bolsa de valores � um fator real, podendo este risco ser maior ou menor de acordo com as escolhas, inclusive, dos investidores e corretores. Por isso, faz-se necess�rio o contradit�rio. "Assim, n�o se vislumbra a presen�a do requisito necess�rio ao acolhimento do pleito, raz�o pela qual indefiro o pedido Liminar”.
A Ju�za de Direito Cirlaine Maria Guimar�es, na decis�o vai marcar uma audi�ncia de concilia��o e intimar as partes.
A reportagem n�o conseguiu contato com o empres�rio Anderson Ferreira Guimar�es.