
Uma parte dos prefeitos decidiu n�o aderir ao movimento por entender que a mobiliza��o tem conota��o pol�tico-partid�ria contra o governador Romeu Zema (Novo) e de favorecimento ao PT e ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). O que levou a essa “interpreta��o” foi uma reuni�o prevista para a tarde desta sexta-feira (16/4), na sede da prefeitura da Capital, com a participa��o de Kalil.
A reuni�o foi marcada pelo comando do “Movimento 100+”, que cumpre agenda presencial na capital, nesta sexta-feira, com encontros previstos tamb�m com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus Filho (PV) e com o Procurador-Geral de Justi�a, Jarbas Soares J�nior.
O “racha” no movimento foi liderado pelo prefeito de Coronel Fabriciano (Vale do A�o), Marcus Vinicius Bizarro (PSDB), tamb�m vice-presidente da Associa��o Mineira de Munic�pios (AMM), que entende que a realiza��o da reuni�o na prefeitura de BH � uma demonstra��o de tend�ncia de apoio ao prefeito Alexandre Kalil, num poss�vel enfrentamento com o governador Romeu Zema na sucess�o estadual do ano que vem.
O prefeito de Te�filo Otoni, no entanto, desmente que a mobiliza��o tenha qualquer vi�s pol�tico-partid�rio. “Esse movimento � um pedido de socorro, e n�s, prefeitos, como leg�timos representantes dos munic�pios, estamos fazendo junto �s autoridades para que nossa popula��o n�o pade�a sem sa�de e sem assist�ncia e que tenha a vida plena que merece”, sustenta Daniel Sucupira.
Apesar da argumenta��o de Sucupira, o prefeito de Coronel Fabriciano � taxativo em afirmar que o movimento tem como objetivo “fazer pr�-campanha eleitoral, “contra o governador (Romeu Zema) e para (a favor) do (prefeito Alexandre) Kali”.
“N�o defendo A ou B. S� acho que o movimento � inoportuno. Estamos com uma situa��o (dif�cil) de sa�de p�blica. Se o movimento � municipalista, a casa dos prefeitos � a AMM e n�o a Prefeitura de Belo Horizonte”, afirma Marcus Vinicius.
Ele declarou que n�o vai participar da mobiliza��o em Belo Horizonte nesta sexta-feira, por considerar que trata-se de “movimento politico-partid�rio”. A reportagem do Estado de Minas apurou que, tamb�m por temerem o v�nculo do movimento com a disputa eleitoral, os prefeito de Uberl�ndia, Odelmo Le�o (PP), e de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), teriam decidido n�o aderir ao movimento.
O chefe do executivo de Coronel Fabriciano disse que, em grupo de discuss�o no whatsApp, manifestou o seu pensamento de que a reuni�o dos prefeitos das cidades com mais de 100 mil habitantes n�o deveria ocorrer na sede da PBH, mas sim na Associa��o Mineira de Munic�pios, mas que encontrou a resist�ncia da lideran�a do movimento.
“Percebi que n�o se tratava de uma demanda municipalista. Pelo contr�rio, minha percep��o foi que tinha um vi�s pol�tico partid�rio. Imediatamente abandonei (o movimento) e comuniquei ao presidente da AMM, Julvan Lacerda , alertando-o”, relata Marcus Vinicius.
O l�der do “Movimento 100 ”, Daniel Sucupira, rebate a argumenta��o do prefeito de Coronel Fabriciano e garante que a mobiliza��o n�o tem nenhuma conota��o politico-partid�ria. Ele lembra que os prefeitos atuais ainda n�o est�o pensando em projetos eleitorais porque venderam as elei��es no ano passado. “Neste ano n�o tem elei��o. A elei��o para governador ser� no ano que vem”, assinala.
“A realidade que temos agora � um sofrimento e dificuldades pelas quais t�m passado os mineiros e mineiras. E os prefeitos, na linha de frente (de enfrentamento do coronavirus) est�o tendo as mesmas dificuldades de conduzir esta pandemia em um momento t�o dif�cil”, afirma Sucupira.
O prefeito de Te�filo Otoni tamb�m nega que a reuni�o na prefeitura de BH tenha como objetivo algum favorecimento a Alexandre Kalil. “Desde o in�cio, quando o prefeito Kalil fez sua ades�o ao “Movimento 100 ”, ele deixou claro que n�o aceita nenhum tipo de movimento politico partid�rio. A linha dele � a mesma linha que eu sigo e todos os prefeitos que est�o envolvidos no movimento t�m. N�o � hora de fazer politica. � hora de cuidar da vida do povo”, assegura.
“Nesse evento, entendemos quem precisamos agregar e buscar qualquer forma e energia que possam nos ajudar a solucionar a situa��o que os munic�pios est�o vivendo”, afirma Sucupira. Ele salienta que por isso vai procurar o Minist�rio Publico, a Prefeitura de BH e Assembleia Legislativa, pretendendo ainda levar as reivindica��es dos munic�pios “a outros �rg�os como o Governo do Estado”.
Segundo Daniel Sucupira, na pauta de reivindica��es junto ao Governo Estadual, o 'Movimento 100' enumerou cinco pontos. O primeiro � a busca de mais recursos para as prefeituras enfrentarem a pandemia. A segunda reivindica��o � que a libera��o de recursos em atraso que os munic�pios t�m a receber do estado na �rea de sa�de.
O movimento cobra do Governo do Estado o envio de insumos e medicamentos (kit intuba��o) para manuten��o de pacientes da COVID-19 sedados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais.
De acordo com Sucupira, as prefeituras querem apoio financeiro do Estado para socorrerem as fam�lias necessitadas com um aux�lio emergencial de R$ 600,00. Outra solicita��o � da agiliza��o do envio das doses da vacina contra a COVID-19 para os munic�pios.