Lula diz que PT n�o precisa ser 'cabe�a de chapa', mas faltam bons candidatos

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (15/4), que o partido pode abrir m�o de ser cabe�a de chapa nas pr�ximas elei��es presidenciais, desde que se apresente uma candidatura com "mais f�lego que o PT". O ex-presidente defendeu que haja uma alian�a pol�tica, mas disse que ningu�m pode vetar ningu�m. "Quem tem que ter cabe�a de chapa � quem tem maior possibilidade de ganhar as elei��es", afirmou.

Em entrevista � r�dio O Povo CBN, Lula evitou colocar-se como candidato, mas afirmou estar � disposi��o para "brigar e tentar consertar o Brasil". O petista tamb�m negou que seu discurso de "n�s e eles" tenha sido respons�vel pelo in�cio da radicaliza��o nas disputas pol�ticas do pa�s. O argumento usado por Lula foi o de que ap�s ser derrotado em tr�s elei��es (1989, 1994 e 1998) n�o houve radicalismo.

"Em nenhum momento em que eu perdi as elei��es houve radicalidade. Onde � que houve radicalidade? Quando A�cio (Neves) perdeu. Quem radicalizou foram aqueles que se passavam por cordeiros. A� radicalizaram, tentaram impedir a posse da Dilma. Entraram com recurso. Voc� viu alguma vez eu entrar com recurso contra o Collor de Mello, contra o Fernando Henrique Cardoso? Nunca. Eu perdia as elei��es e fazia como o velho Brizola. Ali�s, o Ciro poderia aprender com essa frase do Brizola. Cada vez que o Brizola perdia ele dizia: 'Eu vou me recolher e lamber as minhas feridas'", disse.

Momentos antes, Lula disse ter carinho e respeito pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE). Por�m, na avalia��o de Lula, o pedetista est� fazendo uma inflex�o pol�tica equivocada nas cr�ticas � esquerda.

Sobre a constante cobran�a de que o PT fa�a sua autocr�tica, Lula afirmou que "n�o pode ser sua pr�pria oposi��o". "Se eu ficar fazendo a autocr�tica que as pessoas querem que eu fa�a, n�o haver� tempo para que a oposi��o possa me criticar. Eu n�o posso querer ser a minha pr�pria oposi��o", afirmou o petista.

O ex-presidente repetiu o que tem dito desde sua primeira fala ap�s o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condena��es impostas ao petista no �mbito da Lava Jato. Nesse sentido, disse que n�o quer discutir elei��es em 2021, mas quer falar sobre vacinas para o povo brasileiro e ajuda emergencial para os milh�es de brasileiros que est�o passando fome. "Quem quiser resolver o problema do Brasil tem de colocar o pobre dentro do Or�amento", afirmou.

Lula tamb�m reiterou a necessidade de se discutir pol�tica de cr�dito especial para os pequenos e m�dios empres�rios. Segundo ele, o Tesouro Nacional disp�e de recursos dispon�veis para que o presidente Jair Bolsonaro amplie o valor da segunda rodada do aux�lio emergencial para R$ 600 e para criar "uma pol�tica de cr�dito para o pequeno empres�rio".